Pr. Cleber Montes Moreira
“E, levantando-se Pedro, foi com eles; e
quando chegou o levaram ao quarto alto, e todas as viúvas o
rodearam, chorando e mostrando as túnicas e roupas que Dorcas fizera
quando estava com elas.” (Atos 9:39)
Dorcas adoeceu e veio a
falecer (v. 37). Segundo os costumes da época, fora de Jerusalém
era permitido esperar até três dias para sepultar um defunto. Por
isso colocaram seu corpo em um quarto alto. Como Jope estava a menos
de 16 km de Lida, onde Pedro estava, dois homens foram enviados para
chamá-lo com urgência (v. 38). O motivo deste pedido talvez fosse
que em Jope tivessem ouvido sobre a cura de Enéias, um paralítico
que estava acamado havia 8 anos (vs. 32-35).
O texto nos revela que houve
uma grande comoção pela morte daquela discípula. Quando Pedro chegou, diz a Bíblia, “todas
as viúvas o rodearam, chorando e mostrando as túnicas e roupas que
Dorcas fizera quando estava com elas” (v. 39).
O que fazia era de coração, movida pelo amor que a tornava sensível
e operosa. Sua fé era produtiva. Com o seu trabalho, quantas pessoas
teria vestido, alimentado e ajudado de alguma forma? Quantas vidas
teria levado ao Salvador? Imagino que tantas quanto pôde.
O modo como as pessoas
reagem quando da morte de alguém pode ser um atestado de como foi a
sua vida. Os feitos de cada um revelam qual é o seu caráter, e o
modo como sua morte será sentida. Sua obra é seu memorial.
Muitos estão preocupados em
como contar seu testemunho. Nossa preocupação, entretanto, deve ser
contar isso com a vida. Se nosso viver e obra glorificar a Deus, a
mensagem que pregamos com a voz terá autoridade. Já vi cristãos
glorificarem na bonança, nos apertos, e mesmo no leito de morte.
Certamente que os testemunhos mais poderosos que já vi, ou sobre os
quais já ouvi ou li, se deram em situações bem difíceis. Dorcas
não elegeu um momento para testemunhar; ela o fez em vida, também
na morte (pela lembrança que deixou), e em sua ressurreição, sendo
prova do amor e poder do Pai eterno.
Eu não sei o que escreverão
em sua lápide. Não sei o que dirão sobre você em seu funeral, e
nem depois disso. Mas, penso que tudo o que disserem estará
relacionado ao que você fez e ao modo como viveu. A questão
principal é: o quanto isso terá sido importante para a
transformação das pessoas?