Pastor Cleber: outubro 2015
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FUMAÇA, FOGO E PREJULGAMENTOS

“Não julgueis, para que não sejais julgados” (Mateus 7:1)


Pr. Cleber Montes Moreira


Há duas frases da sabedoria (ou ignorância) popular sobre as quais quero refletir. A primeira diz: “Onde há fumaça há fogo.” A segunda é um provérbio português, que afirma: “O povo aumenta, mas não inventa.”

Quando pessoas fazem tais afirmações sobre boatos que circulam a respeito de outras, sejam do círculo de sua convivência, da sociedade local, de celebridades, políticos etc, sobre qualquer assunto, acabam, ainda que inconscientemente, usando uma regra preconceituosa para medir a todos, indistintamente. Eu chamo isso de “prejulgamento”, ou seja, estabelecer opinião, juízo, julgamento, firmado em suposições. Com base nesta regra, qualquer calúnia será tida como verdadeira, pois “onde há fumaça há fogo”, ou “já houve”, e “o povo aumenta, mas não inventa.”

Em 2014, Fabiane Maria de Jesus, aos 33 anos de idade, foi vítima deste tipo de prejulgamento. Ela faleceu dois dias após ser espancada pode dezenas de moradores de Guarujá, litoral de São Paulo, por ser parecida com uma pessoa de uma foto que circulava na internet, supostamente sequestradora de crianças para utilizá-las em rituais de magia negra. Bastou que alguém a “reconhecesse” como a pessoa da foto para que outras, baseadas neste “reconhecimento”, fizessem “justiça com as próprias mãos.” Detalhe: a nota divulgada na internet, desencadeadora da confusão, era falsa.

Outro caso, ocorrido há mais tempo, foi de um casal que fazia transporte escolar na Cidade de São Paulo, acusado de abusar sexualmente das crianças que transportava. A notícia ganhou notoriedade na TV e nos jornais. Os acusados tiveram sua vida devassada. A cada dia surgiam novas denuncias e testemunhos sobre crianças violentadas. Pela opinião pública, o casal já estava julgado – era, sem qualquer dúvida, culpado! Entretanto, após tanto barulho houve um longo silêncio: as emissoras de TVs, os jornais televisivos e impressos pararam de noticiar sobre o assunto. É que descobriu-se que o casal era inocente. O Ministério Público deu o caso por encerrado, e permitiu a troca dos nomes dos acusados para que pudessem iniciar uma vida nova. Mas, o prejuízo foi incalculável e as feridas criaram marcas que ficarão para sempre na memória.

No dois casos citados, a sabedoria popular revelou ser uma enorme ignorância: havia fumaça, mas não fogo; o povo inventou e aumentou, sem dó nem compaixão, com o agravante de falsos testemunhos. É certo que até aqueles que fazem uso de tais regras, não querem ser julgados pelos mesmos critérios. Este julgamento impiedoso, injusto e punitivo é severamente combatido por Jesus: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós” (Mateus 7:1,2). Comentando o ensino de Jesus, William Barclay disse bem: “Houve tantos casos de julgamentos equivocados que se acreditaria que os homens deveriam aprender a abster-se totalmente de julgar a outros.” Os juízes erram, quanto mais as pessoas comuns.

“Ouvi dizer” não é, necessariamente, verdade. Nossa opinião deve ser formada com base nos fatos, e não em boatos. Cuidado com as calúnias, além de ser pecado têm poder destruidor. Podemos formular juízo, opinião embasada, mas não estabelecer prejulgamentos e condenações. Deus nos deu senso crítico, mas não nos constituiu juízes. E, finalmente, a Bíblia e não a “sabedoria” popular deve reger nossas convicções e ações.

SER CRISTÃO OU SER “A UNIVERSAL”?

Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.” (Hebreus 11:13)



Pr. Cleber Montes Moreira



Há um comercial de TV que já está ficando repetitivo. Nele, pessoas bem-sucedidas contam sua história de vida, declaram seu progresso, vitórias e sucessos, e terminam seu testemunho sempre com a frase: “Eu sou a Universal!” Esta é uma propaganda motivacional que visa vincular a ideia de prosperidade, de conquistas, de sucesso e felicidade àquela denominação religiosa. Certamente que muita gente é estimulada por esse marketing, tornam-se simpatizantes e até seguidoras deste tipo de “evangelho” cujo foco está no sucesso temporal, e não na salvação eterna. Interessante que, ao contrário destas pessoas, os heróis da fé não tiveram vida fácil. Na verdade, o escritor bíblico diz que eles “morreram na fé, sem ver o cumprimento das promessas…”. Simplesmente creram. Se guiaram por fé e não por vistas. Viveram na Terra como estrangeiros e peregrinos (Hebreus 11:13).

Dentre os personagens mencionados no capítulo 11 de hebreus, a narrativa sobre Moisés é realmente interessante e oportuna. Diz o texto: “Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado; tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível” (Hebreus 11:24-27). Ele tomou o caminho contrário ao que prega hoje o evangelho da prosperidade: “recusou ser chamado filho da filha de Faraó”, o que significa que rejeitou todas as glórias e benesses do reino, “escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus”, considerando obedecer a Deus algo mais precioso que os “tesouros do Egito”. No final, não entrou na Terra, apenas a viu de longe.

O texto bíblico ainda diz: “E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados… (Hebreus 11:36,37).

Certamente que pessoas tipo os “heróis da fé” não podem ser “garotos-propaganda” deste falso evangelho. O que teriam a dizer se testemunhassem naquele comercial de TV? Contar suas humilhações não seria “politicamente correto”.

O que é mais importante, ser cristão, ser guiado pela fé, ainda que em meio ao sofrimento, ou ser “A Universal”? Eu já fiz a minha escolha, e você?

SEJA VOCÊ TAMBÉM UM “HERÓI DA FÉ”

“Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó.” (Hebreus 11:24 – Leia até o verso 29)


Pr. Cleber Montes Moreira


Por causa da Minissérie “Os Dez Mandamentos”, exibida pela TV Record, muitas pessoas começaram a olhar com mais interesse e curiosidade para Moisés, o escolhido de Deus para libertar Israel da escravidão do Egito e guiá-lo rumo à Terra Prometida. Muitos passaram a reconhecê-lo como uma pessoa de fé, por ter renunciado à vida e às benesses do palácio para lutar pelo seu povo. Realmente nosso “herói da fé”, cujo nome está eternizado na “galeria da fé”, na Carta aos Hebreus, tem uma história admirável. Mas, admirá-lo é uma coisa, outra é seguir o seu exemplo. Uma coisa é observarmos sua história como meros espectadores, outra é incorporar ao viver as lições relatadas na Bíblia. Pergunto: Quantos de nós faríamos escolhas e renúncias tão importantes, como fez Moisés? Quantos de nós deixaríamos uma vida boa num palácio, ou mesmo o conforto de nossas casas, regalias, emprego, família, ou qualquer outra coisa para cumprir o chamado de Deus irrestritamente? O que nos leva para mais perto do Pai celestial não é admirar alguns dos personagens bíblicos, nem mesmo a Jesus. Até porque o Filho de Deus quer discípulos e não admiradores; Ele quer um povo santo que o obedeça e o adore, e não uma plateia atenciosa.

Moisés é, certamente, um dos maiores exemplos de renúncia e obediência que encontramos no Livro Sagrado. Ele nos serve de modelo. Sua história de vida deve ser para nós exemplo e motivação, para que também vivamos e façamos grandes coisas movidos pela fé genuína no Deus único e verdadeiro. Quando você ler a Bíblia, ou mesmo ligar sua TV num filme ou minissérie que retrate algum personagem da Bíblia, pense em todos os valores e lições ensinadas por estes verdadeiros “heróis.” Seja você também um “herói da fé”, no sentido exato da palavra, como está na Bíblia – escolha servir a Deus! Você está preparado?

DUAS COISAS A EVITAR


Pr. Cleber Montes Moreira

“Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta.” (Hebreus 12:1)

Você já viu, ainda que pela TV, alguma corrida de obstáculos? Podemos dizer que a fé é também “uma corrida de obstáculos”. O texto nos fala de, pelo menos, dois tipos de obstáculos que devemos vencer, se quisermos manter o foco no alvo e prosseguir na carreira cristã: o “embaraço” e o “pecado que tão de perto nos rodeia”. Imagino que esta foi a fórmula dos heróis da fé, cujos nomes estão relacionados em Hebreus 11, e aqui, no capítulo 12, aparecem como sendo “uma tão grande nuvem de testemunhas”. Eles não se embaraçaram, não deram lugar ao pecado, mas venceram os percalços, compreendendo que deveriam alcançar o seu objetivo. Foram servos obedientes, determinados, corajosos, que não cederam à tentação, não se acovardaram diante das perseguições, nem desistiram de seu chamado. Muitos morreram por causa de sua fidelidade a Deus.

Embaraço significa “qualquer fato ou coisa que dificulta ou impede; dificuldade, complicação, atrapalhação”. Quando penso em embaraço lembro-me do que são as redes para os peixes. Elas impedem sua jornada, os aprisiona e os leva para a morte. O diabo está diariamente lançando suas redes, com o mesmo propósito. A Bíblia, porém, nos exorta: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra” (2 Timóteo 2:4). Os “negócios” desta vida têm sido o maior embaraço à realização da Obra de Deus: o trabalho secular, as carreiras profissionais, a ambição pelo dinheiro, pelo conforto e tantas outras coisas impedem que pessoas militem com diligência. Gente assim se esquece do que disse Jesus: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” (Mateus 16:26).

Devemos também evitar “o pecado que tão de perto nos rodeia”. Lembro que a ideia principal sobre pecado, conforme a teologia, é “errar o alvo”. Assim, todas as vezes que você deixa de olhar para Cristo, está pecando. Tudo o que desvia sua atenção do foco principal, te faz pecar. Toda ocupação que te impede, toda preocupação desnecessária, os cuidados demasiados com a própria vida te fazem pecar. Estas coisas são tão comuns que podemos dizer que “nos rodeiam”.

Como está seu desempenho na corrida da fé? Tem se atrapalhado com os obstáculos, ou tem prosseguido com sucesso? Seus olhos continuam fitos em Jesus? Pense nisso!

O ALVO PERFEITO

OLHANDO PARA JESUS, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” (Hebreus 12:2 – destaque do autor)



Pr. Cleber Montes Moreira



“Olhando para Jesus” indica o “ponto” onde devemos focar nosso olhar. Ele é a referência que norteia a vida rumo ao sucesso na jornada cristã. Olhar para outro alvo é caminhar rumo ao fracasso. Muitos erram, porque se distanciam da vontade de Deus, porque fixam o olhar noutra direção, noutro “objetivo” que não o Salvador. É bom lembrar que “pecado é errar o alvo”, ou “atingir o alvo errado”.


Há quem prefira olhar para si: suas opiniões, suas preocupações, seus anseios, seus ideais, seus prazeres e alegrias estão centrados em seu “eu” e não na pessoa de Cristo. Isso é idolatria, pois que o “eu” passa a ocupar o lugar de honra que deveria ser exclusivo do Senhor Jesus. Enquanto as nossas preocupações estiverem relacionadas a nós mesmos, estaremos desprovidos da fé real, que agrada a Deus, e nosso alvo não será Cristo, mas sim nossa própria vontade da qual nos ocuparemos, e a qual direcionará nossas vidas para nosso próprio caminho. Garanto que isso não traz felicidade, mas decepções e tristezas, além dos prejuízos eternos que acarreta.


Há outros que passam a vida olhando ao redor, para outras pessoas, pautando seu viver pela opinião dos outros, talvez para que sejam “aceitos” pela sociedade. Isso é buscar um viver de aparências. Alguma vez você já deixou de olhar para Cristo porque se distraiu olhando para outras pessoas, para suas vidas, suas opiniões e seus comportamentos? Devemos buscar a aceitação de Deus, e não das pessoas. É a vontade divina que deve nos direcionar e impulsionar nossas ações, não as pessoas, nem o mundo.


Há um pensamento, cuja autoria desconheço, que diz: “A derrota vem de olhar para trás. A distração vem de olhar em volta. O desânimo vem de olhar para baixo. A libertação vem de olhar para cima.” Certamente que Cristo é a única referência para um viver de santidade, de obediência a Deus, de vida produtiva, frutífera e vitoriosa que devemos ter. Todos os “heróis da fé” olharam para o alto, para Aquele “em quem não há mudança nem sombra de variação” (Tiago 1:17), para Aquele que é “o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente” (Hebreus 13:8), para o Alvo Perfeito e não para um alvo “móvel”.


Eu já escolhi para onde olhar: meu alvo é Jesus. E o seu?

A PALAVRA VIVA

“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus.” (João 1:1 – BKJA)


Pr. Cleber Montes Moreira


A Palavra de Deus é viva! Por ela o mundo foi criado. Por ela o pecador arrependido é regenerado. Por ela pessoas reviveram. Por ela os salvos ressuscitarão. Ela desvenda quem fomos, o que somos e o que seremos na eternidade com Cristo. Ela revela como será o futuro dos salvos e, também, dos perdidos. Por ela o crente é santificado. Nenhuma outra palavra tem tal poder e eficácia. Contra a Palavra nenhuma palavra pode, pois a Palavra é a Verdade imutável, infalível e eterna, contra a qual nenhum poder prevalece. A Palavra é Deus, e Deus se tornou homem e viveu entre nós. Jesus é a Palavra! A Palavra se fez carne; se fez como nós.

Muitos seguiam a Jesus por causa de seus feitos, por causa dos pães e peixes multiplicados, mas os discípulos reconheceram-no como a Palavra doadora da Vida, como disse Pedro: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna?” (João 6:68). No Sinai Moisés “recebeu palavras vivas, a fim de nos serem transmitidas” (Atos 7:38 - BKJA). Nós, porém, recebemos a Palavra Viva. Jesus é a Palavra, e suas palavras produzem vida. Jesus é a própria vida. Sem a Palavra nada existiria; ninguém teria vindo à vida, e a vida eterna não seria anunciada.

Quem segue a Palavra não anda em trevas, mas na Luz da Vida. A Palavra desfaz todo engano. Quem nela crê não permanece no entenebrecimento, e nunca será confundido. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32), “E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente” (João 6:69). Pela fé na Palavra fomos libertos, recriados para sermos semelhantes a Cristo, e selados para a vida eterna. De palavra em palavra conhecemos mais a Deus, somos por Ele trabalhados, aperfeiçoados, para que atinjamos o alvo proposto (Efésios 4:13).

Que outra palavra há como a Palavra? Que outra palavra pode transportar das trevas para a maravilhosa Luz? Que outra palavra pode reconciliar Criador e criatura? Que outra palavra pode produzir tamanho perdão e salvação? Que outra palavra revela tanta graça? Que outra palavra pode mudar mentes e corações? Que outra palavra pode ser Pão da Vida? Que outra palavra é fonte que jorra para a vida eterna? (João 4:14). Que outra palavra há que oriente, alivie, conforte, revigore e sacie a alma? Que outra palavra há que regenere? Em que outra palavra podemos ter tão viva esperança? Que outra palavra se fez homem, para levar o homem a Deus? Não! Outra não há! A Palavra é única! Todo ensino fora da Palavra é heresia. Toda palavra fora da Palavra é mentira, e não subsistirá para sempre. Todo caminho fora da Palavra é caminho de morte. Quem não é pela Palavra é contra a Palavra. A Palavra é Deus, e Deus é a Palavra encarnada por meio de Jesus Cristo. Quem conhece a Cristo, conhece a Palavra; quem conhece a Palavra, conhece a Cristo.
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