Um título honroso

“Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo, e o irmão Timóteo, ao amado Filemom, nosso cooperador, e à nossa amada Áfia, e a Arquipo, nosso camarada, e à igreja que está em tua casa.” (Filemom 1:1,2)

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Pr. Cleber Montes Moreira

Certa vez, ainda novato no ministério pastoral, estava por apresentar ao público o orador daquela noite, quando ele me pediu, ao pé do ouvido: “Diga que eu sou o pastor, doutor, fulano de tal.” Aturdido, mencionei seus títulos e histórico como pastor. Se fosse hoje, não sei se o faria. Noutra ocasião, em situação semelhante, ao tomar informações com o orador para apresentá-lo, ele disse: “Fale penas que sou um servo do Senhor.” Este último possuía títulos, mas sentia-se honrado em servir.

Formação acadêmica e títulos são muito importantes, e cada vez mais exigidos. Há igrejas que durante a sucessão pastoral logo pedem que os candidatos apresentem seus currículos. Um colega de confiança certa vez mencionou um caso em que uma igreja teria demitido seu pastor por um motivo simples: ele ainda não havia escrito um livro. O ministério pastoral está cada vez mais profissional. Agora temos até Treinamento Coaching para Pastores.

Não sou contra a busca por conhecimento e o acúmulo de títulos, entendo ser necessário, muito necessário, porém formação não é aferidor de caráter, nem substituto de integridade cristã, muito menos legitima o chamado. Sabemos que a verdadeira sabedoria vem do alto, e que a Bíblia continua sendo o principal instrumento dos que exercem o pastorado. Aliás, o pastor precisa ser aprovado por Deus, a quem serve, e manejar bem a Palavra da Verdade (2 Timóteo 2:15). Não adianta ser como aquele “pastor e doutor”, ostentar vários títulos e depois se tornar uma vergonha para o evangelho.

Todos sabemos quem foi Paulo, sua formação e sua importância para a história do cristianismo (Atos 22:1-3 e 25-30). Ele bem poderia ostentar seus títulos, porém, escrevendo à Filemon, prefere se intitular como “prisioneiro de Jesus Cristo”, coisa que faz por três vezes nesta carta (vs. 1,9 e 23). Para ele, um título honroso.

Não sou maior que meu Senhor

Apenas servo sou,

Apenas servo e nada mais.

(Espinhos, Grupo Logos)