“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade…” (2 Timóteo 4:3,4).
Pr. Cleber Montes Moreira
O culto começou e os fiéis já estavam eufóricos. A banda tocou algumas músicas, e a iluminação de neon deu o tom na reunião. A noite seria tremenda! Entre uma música e outra, palavras de conforto, de encorajamento, promessas e bênçãos. A última canção foi um clamor emocionante por restituição, e frases como “Quero de volta o que é meu!”, “Toma posse da vitória!”, “Toma posse da bênção!”, “Eu profetizo!”, “Eu determino!” (…) soaram como renovo de esperança. O pregador, cheio de unção, profetizou curas, conquistas e vitórias. Pessoas em lágrimas foram à frente, atendendo ao apelo do jovem pastor, na certeza de que — pela fé — todos os decretos e determinações proferidas já eram cumpridas em suas vidas. Após a reunião, ao som de louvores dançantes, o “exército de vencedores” celebrou a vitória em nome de Jesus.
Este é o tempo em que se cumpre a palavra dita por Paulo a Timóteo: “e desviarão os ouvidos da verdade.” O evangelho cômodo, desprovido da necessidade de arrependimento e conversão, tem produzido uma geração de crentes incrédulos, imediatistas, hedonistas, egoístas, que têm constituído para si mestres segundo seus desejos carnais e promovido um culto antropocêntrico. Para estes a Palavra é apenas um detalhe, ou pretexto, pois o que vale é o discurso que lhes afaga os ouvidos. Autoajuda, confissão positiva, teologias para atender às demandas humanas, somadas ao entretenimento, formam a mistura perfeita que oportuniza este falso evangelho que encanta falsos crentes.
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