Pastor Cleber: abril 2019
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QUANDO AS AFLIÇÕES SÃO BÊNÇÃOS

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Pr. Cleber Montes Moreira


Eu disse: Guardarei os meus caminhos para não pecar com a minha língua; guardarei a boca com um freio, enquanto o ímpio estiver diante de mim... Ouve, Senhor, a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu clamor; não te cales perante as minhas lágrimas.” (Salmos 39:1,12 – Leia todo o salmo)



O salmista está abatido. Seus pensamentos estão carregados, talvez de questionamentos e dúvidas acerca de Deus e outras coisas que, se exteriorizadas, podem escandalizar.

Na estrada da vida há declives. Ninguém está imune às tristezas, e nem à depressão. Diante de situações adversas, de sofrimentos extremos, de dolorosas provações, não é incomum que pessoas questionem o silêncio, a ação, ou a permissão de Deus quando suas expectativas são frustradas. Pode parecer que Ele tarda em socorrer, que não ouve as súplicas, que está ausente quando o pior acontece. “Onde Deus estava?”, “Por que Ele permitiu que isso acontecesse?”, “Por que não mandou o livramento?”, perguntam. Isso é de nossa humanidade, é fraqueza nossa.

Davi propôs em seu coração colocar um freio em sua boca, de não dizer nada diante dos ímpios. Mattew Henri diz que “devemos nos lembrar que eles vigiam as nossas palavras e as modificam, se puderem, para nossa desvantagem.” De fato, toda palavra impensada, precipitada e inconsequente que dissermos, e até nossos lamentos poderão ser usados contra nós. Por isso, em certos momentos, o silêncio é preciosíssimo, ainda que agrave a nossa dor (v. 2).

Há hora de calar, e hora de falar. O salmista, quando falou, falou com Deus. Enquanto orava percebeu sua fragilidade, também viu que a força e a glória humana não passa de vaidade. Ele entendeu as consequências de suas iniquidades, suplicou por alívio, e colocou sua esperança no Senhor. Percebeu que não é Deus quem nos lança em sofrimento, que se ausenta e nos abandona, mas que é o pecado que como a traça nos corrói e faz de nossa vida um sopro (v. 11). As aflições são bênçãos se nos servem como disciplina, se nos levam ao quebrantamento, se nos conduzem ao quarto de oração. Pense nisso!

Solta a Corda

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Pr. Cleber Montes Moreira

“O homem sábio que pleiteia com o tolo, quer se zangue, quer se ria, não terá descanso.” (Provérbios 29:9)


Quando Fulano dá sua opinião sobre um certo assunto, Ciclano discorda, e os dois não se dão por vencidos, provocam uma discussão sem vencedores. Casos assim me fazem lembrar do que disse uma ex-presidente que gostava de filosofar: “Não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder.” [1]

Sempre fui muito franzino e, talvez por isso, nunca tenha me metido em encrencas na escola, para não apanhar. Uma de nossas brincadeiras na hora do recreio era a de Cabo de Guerra. Quase sempre eu perdia, mas, às vezes, usava uma estratégia: quando conseguia fazer com que o opositor colocasse certa força na corda eu a soltava, e começava a rir. Esta travessura de criança pode ser uma boa dica para os adultos, para pôr fim a debates intermináveis e não produtivos.

Um provérbio da sabedoria oriental diz: “O homem comum fala, o sábio escuta, o tolo discute.” A peleja entre dois tolos é disputa de perdedores. Quem teima com o tolo, tolo é. Quem alimenta discussões vãs, demonstra ser tão maduro quanto uma criança teimosa. A melhor resposta que se pode dar ao tolo é o silêncio. É melhor agir com sabedoria do que ter “razão”. Creio que nestas situações possamos aplicar o mesmo princípio ensinado por Jesus, o de que não se deve lançar pérolas aos porcos (Mateus 7:6), bem como o conselho dado por Paulo a Timóteo (2 Timóteo 2:23) para evitar controvérsias tolas e fúteis, que quase sempre acabam em rixas. Portanto, quando o tolo insistir, siga aquela velha instrução: Solta a corda, e ele cairá por sua própria força.
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1 Dilma Rousseff

É SÓ O CERTO QUE DÁ CERTO

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Pr. Cleber Montes Moreira

Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas […]. e os pastores apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas ovelhas.” (Ezequiel 34:3,8)



Pare de fazer o que não dá certo!” era a frase chave num post sobre empreendedorismo, mas que poderia ser dita aos pastores ávidos por sucesso, àqueles que querem saber tudo sobre “como fazer sua igreja crescer”, “como atrair multidões”, “como encantar plateias” e coisas do tipo. Se pronunciada num evento sobre ‘Coaching Ministerial’, certamente renderia aplausos.

Num vídeo no YouTube, um ‘Pastor Coach’ convocava para mais uma “Conferência Liderança de Sucesso”, com a presença de pastores e apóstolos especialistas no assunto. Na descrição, um link para compra de ingressos. Convites como estes são feitos quase que diariamente.

Pastores e líderes em geral estão sendo treinados para fazerem o que dá certo, e não o que é biblicamente certo fazer. Cursos, treinamentos, conferências e palestras, sem generalizar, focam mais as estratégias, tratam mais sobre como conseguir os resultados – na maioria das vezes a multiplicação dos fiéis, o aumento das entradas financeiras, administração visando o sucesso etc. – que a fidelidade e sujeição à Palavra de Deus. Como consequência temos cada vez mais empreendedores religiosos, gestores de pessoas, gerentes eclesiásticos, gente especializada na tosquia, e não pastores de ovelhas (no sentido bíblico). É como se a estratégia fosse “Pare de fazer o que não dá certo!”, e assim é, embora não declaradamente. O problema desta visão de liderança antibíblica é que:

  • Fazer o que dá certo pode indicar ambições egoístas de líderes desonestos, muitas vezes travestidas de boas intenções.
  • O que dá certo pode ser politicamente correto, sem, necessariamente, ser certo.
  • Nem tudo o que dá certo se harmoniza com a verdade.
  • Nem tudo o que dá certo é moralmente certo.
  • Nem tudo o que dá certo é honesto.
  • Nem tudo o que dá certo é biblicamente certo.
  • Nem tudo o que dá certo hoje dará certo sempre.
  • Nem tudo o que dá certo acalma consciências culposas.
  • Nem tudo o que dá certo é segundo a perfeita Vontade do Pai.
  • Nem tudo o que dá certo promove o verdadeiro evangelho.
  • Nem tudo o que dá certo nos isenta de sermos responsabilizados por Deus.

Fazer o que dá certo pode projetar na sociedade uma boa imagem do líder, pode encher templos, aumentar receitas, porém, tem sido a estratégia mais usada pelo diabo para alcançar, por meio destes líderes inescrupulosos, o seu próprio sucesso em enredar pessoas e encaminhá-las ao inferno (líderes e liderados).

Se você não quer colaborar com o intento maligno de Satanás, então deixe de buscar o sucesso pessoal e temporal, PARE DE FAZER O QUE DÁ CERTO, e comece imediatamente a fazer o certo. Isso não resultará em elogios do mundo, mas é o certo, e na visão de Deus é só o certo que dá certo.

A ESCOLA DE JUSTINO

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Pr. Cleber Montes Moreira


Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti […]. E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.” (2 Timóteo 1:5; 3:15)

Justino, órfão de pai, criado pela mãe e a avó materna, nunca teve vida fácil. Passou escassez de quase tudo, teve de trabalhar cedo para ajudar nas despesas da casa, não pôde frequentar a escola, e o pouco que aprendeu a ler foi com uma vizinha professora, a quem chamava de tia. Por muito tempo o único livro da casa, a velha Bíblia, e algumas revistas recebidas na igreja foram-lhe bastante úteis para treinar a leitura. Era inteligente, autodidata. Na década de 1970 cooperou na organização de uma igreja no bairro onde morava. Sempre operante, dirigia cultos, pregava, ensinava classes bíblicas e gostava de evangelizar. Desenvolto, hábil no ensino da Palavra de Deus, certa feita alguém lhe inquiriu sobre a escola em que havia estudado, ao que respondeu: “Na Escola Bíblica Dominical.” Sim, ele desenvolveu sua habilidade na leitura desde criança, a partir das revistas da EBD da antiga igreja. Assim como Lóide e Eunice, que instruíram Timóteo na fé, Justino também aprendeu com o testemunho da avó e da mãe, mulheres sábias, que despertaram nele, desde a infância, o interesse pela classe dominical.

Quase tudo que Justino sabia sobre Deus, ele aprendera na EBD. As lições recebidas na “maior escola do mundo” cooperaram para forjar seu caráter, formar seus valores, e prepará-lo para a vida. Mesmo sem formação secular, alcançou sabedoria. Seu testemunho era impactante e persuasivo. Agora era ele quem conduzia seus três filhos no bom caminho.

Creio que se agirmos como Lóide e Eunice, e como a avó e a mãe de Justino, se ensinarmos aos pequeninos as sagradas Escrituras, que podem fazê-los sábios para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus, tais ensinos frutificarão em suas vidas e Deus fará neles a Sua Obra (2 Timóteo 3:15).

A escola de Justino pode ser também a escola de seus filhos. Pense nisso!
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