Pastor Cleber: maio 2020
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Nada de bom?

O Espírito Santo que em nós habita é bom, e tudo o que Ele fez, está fazendo, e ainda fará é bom. Seu fruto em nós é bom. Seu alvo para nós é bom.

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“Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo.” (Filipenses 1:6)

 

Pr. Cleber Montes Moreira

 

Durante o culto todos cantavam:

Se tu olhares, Senhor pra dentro de mim,
Nada encontrarás de bom (…).

Fomos salvos e o Espírito Santo passou a habitar em nós. Não nos tornamos perfeitos, mas o Senhor está realizando uma “boa obra” em nossas vidas. Sim, uma “boa obra”, digo, uma excelente obra. É uma “boa obra” porque é obra do Espírito do Eterno, e tem por objetivo nos aperfeiçoar para que “cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Efésios 4:13) — Esta é sua meta para nós! Ainda não somos como o Criador planejou, mas Ele continua trabalhando, e trabalhará “até ao dia de Jesus Cristo” quando, finalmente, “seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos” (1 João 3:2).

A consciência de que Deus está agindo em nós, realizando a “boa obra”, pode nos levar a cantar e a orar dizendo “Dá-me um coração igual ao teu, meu Mestre”, uma vez que desejamos progredir na carreira da fé, mas, definitivamente, isso não combina com “Se tu olhares Senhor pra dentro de mim, nada encontrarás de bom”. O Espírito Santo que em nós habita é bom, e tudo o que Ele fez, está fazendo, e ainda fará é bom. Seu fruto em nós é bom. Seu alvo para nós é bom. Cantar esta música é, ainda que inconscientemente, desqualificar toda “boa obra” — que não é humana, mas divina — que tem sido realizada em nossas vidas.

O que cantamos deve ser expressão da nossa fé, e deve servir para ensinar, e não para confundir (Colossenses 3:16). Pense nisso!

É na cruz que vencemos

Não derrotaremos Satanás com armas humanas nem ‘fórmulas mágicas’, mas há um lugar onde podemos resisti-lo.

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“Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” (Tiago 4:7)


Pr. Cleber Montes Moreira

 

Tenho visto muitas receitas de bolo sobre como vencer o diabo. O tema “batalha espiritual” está sempre em pauta, na maioria das vezes tratado de forma fantasiosa. Livros e mais livros, vídeos com mensagens sobre o tema etc., dão dicas sobre como lutar contra as hostes malignas. Na verdade não podemos vencer o inimigo com métodos humanos, nem mesmo com métodos supostamente espirituais mas desconexos do ensino Bíblico. Nossa força, inteligência, amuletos, superstições, religiosidade e outros recursos não bastam. Não podemos vencê-lo por nós mesmos. Mas, há um lugar onde isso é possível: na Cruz! Lá é lugar de morte, onde nossos desejos pecaminosos, intenções malignas, paixões, língua afiada, egoismo e toda inclinação má é crucificada. É na cruz que renunciamos à velha vida e nos sujeitamos a Deus, onde a natureza pecaminosa é exposta à vergonha e morte. É lá que morremos para nós mesmos, para que, então, vivamos para o Autor e Consumador de nossa fé. É na cruz que sentimos nossas misérias, lamentamos, choramos e nos humilhamos perante àquele que nos dá razão para sorrir e que nos exalta. É na cruz que morremos como escravos para, então, nascermos livres. Por isso o diabo odeia a cruz.

 

É verdade que mesmo sendo salvos seremos ainda tentados, e teremos de lidar com a sombra do velho homem. Porém, sempre que isso ocorrer, lembremo-nos de que a velha natureza foi mortificada na cruz, e agora, feitos novas criaturas, nos submetemos ao Senhor para que andemos em novidade de vida.


Se o Maligno quiser nos apanhar em laços, resistamos, persistentemente, negando nossa carne e suportando, diariamente, a nossa cruz. Se o Adversário proferir acusações contra nós, tenhamos em mente que “agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Romanos 8:1). Não derrotaremos Satanás com ‘fórmulas mágicas’, mas podemos resisti-lo na cruz; é lá que vencemos.

“Arrependei-vos”

O arrependimento foi o assunto com o qual Jesus iniciou seu ministério terreno, é doutrina elementar do cristianismo, é experiência indispensável para a entrada no reino de Deus. Ao longo de sua história a igreja tem pregado sobre o tema, mas agora eis que surge um “novo evangelho”, palatável, sutil, e que sem compromisso com a verdade, servindo a propósitos malignos, ignora pontos cruciais da mensagem verdadeiramente cristã.

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“E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galileia, pregando o evangelho do reino de Deus, e dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho.” (Marcos 1:14,15)


Pr. Cleber Montes Moreira


Assuntos como pecado e arrependimento tonaram-se inadequados para este tempo e deixaram de ser tratados em muitos púlpitos. Isso porque o que se prega tem que primeiro passar pelo crivo da opinião pública, para agradar a audiência e cooperar com a ambição do crescimento fácil que domina os corações de tantos pregadores. Se o sermão for “duro de ouvir”, a frequência tende a diminuir, coisa que deve ser evitada (João 6:60,66). É óbvio que nenhum falso pregador admitirá isso, porém suas práticas os denunciam: atenuar a mensagem, abordar temas de interesse dos ouvintes, ser politicamente correto, proferir sermões de autoajuda, recorrer à psicologia e adotar outras práticas que facilitem a multiplicação é quase que padrão. Daí vemos templos cheios de pessoas que não são confrontadas com sua pecaminosidade, em decorrência de que não experimentam verdadeira conversão. É certo que se o pecado não é denunciado, as consciências são aplacadas quanto à culpa e à necessidade de arrependimento.

Quem prega um evangelho que não expõe a natureza pecaminosa dos que perecem sem Cristo, que não chama ao arrependimento, engana seus ouvintes e admite na membresia da igreja pessoas sem salvação, tornando-se, perante o Senhor, culpado pelas almas que ajudou a encaminhar ao inferno. Contra estes, profere o Todo Poderoso: “o seu sangue eu o requererei da tua mão” (Ezequiel 33:6,8).

Pecadores não podem ir ao Salvador sem abandonar seus pecados. Por isso, qualquer que pregue um outro evangelho que não convide ao arrependimento, apresenta um falso cristo e anuncia uma falsa salvação.

Arrependei-vos” foi a primeira mensagem proclamada publicamente por Jesus, e é também a mensagem mais urgente que qualquer igreja e qualquer pregador verdadeiramente cristão tem de anunciar.

Filho ou Criatura?

Certamente você já ouviu dizer que “todos são filhos de Deus”. Muitos são os que concordam com esta afirmação, outros, porém, entendem que há distinção entre “filhos” e “criaturas”, que todos são criaturas , mas  filhos são apenas aqueles que cumprem certos quesitos conforme os ensinos bíblicos

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“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” (João 1:12,13 AFC)


Pr. Cleber Montes Moreira


Deus se apresenta a nós em sua Palavra em linguagem humana; para o nosso entendimento, na Bíblia, Ele é chamado de Pai. Pai é genitor, é aquele que transmite ao filho o seu DNA. O Criador planejou isso quando nos formou: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança…” (Gênesis 1:26). Este verso revela a intenção divina de transmitir a nós virtudes encontradas em Seu Ser. Ele nos fez seres espirituais, emocionais, morais, com capacidade intelectiva, com competência para administrar e dominar sobre a criação, seres sociais para nos relacionarmos com Ele e com os semelhantes… Mesmo tendo o pecado nos desviado do propósito divino — “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23) — ainda vemos em nós, embora “embaçada”, a imagem e semelhança com o Criador.

Embora o mundo tenha sido corrompido por causa do pecado, o Novo Testamento nos fala de uma nova criação da qual sucede a geração dos salvos. Jesus fala para Nicodemos do “nascer de novo” (João 3:3), Tiago escreve que Deus, Segundo a sua vontade, nos gerou pela Palavra da Verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas (Tiago 1:18). E Jesus nos ensina que este nascimento não é da carne ou do sangue, ou seja, não se trata de um nascimento físico, mas de Deus: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Leia João 1:13; 3:6). Eis o motivo pelo qual os salvos — aqueles que experimentaram o novo nascimento — podem chamar a Deus de Pai e ter tal intimidade com Ele.

O que nos faz filhos de Deus não é o nascimento natural, tampouco alguma cultura religiosa, as boas obras, ou padrão humano de justiça (Isaías 64:6), mas o nascimento espiritual. Deus é Pai, não para as criaturas, mas para os regenerados. A pergunta que cada qual deve fazer é: Eu sou filho ou apenas criatura? Eu fui gerado pelo Pai? Eu já experimentei o milagre do novo nascimento? Pense nisso!



“E o mundo os odiou”

É impossível vivermos segundo os valores de Jesus Cristo sem sermos odiados neste mundo. Assim como a luz que dissipa as trevas, a Palavra de Cristo nos salvos, vivida e proclamada, por sua natureza contrapõe às estruturas vigentes dominadas pelo mal, o que desencadeia todo tipo de ações produzidas pelo ódio.

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“Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, pois eles não são do mundo, como eu também não sou.” (João 17:14 – grifo do autor)


Pr. Cleber Montes Moreira


Em sua oração pelos discípulos Jesus revela qual é a natureza e caráter dos cristãos: “Pois eu lhes transmiti as palavras que me deste, e eles as aceitaram. Eles reconheceram de fato que vim de ti e creram que me enviaste” (João 17:8). Os filhos de Deus são os que receberam a Palavra da Verdade, creram nela, foram libertos da escravidão do pecado e regenerados em Cristo. Agora, pelo novo nascimento, possuem a cidadania do Reino de Deus, reino este odiado pelo mundo. A Palavra pela qual foram gerados é o motivo deste ódio, Palavra de valores e princípios norteadores da vida, que destoa diametralmente dos (des)valores deste século. A questão é que os salvos vivem os valores eternos estando na Terra, e o mundo, por estar no maligno, rivaliza com os Céus da mesma forma que as trevas rivalizam com a luz.

Acolha a Palavra e você será incompreendido, pregue a Palavra e o mundo te odiará, denuncie o pecado e sofrerá perseguições. Para o cristão, ser odiado do mundo não é uma escolha, é consequência de sua fé.

Inácio disse algo muito interessante: “Nisto consiste a grandeza do cristianismo: em ser odiado pelo mundo.” Este ódio revela quem somos e a quem pertencemos, portanto, a sua ausência deve ser algo terrivelmente inquietante. Pense nisso!

A igreja, Cristo presente no mundo

Estudo 9 — Texto Bíblico: Efésios 4:1-16

Templo da Terceira Igreja Batista de Itaperuna/RJ


Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho


A igreja de Cristo é a mais fantástica instituição sobre face da terra. Nenhuma outra foi e é tão perseguida como ela. Várias vezes anunciaram sua falência e morte. O maior alarido veio dos teólogos da morte de Deus, nos anos sessenta e setenta. Em nosso tempo, ela é duramente atacada por “teólogos e pensadores cristãos”, que a chamam de alienada e irrelevante. Tais teólogos e pensadores são alienados: não veem a pujança da igreja. E são irrelevantes, pois o que eles dizem estará no lixo bem mais cedo do que pensam. A igreja tem o estranho hábito de sepultar seus coveiros. Eles se vão, ela fica. Como se vão seus críticos amargos, inclusive os de dentro, e ela continua.

“Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5:25). Isto a torna única. Não importa que o mundo a odeie e alguns crentes a maltratem. Cristo morreu por ela. Paulo também amava a igreja e se doou a ela (2 Co 11:28,29). O fato de tê-la perseguido doía-lhe, e ele nunca se esqueceu disto (1 Co 15:9, Gl 1:13 e Fp 3:6). A visão de Paulo sobre a igreja muito nos ajudará, pois é a visão de um perseguidor que se apaixonou por ela.


1. O que é igreja?

O que Paulo queria dizer com “igreja”? Como a descreve? O termo grego é ekklesia, que ele usa sessenta e duas vezes. Na maior parte, indica uma congregação local de cristãos. Paulo e os demais escritores do Novo Testamento nunca usam o termo como nos acostumamos: um prédio, uma denominação, um ajuntamento de igrejas ou uma instituição. Com o tempo, o termo passou a ter esses sentidos, mas no Novo Testamento, igreja é gente, é povo. Em Atos 20:28 e Apocalipse 5:9, a igreja que Jesus comprou se compõe de pessoas, não de prédios ou instituições.

Ekklesia vem de ek kaleo, “chamar”, verbo usado na convocação de um exército. Mais tarde, passou a ter sentido político: cidadãos, no uso dos direitos civis, reunidos para tomar decisões. O termo é usado assim em Atos 19:32, 39 e 41 (“assembleia”). Difere de demos (“povo”, “multidão”) por ter um caráter organizado. Paulo não lhe dá sentido político, pois é uma ekklesia “em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 1:1 e 2 Ts 1:1). E Jesus disse que seria a sua igreja (Mt 16: 18). “Igreja”, portanto, na maior parte das vezes, é um grupo local de pessoas, reunido em nome de Deus, por causa da fé em Jesus Cristo. É o povo de Deus reunido: 1 Coríntios 11:18 (“quando vos reunis como igreja” — Almeida Séc. 21).


2. A dimensão universal da igreja

A Carta aos Efésios é chamada de “a rainha das epístolas”. É o mais profundo tratado sobre a teologia da igreja já escrito. Nela, o sentido de ekklesia é mais amplo que reunião local. É uma assembleia universal (como em Hebreus 12:23). Assim Paulo usa o termo em Efésios 1:22,23, 3.10 e 21, 5:23,24, 27, 29 e 32. É oportuno ler todos os textos.

Aqui o termo alude não apenas aos salvos por Cristo num local, mas a todos os salvos de todas as épocas. Os salvos de todos os tempos são a assembleia de Cristo. Já há uma no céu (Ap 7:9). Veja também a assembleia do Cordeiro em Apocalipse 19:1 e 6. E há uma ekklesia aqui na terra, chamada de “igreja militante”. É a ekklesia de Cristo que prega, sofre e testemunha. Eram militantes as ekklesias do Apocalipse (Ap 2 e 3) e as ekklesias às quais Paulo destinou suas cartas. E o são as nossas.


3. Igreja: corpo de Cristo

Em 1 Coríntios 12:12-31 e Efésios 4:1-16, a ekklesia é mostrada como corpo. A figura mostra a interdependência e complementaridade dos crentes e das ekklesias. Num corpo, os membros dependem uns dos outros e se completam. A igreja é um grupo de pessoas que deve viver em solidariedade. Nem as pessoas nem as igrejas devem se isolar umas das outras. Veja-se principalmente 1 Coríntios 12:27. Isto é importante porque os batistas confundem autonomia da igreja com isolamento. O pé não vive isolado da mão.

A assembleia universal é chamada de “corpo de Cristo” (Ef 1:22,23). A ideia é que Jesus está presente no mundo por ela. Ela é Cristo na terra. Não há um homem que seja o “vigário (no lugar) de Cristo”. Toda a igreja é. Se Cristo está em cada crente (Jo 14:23), cada crente é morada de Cristo. E também do Pai e do Espírito Santo (Ef 2:22). Em 1 Coríntios 3:16, Paulo diz que somos “santuário de Deus”. O termo grego para santuário é naós, que a Septuaginta usa para o lugar santíssimo, onde Deus ficava. O mesmo texto diz que o Espírito habita em nós. A Trindade está presente no mundo pelos crentes em Cristo. Nós somos o corpo de Cristo, sua presença no mundo.


4. Igreja local: corpo de Cristo num lugar específico

É triste ver hoje tantos crentes falando mal da igreja. Porque não gostam de um aspecto (parece que querem que os demais sejam seus clones) ou se decepcionaram com alguém (esquecem de perdoar e parece que nunca decepcionaram alguém), atacam a igreja. Estranho: falam mal da sua assembleia, da ekklesia da qual fazem parte!

A igreja local, a ekklesia num determinado lugar, apesar dos seus defeitos, também é corpo de Cristo! Paulo disse isso aos coríntios (1Co 12:27). A mesma ideia está em Colossenses 1:24. Não há igreja local perfeita. Alguns sonhadores, vez por outra, bradam: “Voltemos à pureza, à santidade e à simplicidade da igreja primitiva!”. Não devem ter lido o Novo Testamento com atenção. Todas as epístolas foram escritas para sanar problemas das igrejas. E havia imoralidade (veja as Cartas aos Coríntios!)! Simplicidade? Veja-se a desordem na igreja de Corinto e a complexidade dos relacionamentos entre os crentes e igrejas, nas epístolas pastorais!

Com todos os seus defeitos e falhas, cada igreja local é o corpo de Cristo na terra! Somos parte deste corpo! Devemos honrá-lo e amá-lo, pois somos a igreja e somos Cristo presente neste mundo! É sério ser igreja! E é glorioso ser igreja! E somos, não pelos nossos méritos, mas pela graça de Deus. “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou” (1Co 15:10).


5. Igrejas cooperativas e solidárias

O Novo Testamento não detalha muito da vida organizacional das igrejas, exceto no episódio de Atos 15, que não foi típico nem repetido. Paulo tinha grande autoridade, mas geralmente recomendava (1 Ts 5:12-14). As igrejas eram cooperativas (2 Co 8:4, 9:1-5 e 12-14, Gl 2:9,10, Fp 3:15-18), não viviam isoladas, e os pastores não viviam em competição e em função do seu ministério, mas da obra em geral. As igrejas eram solidárias.

Procurar um modelo de organização eclesiástica nas cartas paulinas pode nos frustrar. Mas o espírito de relacionamento deve ser imitado: governo próprio, cooperação, relacionamento solidário, contribuição aos necessitados (inclusive igrejas) e visão do todo. O elo entre elas era a pessoa de Jesus Cristo, e não um modelo eclesiástico. Bem diferente da visão fragmentária de boa parte das igrejas locais de hoje, que alguém jocosamente, chamou de “adoradores do seu umbigo”.


6. Uma ideia fantástica!

A igreja nasceu, idealmente, na eternidade, na mente de Deus, antes de haver mundo (Ef 1:4). Entrou na história pela pessoa mais fantástica que já viveu, Jesus Cristo (Mt 16:18). Quando a história acabar, na meta-história, não haverá família (Mt 22:30), mas haverá igreja. Porque haverá Deus. A igreja é dele. O evento igreja é maior que o evento família.

Ela é tão fantástica que as potestades espirituais aprendem dela (Ef 3:9,10). Há quem cultue anjos e potestades. Eles aprendem da igreja! E Deus ainda trabalha nela (em mim e em você) para aperfeiçoá-la (Ef 5:27b e 4:1-16). A igreja é a menina dos olhos de Jesus, que morreu por ela!


Para pensar e agir

1. A igreja é de Cristo. Não queira ser dono dela. Não aceite donos humanos da igreja. Ela pertence a Cristo. Somos parte dela, cuidamos dela e devemos honrá-la.

2. Seja feliz em ser igreja. É o maior privilégio que alguém pode ter: ser a igreja de Jesus, salvo por ele.

3. Ame sua igreja com paixão. Doe-se a ela.


Leituras Diárias

Segunda: Apocalipse 2:1-7

Terça: Apocalipse 2:8-11

Quarta: Apocalipse 2:12-17

Quinta: Apocalipse 2:18-29

Sexta: Apocalipse 3:1-6

Sábado: Apocalipse 3:7-13

Domingo: Apocalipse 3:14-22

Até que você não seja mais você

A verdadeira fé é transformadora: ela vem pelo conhecimento das Escrituras; nos faz compreender nossa incapacidade e nossa dependência total de Deus. A salvação é obra divina, e não resultado de nossos méritos ou esforços — ou você crê nisso, ou estará irremediavelmente perdido.

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“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2:8,9)


Pr. Cleber Montes Moreira


A verdadeira fé surge quando, pela ação do Espírito Santo, mediante o evangelho, o pecador, humildemente, percebe sua completa incapacidade de vencer o pecado e livrar a si mesmo da perdição, e passa a confiar única e exclusivamente nos méritos de Cristo, reconhecendo a eficácia de Sua Obra redentora e, convencido destas coisas, se rende, de coração quebrantado, ao Salvador e experimenta o novo nascimento. Fora da cruz não há salvação; esta verdade se compreende unicamente pela fé. Sem fé ninguém vai a Deus, sem fé é impossível agradar a Deus, sem fé ninguém conserva a viva esperança da eternidade com Deus. Sem fé a pessoa permanece morta em suas ofensas e pecados (Efésios 2:1), portanto, perdida e debaixo da condenação.

Conheci um crente que sempre dizia: “Nós, que estamos pleiteando nossa salvação….”. Ninguém está em condições de “pleitear” coisa alguma de Deus. Ninguém pode se apresentar perante a justiça divina e contestar, argumentar, ou se valer de seus esforços para “pleitar” qualquer favor ou direito, muito menos a salvação. Não há no homem qualquer virtude que o qualifique para tal. Ao contrário, a salvação “não vem das obras, para que ninguém se glorie”, mas pela graça, por meio da fé que revela nossa impotência (Efésios 2:9). Usando um termo da moda, Deus não ‘empodera’ o homem mas, por Sua Palavra, desnuda sua fraqueza.

Se você não reconhece sua miséria, é preciso repensar sua crença. Se sua fé não te leva à convicção de que Cristo é o seu Senhor, nem à certeza da salvação, é provável que você ainda esteja confiando em suas próprias obras e merecimentos, ou até mesmo com os olhos vendados pelos valores de alguma cultura religiosa antagônica aos ensinos das Escrituras. Se esta é a sua condição, você precisa esvaziar a si mesmo de suas convicções, orgulho e soberba, e chorar amargamente perante o Salvador, rasgar seu coração e suplicar por misericórdia e perdão. Neste caso, duas atitudes são imprescindíveis: A primeira é buscar sincera e diligentemente conhecer a Verdade por meio da leitura das Escrituras, considerando que a “fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Romanos 10:17) — ouvir, ler, meditar, acatar, para impregnar a mente. A segunda é orar persistentemente: “Senhor, ajuda-me a crer” — até que você não seja mais você, e que sua vida não seja mais sua, mas totalmente de Cristo (Gálatas 2:20). Pense nisso!

Apego às riquezas lealdade a Deus?

Há neste mundo muitas riquezas, mesmo as “riquezas” dos pobres, coisas às quais nos apegamos e que interferem decisivamente em nossa relação com Cristo. Aquele que quiser entrar para a intimidade com o Senhor Jesus precisa, imprescindivelmente, ordenar seus valores e prioridades.

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“Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.” (Mateus 19:21, 22)


Pr. Cleber Montes Moreira


Na Chave Linguística do Novo Testamento, de Fritz Rienecker e Cleon Roger, encontramos que o sentido de “perfeito” talvez seja “leal”, significando “leal a Deus”, “leal à aliança”. Como Jesus havia indagado ao jovem sobre os mandamentos, que observava desde muito jovem, penso que com muito zelo, a ponto de perguntar “que me falta ainda?” (20), a ordem dada pelo Senhor era para demonstrar que, embora fosse zeloso naquelas coisas ele ainda não era “perfeito”, ou seja, “leal” a Deus em seu viver. Ele não quebrava os mandamentos segundo sua visão de si mesmo, mas os quebrava em seu coração perante aquele que tudo vê, uma vez que as riquezas tinham para ele primazia.

De muitas formas as riquezas, mesmo as “riquezas” dos pobres, podem impedir que sejamos leais ao Pai Celeste. O uso inadequado do tempo, quando o que deveria ser secundário ocupa o lugar do principal em nossas agendas gerando desequilíbrio em nossa ordem de prioridades e valores, “justificando” a falta de tempo para a família, ausência nos cultos, vida social inadequada etc. é um dos principais problemas de nossa sociedade. Que dizer da avareza, da sede pelo poder, da cobiça por bens e tantos outros desejos imoderados? O que Jesus queria ensinar àquele homem é que é impossível “servir a Deus e a Mamom” (Mateus 6:24), tornar-se seu discípulo e não corrigir o coração, amar a Deus e ao próximo como a si mesmo sem desapegar-se do amor ao que possui. Por isso, era-lhe necessário ir e livra-se de tudo que o impedia — esta era a condição, e continua sendo!

Quais são as “riquezas” que te impedem de ser leal a Deus? Quais são as coisas das quais você deve se desapegar, urgentemente, para então seguir a Jesus? Pensar na perda destas coisas por amor a Cristo produz alegria ou tristeza ao seu coração? Destas respostas você terá o diagnóstico de sua condição perante o Salvador. Pense nisso!

Amigos ou bajuladores?

 Ao contrário dos bajuladores um amigo verdadeiro sempre nos dirá a verdade, não aquilo que desejamos ouvir, mesmo com  risco de ser incompreendido.

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“Quem repreende o próximo obterá por fim mais favor do que aquele que só sabe bajular.” (Provérbios 28:23 –  NVI).


Pr. Cleber Moreira


A ideia do texto é a de um homem repreendendo o outro. Não se trata de uma repreensão insana, mas ponderada, coerente e para o bem. Isso ocorre quando um pai adverte o filho, quando um amigo instrui o outro, quando um professor ensina o aluno que erra a fazer certo, sempre na intenção de seu bem-estar.

A maneira como reagimos às ‘repreensões’ diz muito sobre quem somos. O néscio é amigo dos bajuladores, mas o instruído considera os que falam sinceramente, ainda que a princípio suas palavras possam produzir algum desapontamento e tristeza. Um falso elogio tem efeito oposto: produz alegria, eleva a autoestima, encoraja, mas é sempre um ato de hipocrisia que em nada coopera para o bem, podendo até contribuir para o fracasso. Uma boa crítica nos leva ao aperfeiçoamento, mas a lisonja pode produzir cegueira. É por isso que uma crítica construtiva vale mais que um falso elogio, e o sábio sabe disso.

Para o tolo a repreensão é um agravo, mas para o entendido uma é demonstração sincera de amizade que deve ser entendida como um auxílio em seu aprimoramento. Quem quer o nosso bem não nos bajula, mas fala sinceramente. Pense nisso, e considera quem são os verdadeiros amigos.

Maquiagem ou demaquilante

Se desejamos que o mundo conheça a graça de Deus, precisamos fazê-lo sentir a sua miséria. Se desejamos que a salvação tenha algum sentido para o perdido, precisamos demonstrar qual é a sua condição diante do Justo Juiz. Se desejamos que o céu seja precioso para alguém, devemos mostrar-lhe a realidade do inferno. A graça faz todo sentido para aquele que percebe sua desgraça.

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“Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.” (Lucas 15:19 – Leia todo capítulo)


Pr. Cleber Montes Moreira


Certa pessoa, antes desenganada pelos médicos e “entre a vida e a morte”, após se recuperar, por milagre, afirmou: “Eu senti o cheiro da morte, por isso aprendi a valorizar a vida.” Creio que isso explique as mudanças em seus hábitos. É fato que valorizamos muito mais certas coisas quando estamos por perdê-las, compreendemos melhor certos valores quando passamos por experiências extremas e adversas. Foi assim que o filho pródigo, em sua miséria, caindo em si, lembrou-se de todo bem e fartura da casa de seu pai e, compreendendo sua condição indigna, disse: “Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.” (Lucas 15:18 e 19). Observe que ele compreendeu não somente sua miséria, mas sua condição indigna: ele sabia que não merecia mais ser tratado como filho e herdeiro, que era totalmente indigno do amor e atenção do pai, e se contentaria em ser apenas um empregado para desfrutar das “migalhas que caem de sua mesa”. Mas o pai, ao ver o rapaz ainda de longe, cheio de compaixão, correu, o abraçou e beijou, mandou que lhe vestissem a melhor roupa, que lhe colocassem um anel como sinal de sua condição de filho e preparou uma grande festa para celebrar seu retorno. Ele não merecia, era totalmente indigno, porém a graça do pai o alcançou com seu perdão, e ele foi recebido não como um empregado, mas como filho. Eu duvido que aquele jovem não tenha aprendido a valorizar sua vida.

Sabe qual o problema de muitos pregadores de hoje? É que eles dizem que Deus é amor, todavia se esquecem de dizer que Deus é juiz e que pecamos contra Ele. Pregam um “meio evangelho”, proferem mensagens positivas que realçam o amor, mas não denunciam o pecado. Assim, os pecadores não se dão conta de sua miséria e indignidade diante do Todo Poderoso, não tendo motivos para o arrependimento. Tais ouvintes acabam crendo que poderão adentrar diante do Pai com trajes imundos. Eles não sabem o que é o pecado nem a dimensão de sua gravidade. Aliás, as mensagens desses falsos profetas até fazem com que seus ouvintes se considerem muito dignos diante do Senhor: dignos de seu amor, de seu perdão, de sua presença, de suas bênçãos… (até de alguma restituição). Gente assim não está em condições de dizer: “Já não sou digno de ser chamado teu filho”, e nem “Miserável homem que eu sou!” (Lucas 15:19; Romanos 7:24).

Se em vez de declararmos que “Deus odeia o pecado, mas ama o pecador”, proclamássemos com mais clareza, constância e firmeza sobre o pecado, o pavor e rigor do juízo divino, talvez mais pecadores se arrependessem. Atenuar a verdade é o mesmo que pregar um falso evangelho e condenar, pelo engano, pecadores à perdição eterna. Isso é cooperar com a obra do diabo.

Se desejamos que o mundo conheça a graça de Deus, precisamos fazê-lo sentir a sua miséria. Se desejamos que a salvação tenha algum sentido para o perdido, precisamos demonstrar qual é a sua condição diante do Justo Juiz. Se desejamos que o céu seja precioso para alguém, devemos mostrar-lhe a realidade do inferno. A graça faz todo sentido para aquele que percebe sua desgraça. Não é pregando um meio evangelho que levaremos pecadores a Cristo.

O evangelho não é maquiagem, é demaquilante!

Amar assim é possível?

Amar como Jesus ensinou não é algo que alguém desprovido da mente de Cristo possa compreender. Este amor não é um mero sentimento, é antes um dever; o amor é fruto de uma natureza transformada, e só pode ser praticado por quem tem a mesma disposição daquele que, por amor ao mundo, entregou sua vida na cruz.

O menino do pijama listrado
Imagem: Cena do filma "O menino do pijama listrado"

“Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus.” (Mateus 5:44)


Pr. Cleber Montes Moreira

 

Não é para amar apenas alguém com quem temos laços e afinidades, seja o pai, a mãe, o cônjuge, o filho, o irmão ou um outro parente ou amigo. Não é para amar quem pode retribuir nosso amor, ou amar quem tem algo a oferecer; não se trata de um amor interesseiro. Não é amar só quem nos ama. Não é amar apenas quem nos faz feliz; pois “O amor é sofredor, é benigno… Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Coríntios 13:4,7). Não é amar alguém por suas virtudes. Não é amar quem merece ser amado. “Se vocês amam apenas aqueles que os amam, que mérito têm? Até os pecadores amam quem os ama” (Lucas 6:32 – NVI).

Quem ousaria amar um ofensor, um roubador, um traficante, um estuprador, um sequestrador, um homicida ou outro criminoso? Talvez a mãe, o pai, o irmão, um amigo de infância… Normalmente ninguém amaria pessoas tão indesejáveis. Mas é exatamente isso que Jesus nos manda fazer! O evangelho quebra paradigmas, transforma e capacita para amar quem jamais amaria, e torna objeto do amor os mais rejeitados e repugnantes. Cristo mesmo nos deu exemplo quando nos amou e nos reconciliou com Deus, quando ainda éramos inimigos (Romanos 5:10) – na cruz Ele amou a todos, sem exceção!

Amar é possível porque fomos amados. Amar é possível porque o Espírito Santo nos capacita para amar. Amar é possível porque o amor do Pai está em nós. Amar é possível apesar de quem somos, e de quem são os que necessitam ser amados. Amar é possível porque Cristo vive em nós.

O amor não é um mero sentimento, é antes um dever; o amor é fruto de uma natureza transformada, e só quem tem a mente de Cristo pode entender isso!

Quem cuida da agenda de Deus?

Quando o milagre não acontece, há sempre uma explicação óbvia: a falta de fé da pessoa. Assim, os curandeiros ficam isentos de responsabilidade.

Falsos profetas
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“E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.” (Mateus 24:11)


Pr. Cleber Montes Moreira

 

“Grande noite de avivamento, milagres e libertação”, era o convite para um evento religioso, estampado num cartaz, que contaria com a participação de 7 bispos e 70 pastores. Outro anunciava uma corrente promovida por um grupo neopentecostal: “Deus fará o seu milagre.” Ambos com data, horário e endereço em que seriam realizados, como se alguns “profissionais da fé” tivessem o poder de controlar a agenda de Deus, fazendo dele um mero serviçal. Vemos anúncios como estes quase que diariamente, por todos os cantos. Uma busca no Google confirma isso.

Em certa ocasião, uma igreja próxima ao bairro onde moro anunciava uma grande campanha de cura e libertação com promessas de emagrecimento instantâneo, cura de vícios, cura de enfermidades etc. Foram três dias de programação, mas eu não soube de ninguém que tenha emagrecido, deixado de fumar, voltado a andar ou enxergar, vencido um câncer ou outra enfermidade em virtude de ter participado das reuniões. Contudo, é verdade que quando o milagre não acontece, há sempre uma explicação óbvia: a falta de fé da pessoa. Assim, os curandeiros ficam isentos de responsabilidade. Quem mandou não ter fé?! “Se não acredita, o milagre não acontece”, como se a fé em si mesma pudesse desencadear qualquer virtude independentemente da vontade e ação divina, transferindo para o ser humano o crédito do resultado. Há quem creia no poder da fé, eu prefiro crer no poder do Altíssimo; há quem tenha fé na fé, mas o cristão tem fé em Deus.

Se você receber algum convite para uma noite de milagres, cura, libertação, avivamento etc., lembre-se de uma coisa: da agenda de Deus, cuida Ele mesmo. Ninguém está autorizado a determinar dia, hora e local para Ele agir. Não se iluda com esses oportunistas de plantão, o que eles querem é a sua semente (oferta), e não o seu bem. Além do mais, se você tem alguma necessidade, há quem de fato te ajude e um lugar onde possa buscar socorro: “Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hebreus 4:15,16).

Amabilidade e Gentileza

“O amor planta sementes do bem. Semeia alegria e amabilidade; semeia bondade e beleza; semeia calma e cortesia. É extremamente gentil e cheio de ternura.” (Ester Correia)

amor
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“Não caluniem a ninguém, sejam pacíficos e amáveis e mostrem sempre verdadeira mansidão para com todos os homens.”; “O amor deve ser sincero...” (Tito 3:2; Romanos 12:9 – NVI)


Pr. Cleber Montes Moreira


Ser amável e gentil deveria ser um comportamento natural na vida de todos, principalmente para o cristão, mas não é. A amabilidade e gentileza não devem ser atitudes forçadas, praticadas por obrigação, ou mesmo por algum interesse. Se esconder alguma segunda intenção, se for oportunista, será dissimulada e desonesta.

Certa vez li num site:

Um supermercado fez a seguinte promoção: se, ao passar pelo caixa, o cliente não recebesse do atendente um cumprimento e um agradecimento ao final da compra, não precisaria pagar por ela. Certo dia, um homem passou as mercadorias pelo caixa, mas não recebeu nem o cumprimento nem o agradecimento do funcionário. O cliente, então, disse que não iria pagar pelas compras, como garantia a promoção. O funcionário explicou:

– Ah, meu senhor, a promoção foi só até ontem... 

Este texto fez-me lembrar do modo como geralmente os visitantes são recepcionados em nossas igrejas: às vezes por uma equipe devidamente treinada, com sorrisos, abraços, apertos de mão… Outras vezes o dirigente pede aos membros para saudarem os visitantes mais próximos, ou para saírem de seus lugares e andarem pelo templo dizendo que sejam bem-vindos. O problema é quando a “promoção” acaba logo após o culto. Infelizmente isso se repete em outros ambientes e situações.

Ao lidarmos com as pessoas não podemos demonstrar sentimentos falsos, nem atitudes hipócritas. Se o amor não for sincero, já não é amor – é pecado! O cristianismo não é simulação, não é falso religiosismo, é um modo de vida firmado nos valores do evangelho; é vida que reproduz o caráter do Salvador – ser cristão é ser como Cristo, e isso inclui o modo como tratamos o próximo! Pense nisso.


Alegrem-se na esperança

A esperança que não morre é o segredo daqueles que são do Senhor; por isso eles podem ser pacientes e agradecidos nos dias difíceis, perseverantes na oração, e se gloriarem nas tribulações.

esperança
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“Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração.” (Romanos 12:12 – NVI – grifo do autor)


Pr. Cleber Montes Moreira


Há uma receita aqui que devemos seguir: ter alegria na esperança, ser paciente na tribulação, e perseverar na oração. Esta esperança não é uma esperança qualquer, não é aquela que é a “última que morre”, mas aquela que não pode sucumbir diante das situações mais adversas da vida, pois é a esperança que, pela fé, está firmada no Deus Eterno e inabalável, que ama o seu povo e sobre Ele derrama graça especial, diante de quem, por meio do Intercessor que é Cristo, temos entrada livre. É o Salvador, e não nós mesmos, quem nos conduz à este estado de graça, e nos mantém firmes, no gozo completo da presença e da bondade do Pai – Esta graça produz em nós tal esperança, na qual devemos nos alegrar (Leia Romanos 5:1,2).

Aqueles que são do mundo enquanto sofrem se desesperam, o salvos, porém, se alegram em meio ao sofrimento, pois compreendem que “a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu” (Romanos 5:3-5). Se aqueles que não estão neste estado de graça buscam socorro em sua própria força, em seu dinheiro, em sua capacidade, na ciência, na justiça humana, na religião etc., os salvos ousam olhar para o alto, e confessam sua esperança naquele que tudo pode. Como o salmista eles podem declarar: “O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra” (Salmos 121:2). Ainda que o mundo inteiro se abale, há confiança e viva esperança, pois “os que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não se pode abalar, mas permanece para sempre” (Salmos 461-3; 125:1).

A esperança do mundo pode gerar decepções e tristezas, mas a esperança do cristão produz alegria. A esperança do mundo é incerta, pois aquilo que se espera pode se concretizar ou não, já a esperança em Deus é, como o próprio Deus, inabalável. Esta esperança é o segredo daqueles que são do Senhor, por isso eles devem ser pacientes e agradecidos nos dias difíceis, perseverantes na oração, e se gloriarem nas tribulações – eles se refugiam no Altíssimo, e sabem que estão sob os cuidados daquele que governa todas as coisas, e, pela fé, vislumbram o fim que lhes está reservado: “Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada” (Romanos 8:18). Você tem esta esperança?

Alegrem-se

É possível ter alegria real em meio aos sofrimentos e aflições desta vida? É possível conservar a fé e a esperança em meio ao caos?

alegria
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Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração.” (Romanos 12:12 – NVI – grifo do autor)


Pr. Cleber Montes Moreira


Não se trata de uma recomendação para alegrar-se nas coisas temporais, para ter contentamento no mundo, para buscar prazeres que produzam alegrias momentâneas, nem contentamento no dinheiro ou nos bens materiais. Todas estas coisas podem trazer certas alegrias, mas não aquela capaz de permanecer firme em meio às maiores adversidades. Não é uma alegria que acaba quando chega a noite, quando os ventos das tribulações sopram com violência, quando chega uma má notícia, ou quando o chão parece fugir debaixo de nossos pés.

“Alegrem-se” não é uma exortação proferida por alguém que vivia num castelo, por um rei ou pessoa abastada, bem sucedida, ou por alguém que nunca sofreu aflições. Quem faz esta advertência é o mesmo que aos tessalonicenses escreve, de dentro de uma cela fria e escura: “Alegrem-se sempre” (1 Tessalonicenses 5:16 – NVI).

Esta é a alegria de quem olha para além da escuridão, das incertezas e dificuldades desta vida, que se ergue e fortalece da esperança que não pode falhar, que é sustentada pela perseverança na oração. Assim, observemos a ordem natural das coisas: É a oração que fortalece a que aquece a esperança, que produz a alegria que o mundo não desfruta nem compreende. É esta alegria na esperança que nos ajuda em tempos tão difíceis, para suportarmos com paciência as tribulações, sempre levando tudo a Deus em oração, e conservarmos um coração agradecido.

Cristo: presente de Deus para o mundo

Estudo 8 — Texto Bíblico:2 Coríntios 5:18,19

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Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Na política internacional do Oriente, o rei de uma nação, para se manter seguro, enviava presente a outro rei, de nação mais forte. Era um gesto de boas relações, uma maneira de buscar a paz. Poderíamos dizer que era um ato de “propiciação”, ou seja, “a remoção da ira mediante a oferta de algum presente”.

“Propiciação” vem de “propiciar”, que significa tornar favorável. O termo grego, usado em Romanos 3:25, é hilastérion, que significa que Deus se tornou favorável a nós pela morte de Jesus. Esta figura de linguagem mostra como Deus, de inimigos que somos, por causa de nossos pecados, faz de nós seus amigos. É a única vez que Paulo o usa, declaradamente, mas a ideia da ira afastada pelo sacrifício de Jesus domina boa parte do seu pensamento.

O verbo hebraico para “propiciar” é kipper, “fazer amizade, juntar partes em conflito”. No Novo Testamento, a ideia próxima é “reconciliação”, que se vê bem em 2 Coríntios 5:21. Deus ofereceu Cristo como presente ao mundo para fazer as pazes com este. Parece estranho, mas mostra que Deus tomou a iniciativa, em Jesus, de fazer as pazes conosco. Lembremos de João: “O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu” (Jo 3:27). Propiciação é ato de Deus, e não nosso.

1. A ira e misericórdia de Deus

Como “propiciar” tem a ideia de pacificar por meio de um presente, alguns se escandalizam. Parece que está se subornando Deus. Mas é ele quem oferece e não quem recebe. E isto é uma figura de linguagem. Para outros, isto realça muito a ira de Deus. Mas Paulo diz que Deus se ira (Rm 1:18 e Ef 5:6). Ele é tardio em irar-se (Ne 9:17), mas se ira. E ira não é ódio. É indignação. Alguns acham que Paulo foi violento e não cristão com Barjesus (At 13:4-12). Mas o mago cometera graves pecados. Lidava com artes mágicas, era falso profeta e tentava desviar alguém do caminho da salvação. E Paulo não estava cheio de ódio, mas do Espírito Santo (At 13:9).

A propiciação se dá quando Deus tempera a ira e a misericórdia. Sua ira não é um descontrole emocional, mas faz parte da sua moralidade. Se ele não se indignasse contra o erro e o pecado, não seria santo. Por ser santo, ele se ira contra o pecado. Por ser Santo, tem misericórdia. Nele, ira e paciência se ajustam (Nm 14:18). Aqui surge a propiciação.

2. Como remover a ira de Deus?

Eis a resposta: a ira não se remove. Ela se desvia (Sl 78:38). O pecado tem um preço (Rm 6:23). É tão sério aos olhos de Deus que exige a morte do pecador. O pecado só é aniquilado pela morte. Deus instituiu o sacrifício no Antigo Testamento para ensinar esta lição. É a morte, o sangue derramando, que faz a propiciação ou expiação dos pecados. Expiação (de dois fazer um ou reaproximar dois que estão distantes e em inimizade) é um conceito parecido com o da propiciação. A última avança por incluir a ideia de um presente.

3. A ideia do tabernáculo

O tabernáculo era o templo móvel de Israel, na caminhada pelo deserto. Era a morada de Deus, lugar de encontro com ele (Êx 33:7-11). Tinha o lugar santo, onde ficava o povo, e o santíssimo ou santo dos santos, onde o sumo sacerdote entrava uma vez por ano, para fazer a expiação do pecado do povo. No santíssimo ficava a arca da aliança. O nome da sua tampa era kaporeth, de um verbo da família kpr, que significa “propiciar” (Êx 25:17-22). Ali o mais perfeito ato de expiação acontecia uma vez por ano. O lugar mais importante e solene do tabernáculo era onde sucedia a propiciação. Ofertava-se a Deus para sua ira se afastar do povo. O sangue era derramado sobre a tampa da arca, chamada “propiciatório”. Propiciação e perdão andam juntos, na Bíblia. Paulo não se detém em explicar a figura, mas ela está presente em seus escritos. A expiação livrava da condenação do pecado.

O propiciatório simbolizava a cruz de Cristo, onde se efetuou o perdão dos pecados. Com uma diferença: a cruz não tem prazo de validade. No judaísmo, o perdão durava um ano. O perdão da cruz é eterno. Ela resolveu o problema do pecado para sempre (Hb 9:11-14). Cristo é o Cordeiro que remove o pecado do mundo (Jo 1:36). A propiciação, no judaísmo, simbolizava a obra de Cristo em remover os pecados e reconciliar com Deus (2Co 5:18,19).

O dia em que o sumo sacerdote entrava no santíssimo (yom kippur, o dia do perdão) era a única ocasião em que o nome de Deus era claramente proferido. O nome sagrado de Deus, que não se dizia mais no tempo de Jesus, expressava o caráter do Pai. O caráter do Pai está ligado à propiciação. Seu caráter nos garante o perdão dos pecados. Não é o nosso caráter, é o dele.

4. A obra de Cristo

Em Lucas 18:13, o publicano pede que Deus seja “propício” a ele, ou que seja sua “propiciação”. Ele precisava de perdão. O fariseu achou que não precisava, porque era bom. Deus lhe devia isto. O publicano sabia que não era bom, nada tinha de bom, e que só teria o perdão como propiciação. Ele devia a Deus. Jesus define sua missão, nesta parábola. Ele é o presente divino que reaproxima duas partes afastadas, Deus e o homem. E mostra dois tipos de pessoa. Uma que acha que não precisa de perdão, que Deus deve estar contente com ela. Outra que sabe que precisa de perdão, não o merece e pede um favor a Deus.

A propiciação é um ato de misericórdia de Deus, quando esta triunfa sobre sua ira. Paulo mostra o sangue de Jesus como nossa propiciação (Rm 3:25). Ele completa a figura do resgate, que já estudamos. A morte de Cristo na cruz leva Deus a nos ser propício.

Jesus fez a propiciação pelos nossos pecados (Hb 2:17). Ele presenteou o Pai com sua vida para nos conseguir o perdão. Aqui, a oferta é do Filho. Não há choque com textos que dizem que o Pai ofereceu o Filho. A Trindade não entra em conflito, mas age sempre em sintonia. É que Hebreus põe o Filho como agente no processo da salvação.

Jesus é a propiciação pelos nossos pecados (1 Jo 2:2). Por isso ele é nosso Advogado, junto ao Pai (1 Jo 2:1) Como o publicano, não podíamos pagar nosso débito. Jesus o pagou e por isso nos defende. Não devemos mais a Deus porque Jesus pagou os nossos pecados com a sua vida. Não se paga um débito duas vezes. Diz o Novo Comentário da Bíblia neste texto: “Tudo isso nos ajuda a perceber que, aqui, a ‘propiciação’ deve ser tomada em seu sentido usual nas Escrituras. O escritor sagrado estava descrevendo a atividade de Jesus em prol dos homens, como a única coisa que pode fazer desviar a ira divina”.

Em 1 João 4:10, o Filho é o presente dado pelo próprio Pai. Difere do pensamento de Hebreus. Mas o que interessa é que não é um presente nosso. Não temos o que oferecer. O Pai ofereceu o Filho. Aqui, não é o Filho que se presenteia ao Pai, mas é o Pai quem oferece o Filho ao mundo. A morte de Cristo é um gesto de amor do Pai (Rm 5:8). Isto é confirmado em Romanos 3:25,26, onde o Pai oferece o Filho como propiciação. Quem crê no poder do sangue de Jesus é perdoado. Um rei guerreava outro por ambição ou por se sentir ofendido. O pecado ofende a Deus e o levaria a nos guerrear, mas em Cristo ele nos estende a mão para fazer as pazes. A propiciação é ato de Deus, oferta do Pai e oferta do Filho.

Para pensar e agir

1. Deus deseja manter bom relacionamento conosco e para estabelecer esta amizade nos ofereceu Jesus Cristo. Ele é o grande presente de Deus à humanidade.

2. O perdão dos nossos pecados só é possível por causa de Jesus Cristo e é um perdão para sempre.

3. É pela fé na morte de Cristo em nosso lugar que temos paz com Deus (Rm 5:1). Não é o que somos ou o que fazemos. Ele fez. Isto é graça. Nós nos apropriamos. Isto é fé. Leia Efésios 2:8,9.

Leituras Diárias

Segunda: Êxodo 33:7-11

Terça: Êxodo 25:17-22

Quarta: Hebreus 9:11-14

Quinta: Romanos 3:25-26

Sexta: Lucas 18:9-14

Sábado: 1 João 2:1,2

Domingo: Salmo 78:38,39

A Escola de Jesus

Na escola secular aprendemos para a vida, na escola de Jesus o que aprendemos produz vida e vida em abundância. A primeira pode transformar pessoas, mas a segunda é a única cujos ensinos produz o novo nascimento.

EBD
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“Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas.” (Mateus 11:29 – NVI – grifo do autor)

 

Pr. Cleber Montes Moreira


A palavra jugo é símbolo de obrigação e de sujeição, e no texto refere-se ao ensino e disciplina do Mestre. Para os rabinos, tomar o jugo de alguém era “ir à escola de”. Assim, o que o Senhor está nos dizendo, em outras palavras, é: “Venham à minha escola, e aprendam de mim”. O que o Professor, manso e humilde de coração, quer nos ensinar são os benefícios da sujeição à Sua doutrina, e o prazer imoderado em Sua Palavra que é a lâmpada que ilumina nossos passos, e luz para o nosso caminhar (Salmos 119:105).

Enquanto os mestres judaicos impunham fardos pesados sobre o povo, aqueles que colocam seu pescoço sob o jugo do Senhor alcançam instrução que leva suas almas ao descanso (seu fardo é leve) pelo pedrão do pecado, justificação e entrada no reino de Deus. Sim, o conhecimento e obediência aos ensinos de Cristo leva o pecador à transformação de sua mente, à experiência do novo nascimento, e ao gozo da bendita esperança que o faz repousar na confiança daquele que é fiel e preparou para os seus uma herança eterna.

Pedro, como bom aluno, reconheceu que apenas o Metre tem “as palavras da vida eterna” (João 6:68). Isso porque a sua escola é a única que prepara o aluno para a vida aqui e no além.

O convite está vigente, e é para todos. Venha você também para a escola do Mestre dos mestres, venha aprender daquele cujas Palavras “são espírito e vida” (João 6:63).

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