Pastor Cleber: 2018
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EVANGÉLICOS SEM O EVANGELHO



Pr. Cleber Montes Moreira

Assim, eu lhes digo, e no Senhor insisto, que não vivam mais como os gentios, que vivem na futilidade dos seus pensamentos. Eles estão obscurecidos no entendimento e separados da vida de Deus por causa da ignorância em que estão, devido ao endurecimento dos seus corações.” (Efésios 4:17,18 – NVI).

Um cantor gospel participa de um evento num terreiro de candomblé. Uma famosa estação de rádio, dita evangélica, toca uma música cuja letra menciona Maria como medianeira. Um pastor evangélico participa com um padre, numa igreja católica, como oficializante numa celebração de casamento (para a Igreja Romana, um sacramento1). Um evangélico aceita ser padrinho2 de batismo de duas crianças numa cerimônia católica. Um pastor de jovens posta em redes sociais textos de apologia à Ideologia de Gênero. Outro pastor, de uma comunidade evangélica, convida um transexual para pregar em sua igreja. Diante destes e outros fatos, pergunto: O que há com os evangélicos de hoje? Abandonaram a Bíblia? Se esqueceram de seus princípios? Estão seguindo um “outro evangelho”? Se renderam ao ecumenismo que antes reprovavam? Ou, porque se conformaram ao mundo, adotaram o “politicamente correto”? Talvez por isso há quem diga: “Já não se fazem evangélicos como antigamente.” Eu concordo.

Houve um tempo em que ser evangélico era crer no evangelho e praticá-lo. Esta fé capacitava o crente para reagir contra as heresias, para identificar os falsos profetas e resisti-los na Palavra. Hoje, infelizmente, nem conhecem a Palavra de Deus, pois abandonaram-na, ou substituíram-na por alguma outra “verdade” humana, agradável, sem a exigência de compromisso, “inclusiva”, regada de “amor” (segundo o entendimento vigente na sociedade), e passaram a dialogar com outras correntes de fé (segundo um amigo meu “fezes”) antagônicas aos ensinos de Cristo. Estes “novos diálogos” abrem conversas que promovem o relativismo das Escrituras, sua “ressignificação”, sua “reimaginação” e consequente “reinterpretação”, a partir de perspectivas humanas, dos valores fundamentais da fé cristã. Esta degradação, num nível ainda mais baixo, acata debates sobre temas para os quais os evangélicos tinham opinião formada e embasada, tais como a inspiração, inerrância e autoridade da Bíblia, suficiência e exclusividade da Obra de Cristo, ecumenismo, aborto, uniões homoafetivas etc. O subproduto deste sincretismo religioso (e também social e político) é o que chamo de ‘evangélicos sem o evangelho’. Não é sem motivo que o crescimento vertiginoso dos evangélicos não tem causado os impactos esperados na sociedade que prossegue em franca derrocada.

Evangélicos sem o evangelho’, ainda que cultivem algum orgulho religioso, são pessoas perdidas, desprovidas da experiência de salvação e esperança real em Cristo. Porque não deram lugar ao Espírito Santo, ainda não conhecem a virtude do “poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16). Sem Cristo, e sem o evangelho, permanecem (porque são “gentios”) “obscurecidos no entendimento e separados da vida de Deus por causa da ignorância em que estão, devido ao endurecimento dos seus corações” (Efésios 4:18 – NVI).

1Casamentos e batismos são, para a Igreja Católica, sacramentos.
2Homem que apresenta alguém (ger. criança) para o batismo ou crisma, com o compromisso implícito de provê-la do necessário na falta dos pais; dindo, dindinho.

TEOLOGIA INCLUSIVA



Pr. Cleber Montes Moreira


“Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.” (Romanos 1:25 – ACF)

Embora se afirme que a Teologia Inclusiva seja “um ramo da teologia tradicional”, ela é, na verdade, um rompimento com os valores cristãos como ensinados na Bíblia. Uma vez que está voltada para a “inclusão, prioritariamente, das categorias socialmente estigmatizadas como os negros, as mulheres e os homossexuais” (e outras) sem, todavia, anunciar-lhes o arrependimento e o novo nascimento como condição para a inclusão no Reino, contraria o ensino do próprio Cristo que iniciou seu ministério terreno com estas palavras: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mateus 4:17 - ACF).1

Ao considerarem a posição cristã conservadora sobre o tema da sexualidade como “imposição de dogmas infundados e opiniões particulares como regras universais”, e “imposição de um pensamento ético puritano e castrador”, em decorrência do que o tema homossexualidade seja supostamente relegado “aos porões do fazer teológico”, e ao acusarem os teólogos e expositores cristãos, em sua maioria, de fundamentarem suas interpretações em duas ou três passagens das Escrituras, os teólogos inclusivos agem de má fé e se arvoram detentores de uma hermenêutica acima de qualquer suspeita.2 Não é novidade que todo herege se considere dono da verdade.


O “amor” como única doutrina:

Frases como “Deus abençoa todas as formas de amor”, “Amor é amor e toda forma de amar é justa”, “Onde estiver o amor, ali Deus está” etc., são apenas algumas das afirmações que vemos circular pelas redes sociais e ambientes onde há propaganda inclusiva.

A Teologia Inclusiva, ainda que negue, proclama o “amor” como única doutrina. Foi exatamente o que ensinou um de seus exponentes num sermão em que chega a afirmar que se alguém é capaz de amar, mesmo que não tenha um relacionamento com Cristo, mesmo que não creia em Deus, está salvo: “Quem ama vive a realidade da fé, ainda que não confesse a fé.” Perceba que não é o arrependimento, não é a conversão, não é a santidade, mas o “amor” a doutrina elementar do “evangelho inclusivo”. A base bíblica para isso é “Deus é amor” (1 João 4:8b) como sempre, o texto é pretexto! Daí pegam uma frase de Agostinho, descolam de seu contexto, e com ela propagam seu pilar: “Ama e faz o que quiseres.”3

O “amor” que ensina a Teologia Inclusiva não vem de Deus, não é o amor ensinado nas Escrituras, mas é um amor hedonista, que procura conciliar vida religiosa com prazeres, interesses e pecados. Para suprir esta demanda é que surgem as chamadas “Igrejas Inclusivas” onde todos são aceitos como são e estão, sem convite ao arrependimento, onde se ensina que “pecado é não amar”.


A ressignificação das Escrituras:

Para se impor como verdadeira, a Teologia Inclusiva trata de ressignificar textos bíblicos que contrariam seus (des)valores, principalmente os que condenam práticas homoafetivas. É por isso que defende que as condenações encontradas no Velho Testamento referem-se às relações sexuais ligadas aos cultos pagãos, e que por se encontrarem ao lado de outras proibições como comer sangue ou carne de porco, já perderam a validade e não necessitam ser guardadas pelos cristãos.4


Pecado é pecado, a Verdade não pode ser relativizada:

John Stott afirmou: “A tolerância em relação ao mal não é uma virtude. Deus continua dizendo a seu povo para se santificar.” Sim, Deus continua dizendo ao seu povo que pecado é pecado, e que todo salvo deve afastar-se do pecado e buscar crescer em santidade. Deus não muda, sua Palavra também não, por isso que os valores de seu reino são eternos.

Quando os teólogos da Teologia Inclusiva relativizam a Bíblia e negam o ensino tradicional sobre o pecado, eles desafiam o Eterno e Imutável Deus e, por suas heresias, mudam a verdade em mentira, e criam um “evangelho” centrado na criatura e não no Criador, que contempla a carne e seus prazeres ao invés do “andar no espírito” (Gálatas 5:16). Os textos que seguem são bem explicativos, e ressignificá-los ou relativizá-los é no mínimo desonesto: “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus” (1 Coríntios 6:10); “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é” (Levítico 18:22); “Fujam da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo” (1 Coríntios 6:18); “A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o próprio corpo de maneira santa e honrosa, não com a paixão de desejo desenfreado, como os pagãos que desconhecem a Deus” (1 Tessalonicenses 4:3-5); “Fora ficam os cães, os que praticam feitiçaria, os que cometem imoralidades sexuais, os assassinos, os idólatras e todos os que amam e praticam a mentira” (Apocalipse 22:15). OBS.: Bíblia NVI, grifos do autor. Não apenas a homossexualidade, não apenas os pecados sexuais, mas a pratica de todo e qualquer pecado, se não houver arrependimento verdadeiro, leva à condenação eterna: “Pois o salário do pecado é a morte...” (Romanos 6:23) – ocultar este ensino é artimanha maligna para encher o inferno. Cuidado, os operários do engano trabalham sem descanso!


Reflita:

Deus não inclui em seu reino pecadores sem arrependimento, sem novo nascimento e, portanto, sem natureza transformada, seja ele branco, negro, índio, pardo, judeu, não judeu, hétero ou homossexual. O quesito para a salvação ainda é o mesmo, “necessário vos é nascer de novo” (João 3:7), e todo aquele que passa pela experiência da salvação deve abster-se das práticas pecaminosas e buscar a santificação: “Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (Romanos 6:2 – ACF). Não há mensagem mais inclusiva que a do verdadeiro evangelho, que anuncia a todos os homens, em todos os lugares, que se arrependam.

O discurso de amor da “Teologia Inclusiva” tem feito surgir muitos “bons samaritanos”, porém não tem colaborado no desenvolvimento de um caráter verdadeiramente cristão naqueles que dizem crer. Esta teologia falha tentando imprimir nas pessoas a imagem de um cristo preocupado com as demandas sociais, porém frouxo quanto aos valores eternos da Palavra e do Reino; um cristo universalista, incapaz de julgar o mundo por sua Palavra. Se este fosse o Cristo da Bíblia, ele teria falhado naquilo que ele mesmo ensinou. Mas, o Cristo jamais falha. Então, quem tem falhado? Aqueles que criaram uma bíblia, uma teologia, um cristo e uma igreja ao gosto do freguês.

Alguém poderá perguntar: “A Igreja do Senhor não é inclusiva?” Uma igreja verdadeiramente inclusiva é aquela que sai ao mundo em busca de pecadores, sem qualquer distinção, independente de quem e como estão, levando-lhes a mensagem do arrependimento, e não aquela que crê que eles podem vir a Cristo e continuar como estão.


2http://teologiainclusiva.blogspot.com (acessado em 04 de julho de 2018)
3https://www.youtube.com/watch?v=7e-Rm3Kq2C4 (acessado em 04 de julho de 2018)

ALEGREM-SE

Imagem: Pixabay


Pr. Cleber Montes Moreira

Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração.” (Romanos 12:12 – NVI – grifo do autor)

Não se trata de uma recomendação para alegrar-se nas coisas temporais, para ter contentamento no mundo, para buscar prazeres que produzam alegrias momentâneas, nem contentamento no dinheiro ou nos bens materiais. Todas estas coisas podem trazer certas alegrias, mas não aquela capaz de permanecer firme em meio às maiores adversidades. Não é uma alegria que acaba quando chega a noite, quando os ventos das tribulações sopram com violência, quando chega uma má notícia, ou quando o chão parece fugir debaixo de nossos pés.

Alegrem-se” não é uma exortação proferida por alguém que vivia num castelo, por um rei ou pessoa abastada, bem sucedida, ou por alguém que nunca sofreu aflições. Quem faz esta advertência é o mesmo que aos tessalonicenses escreve, de dentro de uma cela fria e escura: “Alegrem-se sempre” (1 Tessalonicenses 5:16 – NVI).

Esta é a alegria de quem olha para além da escuridão, das incertezas e dificuldades desta vida, que se ergue e fortalece da esperança que não pode falhar, que é sustentada pela perseverança na oração. Assim, observemos a ordem natural das coisas: É a oração que fortalece a que aquece a esperança, que produz a alegria que o mundo não desfruta nem compreende. É esta alegria na esperança que nos ajuda em tempos tão difíceis, para suportarmos com paciência as tribulações, sempre levando tudo a Deus em oração, e conservarmos um coração agradecido.

NADA DE BOM?

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Pr. Cleber Montes Moreira

“Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo.” (Filipenses 1:6)


Durante o culto todos cantavam:

Se tu olhares, Senhor pra dentro de mim, 
Nada encontrarás de bom (…).

Fomos salvos e o Espírito Santo passou a habitar em nós. Não nos tornamos perfeitos, mas o Senhor está realizando uma “boa obra” em nossas vidas. Sim, uma “boa obra”, digo, uma excelente obra. É uma “boa obra” porque é obra do Espírito do Eterno, e tem por objetivo nos aperfeiçoar para que “cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Efésios 4:13) – Esta é sua meta para nós! Ainda não somos como o Criador planejou, mas Ele continua trabalhando, e trabalhará “até ao dia de Jesus Cristo” quando, finalmente, “seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos” (1 João 3:2).

A consciência de que Deus está agindo em nós, realizando a “boa obra”, pode nos levar a cantar e a orar dizendo “Dá-me um coração igual ao teu, meu Mestre”, uma vez que desejamos progredir na carreira da fé, mas, definitivamente, isso não combina com “Se tu olhares Senhor pra dentro de mim, nada encontrarás de bom”. O Espírito Santo que em nós habita é bom, e tudo o que Ele fez, está fazendo, e ainda fará é bom. Seu fruto em nós é bom. Seu alvo para nós é bom.  Cantar esta música é, ainda que inconscientemente, desqualificar toda “boa obra” – que não é humana, mas divina – que tem sido realizada em nossas vidas.

O que cantamos deve ser expressão da nossa fé, e deve servir para ensinar, e não para confundir (Colossenses 3:16). Pense nisso!

SEJAM PACIENTES NA TRIBULAÇÃO

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Pr. Cleber Montes Moreira

“Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração.” (Romanos 12:12 – NVI – grifo do autor)

Como tal recomendação pode ser observada por uma geração que busca soluções imediatas? Se não temos calma para esperar uma chuva passar, o ônibus chegar, a fila andar, nem paciência com as coisas mínimas, como esperamos suportar pressões que muitas vezes parecem desafiar os nossos limites? Não encontramos na Bíblia nenhum ensino de que a vida seria fácil; em nenhum momento esta promessa nos é feita. Jesus mesmo disse, pouco antes de suportar a cruz: “Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo” (João 16:33 – grifo do autor). Sim, Aquele que em tudo foi tentado, atribulado, afrontado, humilhado, que carregou sobre si a vergonha de nossos pecados e foi crucificado, é quem deseja que nele tenhamos paz e bom ânimo (Hebreus 4:15). Ele foi exemplo perfeito de paciência, e ainda hoje tem boa vontade para conosco.

No texto bíblico a paciência vem depois da esperança, talvez como ensino de que a esperança produz a paciência: é o que vemos lá na frente, as promessas de Deus para nós, a linha de chegada, tudo o que nos está reservado na eternidade, convictos de que Ele nos ama, que nos motiva a continuar nossa jornada de fé sem desanimar. É como o lavrador que prepara a terra, semeia com esperança, e aguarda pacientemente a colheira – ele sabe que há um tempo próprio para cada espécie. A terra revolvida com violência pelo arado, o sol escaldante, as chuvas, o vento, o calor, o frio… todas as situações colaboram para que, no tempo apropriado, o fruto esteja maduro e pronto para ser colhido. Enquanto passamos por tribulações Deus está agindo, e o fruto do Espírito sendo produzido em nós. Precisamos esperar com paciência, sabendo que “Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Romanos 8:28).

A paciência, como fruto do Espírito, é a capacidade para suportar todas as coisas com humildade, mansidão, fé e resiliência, confiando na fidelidade daquele que governa e dirige todas as coisas. Que possamos exercitá-la, com per-se-ve-ran-ça!

ALEGREM-SE NA ESPERANÇA


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Pr. Cleber Montes Moreira

Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração.” (Romanos 12:12 – grifo do autor)


Há uma receita aqui que devemos seguir: ter alegria na esperança, ser paciente na tribulação, e perseverar na oração. Esta esperança não é uma esperança qualquer, não é aquela que é a “última que morre”, mas aquela que não pode sucumbir diante das situações mais adversas da vida, pois é a esperança que, pela fé, está firmada no Deus Eterno e inabalável, que ama o seu povo e sobre Ele derrama graça especial, diante de quem, por meio do Intercessor que é Cristo, temos entrada livre. É o Salvador, e não nós mesmos, quem nos conduz à este estado de graça, e nos mantém firmes, no gozo completo da presença e da bondade do Pai – Esta graça produz em nós tal esperança, na qual devemos nos alegrar (Leia Romanos 5:1,2).

Aqueles que são do mundo enquanto sofrem se desesperam, o salvos, porém, se alegram em meio ao sofrimento, pois compreendem que “a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu” (Romanos 5:3-5). Se aqueles que não estão neste estado de graça buscam socorro em sua própria força, em seu dinheiro, em sua capacidade, na ciência, na justiça humana, na religião etc., os salvos ousam olhar para o alto, e confessam sua esperança naquele que tudo pode. Como o salmista eles podem declarar: “O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra” (Salmos 121:2). Ainda que o mundo inteiro se abale, há confiança e viva esperança, pois “os que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não se pode abalar, mas permanece para sempre” (Salmos 461-3; 125:1).

A esperança do mundo pode gerar decepções e tristezas, mas a esperança do cristão produz alegria. A esperança do mundo é incerta, pois aquilo que se espera pode se concretizar ou não, já a esperança em Deus é, como o próprio Deus, inabalável. Esta esperança é o segredo daqueles que são do Senhor, por isso eles devem ser pacientes e agradecidos nos dias difíceis, perseverantes na oração, e se gloriarem nas tribulações – eles se refugiam no Altíssimo, e sabem que estão sob os cuidados daquele que governa todas as coisas, e, pela fé, vislumbram o fim que lhes está reservado: “Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada” (Romanos 8:18). Você tem esta esperança?

PRIMEIRO AMOR

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Pr. Cleber Montes Moreira

Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.” (Apocalipse 2:4)


Embora a igreja em Éfeso receba elogios da parte do Senhor por causa de seu trabalho, de sua paciência em meio ao sofrimento, e de sua intolerância para com os falsos mestres, ela é repreendida por ter abandonado o seu primeiro amor. O verbo traduzido por ‘deixaste’ significa “deixar ir, mandar embora, desistir, abandonar, esquecer”1, e denota uma ação voluntária, o que agrava ainda mais a situação.

Mais importante que realizar boas obras em nome do Senhor, que combater os hereges, que cultivar a resiliência em meio às turbulências e forças opositoras – embora estas coisas sejam indispensáveis –, é AMAR a Deus sobre todas as coisas, com um amor relacional, incondicional, fervoroso e prazeroso, com a consciência de que a medida deste amor deve aumentar mais e mais, e nos esforçarmos para que isso realmente aconteça.

A vida cristã não pode ser um fardo, uma obrigação, uma representação, nem ativismo religioso; servir a Deus sem amá-lo é pecado. Servir ao próximo sem amor é hipocrisia. O zelo que nos faz insensíveis torna-se em legalismo. Por isso a advertência: “Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te” (v. 5).

Antes de todas as coisas, decidamos amar a Deus e aos outros com um amor sincero, altruísta, que motive nossas ações, que confirme nossa fé, para que em tudo o Pai Eterno seja glorificado. Pense nisso!

1BEACON, Comentário Bíblico, Volume 10, página 412, CPAD, 2005
Rienecker, Fritz - Rogers,Cleon, Chave linguística do Novo Testamento grego, Vida Nova, 1985

AMABILIDADE E GENTILEZA




Pr. Cleber Montes Moreira

Não caluniem a ninguém, sejam pacíficos e amáveis e mostrem sempre verdadeira mansidão para com todos os homens.”
O amor deve ser sincero...”
(Tito 3:2; Romanos 12:9 – NVI)


Ser amável e gentil deveria ser um comportamento natural na vida de todos, principalmente para o cristão, mas não é. A amabilidade e gentileza não devem ser atitudes forçadas, praticadas por obrigação, ou mesmo por algum interesse. Se esconder alguma segunda intenção, se for oportunista, será dissimulada e desonesta.

Certa vez li num site:

Um supermercado fez a seguinte promoção: se, ao passar pelo caixa, o cliente não recebesse do atendente um cumprimento e um agradecimento ao final da compra, não precisaria pagar por ela. Certo dia, um homem passou as mercadorias pelo caixa, mas não recebeu nem o cumprimento nem o agradecimento do funcionário. O cliente, então, disse que não iria pagar pelas compras, como garantia a promoção. E o caixa explicou:
– Ah, meu senhor, a promoção foi só até ontem...

Este texto fez-me lembrar do modo como geralmente os visitantes são recepcionados em nossas igrejas: às vezes por uma equipe devidamente treinada, com sorrisos, abraços, apertos de mão… Outras vezes o dirigente pede aos membros para saudarem os visitantes mais próximos, ou para saírem de seus lugares e andarem pelo templo dizendo que sejam bem-vindos. O problema é quando a “promoção” acaba logo após o culto. Infelizmente isso se repete em outros ambientes e situações.

Ao lidarmos com as pessoas não podemos demonstrar sentimentos falsos, nem atitudes hipócritas. Se o amor não for sincero, já não é amor – é pecado! O cristianismo não é simulação, não é falso religiosismo, é um modo de vida firmado nos valores do evangelho; é vida que reproduz o caráter do Salvador – ser cristão é ser como Cristo, e isso inclui o modo como tratamos o próximo! Pense nisso.

VOCÊ TEM A UNÇÃO?

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Pr. Cleber Montes Moreira

E vós tendes a unção do Santo, e sabeis todas as coisas. E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis.” (1 João 2:20,27)

O líder do louvor, entre uma música e outra, orava insistente e fervorosamente: “Senhor, derrama a tua unção sobre o teu povo!”

No texto em epígrafe, a palavra traduzida por unção “marca a conexão dos cristãos com Sua cabeça”1, e, portanto, distingue o crente daquele que não tem parte com o Senhor. O escritor bíblico afirma com clareza: o crente verdadeiro tem a unção do Santo, e esta unção nele permanece. É importante saber que é o próprio Deus quem nos unge, que esta unção é o derramamento do Espírito Santo sobre todo aquele que crê, e que ela é para sempre (2 Coríntios 1:21; João 14:16). Não há salvo sem o Espírito Santo, o que significa que todos os que são de Deus são ungidos. Paulo nos ensina: “Se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Romanos 8:9) – ou você é ungido com o Espírito Santo, ou é um incrédulo; ou está possuído e selado pelo Espírito de Deus, ou não está conectado com Ele.

É a presença e ação do Espírito Santo em nós, trabalhando em nossas mentes, nos iluminando e guiando na verdade, que nos faz reconhecer os erros e as heresias propagadas pelos anticristos, e nos capacita a resisti-las (João 16:13). É Ele em nós – e esta é a verdadeira unção – que nos ensina e dá discernimento.

Quando alguém ora pedindo unção, está, ainda que inconscientemente, confessando incredulidade. Ou a pessoa ora porque ainda não é salva, ou por ignorar a Palavra, e quem não está devidamente preparado não pode estar à frente do povo para ensinar (1 Timóteo 3:6). Pense nisso!

1Rienecker, Fritz - Rogers,Cleon, Chave linguística do Novo Testamento grego, Vida Nova, 1985

FAÇAMOS UM DEUS...

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Pr. Cleber Montes Moreira


O ferreiro, com a tenaz, trabalha nas brasas, e o forma com martelos, e o lavra com a força do seu braço… O carpinteiro estende a régua, desenha-o com uma linha, aplaina-o com a plaina, e traça-o com o compasso; e o faz à semelhança de um homem, segundo a forma de um homem, para ficar em casa.” (Isaías 44:12,13).


E disseram alguns homens: “façamos um deus à nossa imagem e semelhança, segundo nossos interesses e conveniências, que nos seja subserviente e nos dê prazer.” Então formaram um deus conforme à sua vontade, lhe abençoaram e lhe disseram que lhes fosse obediente, indulgente, amoral, indiferente a seus pecados, e de espírito mutável. Deram-lhe ordens para que dominasse sobre as enfermidades, espíritos e forças oponentes. Ordenaram-lhe inda que lhes fizesse promessas, que lhes desse prosperidade, que lhes realizasse toda sorte de desejos e que nunca lhes exigisse coisa alguma; que se sujeitasse à sua vontade e se agradasse de sua religiosidade antropocêntrica, que se alegrasse com suas celebrações festivas, com seus louvores triunfalistas, com seu egoismo e comportamento mundano, e que vivesse para a sua glória. Estes homens ergueram em seus corações um altar para este deus, criaram templos por toda parte, constituíram sacerdotes, estabeleceram rituais para cultuá-lo, e lhe escreveram um ‘evangelho’ que respalde seus princípios e valores. Foi assim que “escolheram os seus próprios caminhos, e se deleitaram nas suas abominações”, e “mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador” (Isaías 66:3; Romanos 1:25).

APOSTASIA DOS ÚLTIMOS DIAS

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Pr. Cleber Montes Moreira


Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios.” (1 Timóteo 4:1)


Paulo não se referia a pessoas alheias à vida da igreja, mas àqueles que em sua realidade se desviariam pelo caminho do engano. Observem o que ele diz em 2 Timóteo 4:3,4: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” Não é novidade que pessoas estejam buscando um evangelho que lhes traga comodidade, benefícios e satisfação neste mundo.

Em nenhum outro tempo houve tantos falsos mestres, constituídos nas igrejas, segundo a conveniência do povo, para pregar aquilo que agrada a plateia. Essa gente levou para os templos a filosofia, a palavra de autoajuda, o evangelho fácil e conveniente, os sermões politicamente corretos, os louvores antropocêntricos, o entretenimento, a arte… A sã doutrina foi substituída pela ‘inteligência emocional’, a dependência da ação de convencimento do Espírito Santo por recursos ‘neurolinguísticos’, o treinamento e a edificação dos crentes na Palavra pela teologia do ‘coaching’.

As pessoas estão cheias de muita coisa, mas vazias de Deus. Elas estão encontrando contentamento temporal num evangelho desprovido da cruz, que não lhes exige nada: nenhuma mudança, nenhum comprometimento com a missão, nenhum envolvimento com o Senhor… podem até estar vivendo a experiência de um falso avivamento. Em muitos casos esta espiritualidade enganosa é regada por Campanhas, inclusive de oração, bem elaboradas, por uma atmosfera emocional favorável, e pelo engajamento dos membros em algum propósito alheio à missão da igreja.

Este é um tempo em que evangélicos sem o evangelho elegem ídolos para si, que membros de igrejas são atraídos por malabaristas da palavra’, que pessoas sem apetite pela verdade saem em busca de alguma novidade, e que muitos se preocupam com o que Deus pode fazer por suas vidas, e não em servir e ter contentamento no Senhor em toda e qualquer circunstância. Querem o melhor de Deus, e não o próprio Deus. Fato é que há igrejas – se é que tais instituições fazem jus ao nome – que nunca precisaram tanto de arrependimento (Apocalipse 3:19). Pense nisso!

UMA PORTA FECHADA

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Pr. Cleber Montes Moreira


“Eis que estou à porta, e bato...” (Apocalipse 3:20)


Podia ser a porta de uma residência, de um prédio comercial, de uma escola, de uma instituição pública, de uma casa noturna, de um prostíbulo… Não era uma porta física, com ferrolhos, nem com sofisticado sistema de vigilância. Era uma porta da mente, do coração, da vontade, bem trancada e com a chave do lado de dentro. Estava fechada de propósito, e guardava em seu interior a indiferença, a soberba, a falsa riqueza de quem era pobre, miserável e desgraçado. Ocultava também a nudez de quem julgava estar bem vestido, e a cegueira de quem pensava enxergar. A porta trancada escondia uma segurança ilusória, o conforto de uma religiosidade hipócrita, um evangelho falso, uma espiritualidade carnal… Naquele lugar muitos se sentiam bem. É provável que ali egos fossem massageados, que sermões e palavras doces fossem ouvidas, que pecadores inveterados nunca fossem confrontados e “pecados de estimação” jamais tratados. Talvez o amor fosse tema recorrente nos estudos, sermões, cânticos e conversas, e que assuntos como pecado, arrependimento, disciplina, doutrina etc., não fossem abordados para não desagradar ninguém. Talvez a comunhão fosse tratada com muito empenho, estrategicamente, para manter a fraternidade entre pessoas com a mesma convicção e fé morna ao ponto de ser indigesta para Aquele que tudo vê.

Lamentavelmente não era uma porta de um lugar comum ou mesmo indesejável, onde o Cristo não fosse bem-vindo. Era a porta de um corpo local, a porta da Igreja de Laodiceia. Sim, a porta da igreja estava fechada para aquele que deveria ser seu Senhor e Cabeça. Mas, o que é um corpo sem cabeça, além de um amontoado de membros mortos? Assim é toda igreja que fecha sua porta para Cristo. E, infelizmente, há muitas Laodiceias em nosso tempo! Pense nisso.

NÃO HÁ MEIO TERMO

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Pr. Cleber Montes Moreira


“Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.” (Mateus 12:30)


Uma posição de neutralidade em relação ao evangelho é impossível; no plano espiritual não existe um lugar chamado “em cima do muro” – ou você é por Cristo, ou contra Cristo, ou trabalha por Ele ou contra Ele, ou serve a Deus ou àquele que se lhe opõe, ou vive na luz ou nas trevas, ou se submete ao Senhor dos Senhores ou às hostes do mal, ou caminha para um futuro eterno de glória ou para o abismo de sofrimento sem fim.

O evangelho não é um sistema para quem busca vantagens, ele é uma senda que leva ao calvário. Ele não é uma fórmula para o sucesso neste mundo, mas um convite para servir, e não para ser visto; não exalta o homem, mas a Deus – é um chamado para a morte, para aniquilação do ego, para o despojar das velhas coisas e entrada numa vida nova, dominada e orientada pelo Espírito Santo. O evangelho não comporta a falsa humildade, mas exige quebrantamento sincero. Não é rasgar a roupa, mas o coração (Joel 2:13).

Ou você vive segundo a “loucura da cruz”, ou se conforma com o mundo e ofende a Deus. Não existe uma terceira via, ou o caminho estreito que leva à vida, ou o caminho largo que leva à perdição. Ou você é amigo de Deus, ou amigo do mundo, sendo que uma escolha, necessária e imprescindivelmente, exclui a outra (Tiago 4:4).


Cristianismo é isso: ou você toma a sua cruz, ou aceita as 30 moedas… Como disse Moody, “no conflito com Satanás, a neutralidade é impossível.” De qual lado você está? Neste caso, a dúvida é uma sentença de morte – livre-se dela, ur-gen-te-men-te!

AMAR ASSIM É POSSÍVEL?

“O menino do pijama listrado” - Imagem de Divulgação



Pr. Cleber Montes Moreira

“Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus.” (Mateus 5:44)


Não é para amar apenas alguém com quem temos laços e afinidades, seja o pai, a mãe, o cônjuge, o filho, o irmão ou um outro parente ou amigo. Não é para amar quem pode retribuir nosso amor, ou amar quem tem algo a oferecer; não se trata de um amor interesseiro. Não é amar só quem nos ama. Não é amar apenas quem nos faz feliz; pois “O amor é sofredor, é benigno… Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Coríntios 13:4,7). Não é amar alguém por suas virtudes. Não é amar quem merece ser amado. “Se vocês amam apenas aqueles que os amam, que mérito têm? Até os pecadores amam quem os ama” (Lucas 6:32 – NVI).

Quem ousaria amar um ofensor, um roubador, um traficante, um estuprador, um sequestrador, um homicida ou outro criminoso? Talvez a mãe, o pai, o irmão, um amigo de infância… Normalmente ninguém amaria pessoas tão indesejáveis. Mas é exatamente isso que Jesus nos manda fazer! O evangelho quebra paradigmas, transforma e capacita para amar quem jamais amaria, e torna objeto do amor os mais rejeitados e repugnantes. Cristo mesmo nos deu exemplo quando nos amou e nos reconciliou com Deus, quando ainda éramos inimigos (Romanos 5:10) – na cruz Ele amou a todos, sem exceção!

Amar é possível porque fomos amados. Amar é possível porque o Espírito Santo nos capacita para amar. Amar é possível porque o amor do Pai está em nós. Amar é possível apesar de quem somos, e de quem são os que necessitam ser amados. Amar é possível porque Cristo vive em nós.

O amor não é um mero sentimento, é antes um dever; o amor é fruto de uma natureza transformada, e só quem tem a mente de Cristo pode entender isso!

POEMA DO ABORTADO


Pr. Cleber Montes Moreira


Seria lindo ver a luz do sol,
E todas as cores e formas no mundo,
Viver a vida em sua intensidade
E desfrutar de Deus a bondade.

Tua voz seria a mais linda das melodias,
Teu abraço me sentiria tão seguro,
Em teu seio encontraria todo conforto,
Em teus conselhos meu norte e futuro.

Você seria a pessoa mais sublime;
Eu te reverenciaria por toda vida,
O teu nome seria para mim o mais doce...
Eu te chamaria MÃE, mas agora te chamo ASSASSINA.


A PAZ OU A ESPADA?

espada
Imagem: Pixabay


Pr. Cleber Montes Moreira

“Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.” (Mateus 10:34 – Leia de 17 a 39)


Faz muito tempo que li este texto pela primeira vez. Era ainda um adolescente e, confesso, fiquei chocado. Como poderia aquele que veio movido por tão grande amor, para salvar, fazer tão grave confissão? Como poderia aquele que foi intitulado “Príncipe da Paz”, ao invés de paz, promover a discórdia entre pessoas? E mais, Jesus ainda disse: “Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; e assim os inimigos do homem serão os seus familiares” (vs. 35,36). Percebam que Ele, ao invés de promotor da paz, se apresenta como causa de discórdia entre pessoas, a começar na própria família. Um dia, depois de certo tempo, compreendi tal ensino, e meu coração descansou.

A palavra traduzida por espada indica ‘confusão’ e ‘conflito’, e é exatamente o que Jesus provoca entre certas pessoas. Há muitos relatos de muçulmanos que, ao receberem a Cristo como Senhor e Salvador, foram expulsos de suas casas, perseguidos, presos e até mortos, muitas vezes sendo denunciados por gente da própria casa. Há casos de esposas convertidas que foram abandonadas por seus maridos. Há muitos relatos de contendas em famílias por causa de alguém que tenha experimentado a nova vida em Cristo. É como está escrito: “E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão” (v. 21). Estes conflitos, porém, transcendem as casas, ocorrendo também nas escolas, no trabalho, e onde quer que um novo crente é visto com um ‘olhar atravessado’. Há discórdias entre religiosos, guerras entre nações, perseguições coordenadas, tudo por causa do nome de Jesus. O que dizer da Inquisição Católica? E da Inquisição Protestante? Quanto mal já foi cometido pelo ódio ao Senhor, ou, equivocadamente, em nome dele? A doutrina que une é a mesma que separa. A causa não está em Cristo e seus ensinos, mas no coração do homem.

Eu vejo, na Bíblia, uma explicação para isso: “Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha” (Mateus 12:30). A doutrina do Mestre provocou repulsa nos escribas e fariseus. O evangelho ainda é objeto de ódio pelo mundo. Porém, a mesma doutrina que divide, une aqueles que, por conhecerem a Verdade, foram por ela libertos. Os salvos são aqueles que perseveram, unidos – em santa comunhão – na mesma dou-tri-na (Atos 2:42). Portanto, as opiniões sobre Cristo podem dividir, a teologia pode separar pessoas, o denominacionalismo religioso pode ser motivo de guerras, os “achismos” podem servir de discórdia, o evangelho pode despertar o ódio de opositores, mas a Verdade, e somente a Verdade, une aqueles que nela creem e por ela vivem. É assim que Cristo traz paz, mas também confusão. Por causa da fé somos amados por uns e odiados por outros. Está escrito: “E de todos sereis odiados por causa do meu nome” (Lucas 21:17).

Negar a Cristo, ou confessá-lo diante dos homens (vs. 32,33)? E se por causa do Salvador perdemos amigos, o amor da família e formos rejeitados e/ou perseguidos? Que fazer? Abandonar a fé, ou perseverar? Escolher a Cristo, ou àqueles que amamos? A resposta está no próprio texto: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim” (v. 37). Portanto, se tivermos que escolher entre estar em paz com as pessoas ou com o Senhor, escolhamos o Senhor. Se nosso viver em Cristo soa como uma “declaração de guerra”, que não retrocedamos, jamais, da fé naquele que nos salvou.

O MELHOR ARGUMENTO


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Pr. Cleber Montes Moreira

“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida. O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos...” (1 João 1:1, 3a)

O apóstolo João, ao dirigir-se a seus leitores, o faz com a autoridade de quem esteve e conviveu com Jesus Cristo. Ele foi testemunha ocular, ouvinte direto, e suas mãos tocaram a Palavra da Vida encarnada, o Verbo divino, o Filho de Deus. Uma testemunha fala do que presenciou, relata uma experiência testemunhal. Uma coisa é falar do que viu, outra é contar algo com base no “ouvi dizer”. Assim, nosso testemunho terá valor se for baseado numa experiência pessoal com Jesus, e não em informações transmitidas por terceiros. A fé é relacional, e não uma experiência terceirizada. Daí a afirmação de que “filho de crente não é crentinho”.

Provavelmente, os leitores de João eram crentes de segunda ou terceira geração, que receberam a Palavra do evangelho transmitida por seus pais, ou por outras pessoas sem, contudo, terem tido um relacionamento com o Salvador. Daí a importância da afirmação de João sobre sua experiência pessoal com Cristo, como argumento principal de sua autoridade espiritual.

Um dos maiores problemas da igreja de hoje é justamente este tipo de fé herdada dos pais, ou de outras pessoas, infrutífera, impotente para a obra da salvação. Daí tantos membros de igrejas confessando a Jesus, todavia perdidos, sem arrependimento, justamente porque falta vida relacional com o Senhor. Por isso, quem goza desta experiência precisa falar com vigor e autoridade, exortando e, especialmente, evangelizando os que sem salvação estão agregados à igreja local. O testemunho do verdadeiro crente é de valor incalculável, é seu melhor argumento, poderoso e persuasivo.

Você pode contar sobre sua experiência com Cristo? Então faça isso! Não pode? Então precisa, urgentemente, de um encontro transformador com o Salvador, para que experimente o novo nascimento, sem o qual não poderá entrar no Reino de Deus. Pense nisso!

DEUS SEJA LOUVADO


DEUS SEJA LOUVADO


Pr. Cleber Montes Moreira

“Fazei tudo para glória de Deus.” (1 Coríntios 10:31)


Cada vez que alguém entra numa lotérica e marca um jogo; cada vez que alguém entra num bar e pede uma bebida, ou compra um maço de cigarros; cada vez que ocorre um suborno ou pagamento de propina, desvio de verbas; sempre que alguém compra ou vende pagando em espécie, lá está o dinheiro circulando, e com ele a famosa frase “Deus seja louvado”, impressa na parte inferior esquerda de todas as cédulas de real. Não importa se o negócio é honesto ou desonesto, o “Deus seja louvado” está sempre lá, onde o real estiver, mesmo que seja numa cueca ou meia suja de algum político corrupto, ou até nas bocas de fumo.

O apóstolo Paulo diz que em tudo devemos glorificar a Deus: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1 Coríntios 10:31 – grifo do autor). Isso inclui todas as nossas ações, pensamentos e interesses do coração. Tudo o que fizermos, todos os pensamentos que cultivarmos, todos os desejos e planos, sonhos e realizações devem ter como principal motivo honrar e glorificar a Deus. Este princípio também se aplica à forma como gastamos nosso dinheiro. Até porque, nossa satisfação deve estar em Deus, e não naquilo que o dinheiro possa comprar, seja lícito ou não. Quantas pessoas gastam seu dinheiro de forma errada, com prejuízos para sua saúde? Quantos deixam de levar o pão para casa para gastar em jogos, bebidas, drogas, luxúria e outras coisas? Quantos gastam seus recursos desordenadamente, mas continuam vazios? “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer?” (Isaías 55:2a).

O fato de o “Deus seja louvado” estar impresso em cada nota de real não significa que o modo como as pessoas usam o dinheiro agrade a Deus. Entretanto, nós, os salvos, orientados pelo Espírito Santo e pelos valores da Palavra Santa, devemos administrar nossos recursos como sendo parte de nossa adoração. Se assim fizermos, verdadeiramente Deus será louvado! Pense nisso!

É NA CRUZ QUE VENCEMOS

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Imagem: Pixabay


Pr. Cleber Montes Moreira


Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” (Tiago 4:7)


Tenho visto muitas receitas de bolo sobre como vencer o diabo. O tema “batalha espiritual” está sempre em pauta, na maioria das vezes tratado de forma fantasiosa. Livros e mais livros, vídeos com mensagens sobre o tema etc., dão dicas sobre como lutar contra as hostes malignas. Na verdade não podemos vencer o inimigo com métodos humanos, nem mesmo com métodos supostamente espirituais mas desconexos do ensino Bíblico. Nossa força, inteligência, amuletos, superstições, religiosidade e outros recursos não bastam. Não podemos vencê-lo por nós mesmos. Mas, há um lugar onde isso é possível: na Cruz! Lá é lugar de morte, onde nossos desejos pecaminosos, intenções malignas, paixões, língua afiada, egoismo e toda inclinação má é crucificada. É na cruz que renunciamos à velha vida e nos sujeitamos a Deus, onde a natureza pecaminosa é exposta à vergonha e morte. É lá que morremos para nós mesmos, para que, então, vivamos para o Autor e Consumador de nossa fé. É na cruz que sentimos nossas misérias, lamentamos, choramos e nos humilhamos perante àquele que nos dá razão para sorrir e que nos exalta. É na cruz que morremos como escravos para, então, nascermos livres. Por isso o diabo odeia a cruz.

É verdade que mesmo sendo salvos seremos ainda tentados, e teremos de lidar com a sombra do velho homem. Porém, sempre que isso ocorrer, lembremo-nos de que a velha natureza foi mortificada na cruz, e agora, feitos novas criaturas, nos submetemos ao Senhor para que andemos em novidade de vida.

Se o Maligno quiser nos apanhar em laços, resistamos, persistentemente, negando nossa carne e suportando, diariamente, a nossa cruz. Se o Adversário proferir acusações contra nós, tenhamos em mente que “agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Romanos 8:1). Não derrotaremos Satanás com ‘fórmulas mágicas’, mas podemos resisti-lo na cruz; é lá que vencemos.

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