Pastor Cleber: março 2018
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SUA OBRA, SEU MEMORIAL

dorcas


Pr. Cleber Montes Moreira

E, levantando-se Pedro, foi com eles; e quando chegou o levaram ao quarto alto, e todas as viúvas o rodearam, chorando e mostrando as túnicas e roupas que Dorcas fizera quando estava com elas.” (Atos 9:39)


Dorcas adoeceu e veio a falecer (v. 37). Segundo os costumes da época, fora de Jerusalém era permitido esperar até três dias para sepultar um defunto. Por isso colocaram seu corpo em um quarto alto. Como Jope estava a menos de 16 km de Lida, onde Pedro estava, dois homens foram enviados para chamá-lo com urgência (v. 38). O motivo deste pedido talvez fosse que em Jope tivessem ouvido sobre a cura de Enéias, um paralítico que estava acamado havia 8 anos (vs. 32-35).

O texto nos revela que houve uma grande comoção pela morte daquela discípula. Quando Pedro chegou, diz a Bíblia, “todas as viúvas o rodearam, chorando e mostrando as túnicas e roupas que Dorcas fizera quando estava com elas” (v. 39). O que fazia era de coração, movida pelo amor que a tornava sensível e operosa. Sua fé era produtiva. Com o seu trabalho, quantas pessoas teria vestido, alimentado e ajudado de alguma forma? Quantas vidas teria levado ao Salvador? Imagino que tantas quanto pôde.

O modo como as pessoas reagem quando da morte de alguém pode ser um atestado de como foi a sua vida. Os feitos de cada um revelam qual é o seu caráter, e o modo como sua morte será sentida. Sua obra é seu memorial.

Muitos estão preocupados em como contar seu testemunho. Nossa preocupação, entretanto, deve ser contar isso com a vida. Se nosso viver e obra glorificar a Deus, a mensagem que pregamos com a voz terá autoridade. Já vi cristãos glorificarem na bonança, nos apertos, e mesmo no leito de morte. Certamente que os testemunhos mais poderosos que já vi, ou sobre os quais já ouvi ou li, se deram em situações bem difíceis. Dorcas não elegeu um momento para testemunhar; ela o fez em vida, também na morte (pela lembrança que deixou), e em sua ressurreição, sendo prova do amor e poder do Pai eterno.

Eu não sei o que escreverão em sua lápide. Não sei o que dirão sobre você em seu funeral, e nem depois disso. Mas, penso que tudo o que disserem estará relacionado ao que você fez e ao modo como viveu. A questão principal é: o quanto isso terá sido importante para a transformação das pessoas?

QUANDO SELFIES VIRAM TROFÉUS

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Pr. Cleber Montes Moreira


“Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens...” (Mateus 6:2)

Certa ocasião fiquei chocado com policiais que após prenderem um sequestrador tiraram fotos com o criminoso, como se exibissem um troféu. Algo semelhante aconteceu quando PMs de outra região prenderam um “famoso” traficante ao lado do qual tiraram várias selfies, o que repercutiu mal na mídia e rendeu críticas perante a opinião pública. Um prefeito foi criticado por exigir que funcionários das Unidades Básicas de Saúde, que atendem em domicílios, postassem nas redes fotos de atendimentos como meio de promover sua administração. Em virtude disso, muitos profissionais posaram para selfies ao lado de idosos, acamados e outros, violando a privacidade e expondo a intimidade de pessoas, o que fere direitos e pode desencadear demandas judiciais. 

Este mesmo comportamento inadequado tem sido praticado por vários líderes religiosos: selfies ao lado de doentes, acamados, drogados, pedintes… Selfies durante a evangelização, entrega de cestas básicas e outras ações para promoção de seus ministérios, ou mesmo como forma de enviar relatórios aos membros de suas igrejas. Se pudessem, certamente posariam para fotos com o diabo sendo amarrado e pisoteado por eles, e divulgariam seu feito em todos os canais possíveis. Os que assim agem se comparam aos que tocam trombetas diante de si, e realizam boas coisas para serem glorificados pelos homens. Seja por vaidade, ou como prestação de contas, isso contraria o princípio da discrição ensinado no Sermão do Monte. 

Fotos servem para registrar momentos preciosos: aniversários, casamentos, reuniões, passeios... eternizam sorrisos, testemunham amizades, preservam fatos e servem a muitos outros bons propósitos, porém, jamais devem ser usadas em contextos e para fins que firam a ética, principalmente a ética cristã. Quando selfies viram troféus, significa que valores importantes foram violados. Pense nisso!

JESUS E OS PASTORES DE GALINHAS

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Foto: Pixabay

Pr. Cleber Montes Moreira

Jesus respondeu-lhes e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes.” (João 6:26)

Numa igreja por onde passei havia uma irmã muito consagrada ao Senhor, cujo filho gostava de brincar de ser pastor. Ele apanhava uma vasilha cheia de milho, ia para o quintal e dava a voz de comando. Assim que as galinhas se reuniam, lançava os grãos e começava a pregar. Em sua imaginação infantil, cada uma era um membro de sua igreja, com nome e função. Enquanto havia milho, havia plateia, no entanto, tão logo o alimento, motivo único da presença das aves, deixava de ser oferecido, elas se dispersavam e o “pastor” não tinha mais para quem pregar. Esta brincadeira se repetia com certa frequência, e os galináceos sempre se comportavam do mesmo modo: embora algumas palavras lhes fossem dirigidas, sua atenção e interesse estava no milho e não no que o menino dizia.

Em muitos terreiros religiosos de nossos dias ocorre o mesmo: alguém que brinca de pastor atrai galinhas interesseiras com ofertas que contemplam as expectativas da plateia, e não os propósitos de Deus manifestos em sua Palavra. Para ter audiência, tem de ter milho, e se ele acabar as galinhas se dispersam e vão ciscar noutros locais em busca de outros alimentos. Isso é de sua natureza, não pode ser mudado.

João registra que uma grande multidão seguia a Jesus por uma motivação equivocada (João 6:2). Em dado momento essa gente estava faminta e, então, o Filho de Deus operou mais um de seus milagres: Ele multiplicou cinco pães e dois peixinhos com os quais alimentou quase cinco mil pessoas, e ainda sobraram doze cestos cheios de alimento. O resultado foi que, ao verem o milagre realizado, disseram uns aos outros: “Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo” (João 6:14). Havia interesse em sinais, havia interesse nos milagres, havia interesse nos pães e peixes, e – para as galinhas – eram estas maravilhas as evidências que identificavam o profeta que viria ao mundo. Porém, para a decepção dessa gente, mais adiante Jesus dirá qual é sua grande oferta à humanidade, e por qual motivo cada um deve ir até Ele. Foi por causa de seu sermão, considerado muito duro, que o Senhor foi abandonado por aqueles cujas esperanças foram frustradas (João 6:60).

Galinha ‘pensa’ e age como galinha. Os salvos, porém, não são como galinhas atraídas pelo milho, pois sabem que o que verdadeiramente satisfaz o ser humano não são as ofertas que contemplam suas necessidades e anseios temporais, mas o Pão que desceu do Céu e dá vida ao mundo. Aqueles que esperam em Cristo apenas para esta vida são os mais miseráveis de todos (1 Coríntios 15:19), e os que pregam um evangelho de benefícios terrenos são falsários da Palavra.

Jesus não é como os pastores de galinhas, no seu redil só há ovelhas. Pense nisso!



SARA, MULHER DE FÉ

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Pr. Cleber Montes Moreira


“Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei (…). E tomou Abrão a Sarai, sua mulher…” (Gênesis 12:1 e 5a)


Abraão está entre os personagens mais importantes da Bíblia. É o patriarca de Israel. Deus o chamou de sua terra para abençoá-lo e fazer dele uma grande nação, por meio da qual enviaria o Messias ao mundo. A trajetória desse homem fez com que ele ficasse conhecido como o “Pai da Fé”, e por isso seu nome está, ao lado de outros, na lista dos heróis da fé encontrada em Hebreus, capítulo 11. Porém, hoje, não quero falar de Abraão, mas de Sara. Se ele pôde ser chamado de “Pai da fé”, o que dizer de sua esposa? 

Quando Deus chama um homem para militar em Sua Obra, convoca também sua mulher. É com ela que ele tem que contar, obter apoio, compreensão, encorajamento e ajuda. Sem o auxílio da esposa, nenhum ministro pode realizar um trabalho plenamente digno de sua vocação. Dizem que “Por trás de um grande homem sempre há uma grande mulher”. Se considerarmos o valor desta afirmação, poderemos também dizer: Por trás de todo grande homem de Deus sempre há uma grande mulher de Deus. Assim sendo, por trás de um excelente pastor, missionário, evangelista etc., sempre haverá uma mulher de Deus dando todo suporte necessário, sendo também participante do mesmo ministério. 

Billy Graham, um dos maiores evangelistas da história do cristianismo, reconheceu o companheirismo de sua esposa, Ruth Bell Graham. Sobre ela, ele afirmou: “Ruth foi minha parceira de vida, e fomos chamados por Deus como uma equipe. Ninguém mais poderia ter carregado o peso que ela carregou. Ela foi uma parte vital e integral de nosso ministério, e meu trabalho através dos anos teria sido impossível sem o encorajamento e ajuda dela”. E sobre Sara, o que diria Abraão?

Embora humana e tão falha como todos nós, há algo muito especial em Sara. O escritor bíblico diz: “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia” (Hebreus 11:8). Destaco que Abraão saiu sem saber para onde ia. Ele obedeceu e foi, sem saber para onde, pela fé, e Sara foi com ele. Aqui está sua grande virtude: Ela foi com seu marido, sem saber para onde ia, o que demonstra que ela era uma mulher cheia de fé. Talvez você, leitor, ainda não tenha percebido a grandeza da atitude daquela esposa, então, quero ajudá-lo a refletir melhor sobre isso: Que tipo de esposa, hoje, deixaria o convívio de seus parentes, o conforto de sua casa, sua cidade, talvez emprego e outras coisas importantes, e seguiria seu esposo para cumprir o chamado divino sem ao menos saber onde? Aqui está o segredo da fé! Não afirmamos sempre que “fé é crer no invisível”? Que mulher, hoje, ousaria crer e ser companheira de todas as horas de um homem de Deus que sai sem saber para onde? Isso somente é possível pela fé. Se Abraão foi o “Pai da Fé”, Sara foi, no mínimo, uma grande mulher de fé.

Infelizmente, hoje, pessoas como Abraão e Sara são poucas. A maioria quer do Senhor algumas garantias para, somente depois disso, servi-lo. É a secularização do ministério, a ausência da fé genuína, o apego ao temporal em detrimento do reino de Deus que desencadeia tal comportamento. Que Deus tenha misericórdia de nós e nos dê mais servos como Abraão e Sara. Amém!

ADORAÇÃO NÃO COMBINA COM PECADO

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Pr. Cleber Montes Moreira

“Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido, e vem cá. A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido; porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade.” (João 4:16-18)


“Nossos pais adoraram neste monte” (4:20) pode revelar alguns hábitos daquela mulher. Talvez, seguindo os costumes de seus antepassados, fosse ao monte adorar. Há muita gente que guarda tradições religiosas e pensa ser um verdadeiro adorador, mesmo sem ter tido uma experiência pessoal com o Senhor, e mesmo quando leva uma vida dissociada dos valores do evangelho. 

A samaritana, apesar das crenças herdadas, não estava em condições de adorar a Deus em espírito e em verdade, pois vivia na carnalidade. Jesus declara isso quando diz sobre seus relacionamentos amorosos e expõe sua vida mundana. Ela ‘adorava o que não conhecia’ (4:22); não tinha um relacionamento pessoal com Deus, e seu coração estava em prazeres temporais. 

Conheço um pastor que prega sobre o “amor” como sendo a única doutrina que se deve seguir. Certa feita disse, durante uma palestra para jovens, que não há mal algum nas relações sexuais fora do casamento, e que é aceitável que jovens cristãos frequentem motéis. Há muita gente confessando a Cristo com os lábios, porém negando sua autoridade sobre sua vida. 

Definitivamente, adoração não combina com pecado! Não podemos honrar a Deus com nossos louvores e hábitos religiosos, e desagradá-lo com nosso viver (Mateus 15:8). Quem não adora com a vida, não pode adorar com os lábios. Ou andamos em espírito ou andamos na carne; não há meio-termo. Do contrário, o comparecer perante Ele não será um ato de adoração, mas uma afronta (Isaías 1). Pense nisso!
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