Pastor Cleber: agosto 2020
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Meus sonhos ou a vontade de Deus?

 No contexto do falso evangelho, focado na criatura, o homem sonha, e Deus realiza; o homem decreta, e Deus faz acontecer; o homem ordena, e Deus obedece; o homem é deus, e Deus é servo

Bíblia
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“Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.” (Efésios 5:17)

 

Pr. Cleber Montes Moreira


Há um deus adorado por alguns evangélicos que está cada vez mais em evidência, um deus que realiza sonhos e que está sempre a serviço do homem. Confesso que já estou cansado de certas frases compartilhadas em redes sociais, tais como: “Deus dá vida aos nossos sonhos”; “Sonhar é humano, mas realizar os seus sonhos é obra de Deus”; “Sonhe, os sonhos alimentam nossa fé”; “Pela fé verei meus sonhos realizados por Deus”; “Deus realiza sonhos”; “Deus não engaveta seus sonhos, e na hora certa Ele te surpreende dizendo: O tempo chegou”. Há uma canção gospel cuja letra diz:

Deus vai fazer o que você sonhar (…)

Deus vai realizar os teus sonhos

Mesmo em tempo de seca

Muita chuva terá

Você agora está no deserto

Mas eu sei que está perto

Da tua benção chegar (…)

 

A maioria, quando diz “Os sonhos de Deus jamais serão frustrados”, está, na verdade, pensando em seus sonhos, e não na vontade divina. Criador e criatura inverteram seus papéis: O homem sonha, e Deus realiza. O homem decreta, e Deus faz acontecer. O homem ordena, e Deus obedece. O homem é deus, e Deus é servo. Desculpem, mas este não é o Deus da Bíblia, embora seja o deus de muita gente que se diz cristã.

Que tal uma mudança de foco? Que tal a vontade de Deus como prioridade? Que tal submetermos todos os nossos sonhos, anseios, ideais e planos àquele que sabe o que é melhor, com o objetivo de sermos seus instrumentos para a realização de Sua vontade?

Quem prioriza seus sonhos pensa como o mundo e não tem a mente de Cristo. Quem se conforma ao padrão secular não pode experimentar a “boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2), pois seu entendimento está entenebrecido. Mais que isso, quem prioriza seus sonhos e despreza a vontade de Deus não tem parte com o Senhor, pois Ele mesmo disse: “Porquanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã, e minha mãe.” (Marcos 3:35).

Deus não é Deus de sonhos. A Bíblia não fala dos sonhos de Deus, mas de Sua vontade e realizações. Quem dirige a história não precisa sonhar. Cabe ao homem desejar servi-lo e submeter-se à Sua vontade, como instrumento. Aprendamos com Jesus: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra” (João 4:34). Do contrário, “certo é que Deus não ouvirá a vaidade, nem atentará para ela o Todo-Poderoso” (Jó 35:13). Pense nisso!


Movidos pela ganância

Pastores e líderes espirituais há que se tornaram especialistas em gestão eclesiástica, tecnocratas do evangelho; eles foram treinados para uma liderança eficaz objetivando o crescimento e a lucratividade

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“E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas…” (2 Pedro 2:3)               

Na Bíblia King Kames Atualizada (BKJA), lemos: “Movidos por sórdida ganância, tais mestres os explorarão com suas lendas e artimanhas…”


Pr. Cleber Montes Moreira


Na sociedade atual há uma briga acirrada, e até desleal, pela conquista de espaço e mercado. Empresas e marcas estão sempre em disputa. Basta ver os comerciais da TV: Marcas de refrigerantes, cervejas, remédios, produtos para limpeza, higiene, beleza e serviços estão sempre concorrendo com seus similares na telinha. Também nos outdoors e em qualquer outro espaço de mídia publicitária. O importante é vender! Não importa se para conquistar os clientes a propaganda seja enganosa.

Infelizmente, o mesmo tem ocorrido no meio dito evangélico. Quantos nomes de igrejas você conhece? Provavelmente um “sem número”; elas se proliferam por toda parte. Tradicionais, conservadoras, modernas, irreverentes, informais, inovadoras, inclusivas, sem rótulos… Tem para todos os gostos e necessidades do freguês. Elas estão sempre competindo umas com as outras no afã de atrair pessoas. Cada uma tem seu slogan, frases de efeito, mensagens publicitárias e promessas. Elas ocupam espaço na TV, no rádio, internet, outdoors e em todos os lugares possíveis.

Até algumas igrejas históricas deixaram de ser igrejas e passaram a tratar as coisas com uma visão secular de negócio, lucro, crescimento e gestão meramente humana. Nesta visão, o que importa não é cada indivíduo, e sim a massa. Pessoas passaram a ser tratadas como números e clientes. Líderes agora são gestores, e pastores são especialistas em administração; eles se tornaram tecnocratas do evangelho, cuja missão é gerir, e não pastorear; atrair, e não transformar; promover adesões, e não conversões. Eles se preocupam com a lã, e não com as ovelhas. Se não der lucro, por causa da lei de mercado, a “empresa” tem que rever sua administração. Tudo isso porque os lobos devoradores, disfarçados de homens de Deus, são movidos por sórdida ganância. É a infalível Palavra de Deus se cumprindo.

O fracasso do sucesso

 Tudo que alguém possa fazer ou conquistar sem antes considerar a vontade divina é fracasso. No fim, o que se constatará é o fracasso do sucesso, pois todo sucesso fora dos planos de Deus é fracasso

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“E Arão, vendo isto, edificou um altar diante dele; e apregoou Arão, e disse: Amanhã será festa ao Senhor. E no dia seguinte madrugaram, e ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo assentou-se a comer e a beber; depois levantou-se a folgar.” (Êxodo 32:5 e 6)


Pr. Cleber Montes Moreira


Como as pessoas geralmente reconhecem o sucesso de um líder religioso? Normalmente pelos sermões que prega, pelo carisma, pela projeção de sua imagem, pelo tamanho de sua igreja, pelo salário que recebe, pelo carro que possui, pelas grifes que usa etc. Em certa ocasião, um amigo desabafou: “O valor de um pastor é medido pela quantidade de membros de sua igreja.”

Arão, durante a ausência de Moisés, fez o maior sucesso. Ao ceder ao clamor popular por um deus para adorar, conquistou a simpatia de muitos. Diante do ídolo que construíra, um bezerro de ouro, o povo se apresentou com grande entusiasmo, tanto que resolveu erguer um altar e convocar a todos para uma grande celebração no dia seguinte. O que muitos líderes de hoje querem é ver o povo alegre e festejando. Este panem et circenses (pão e circo) gospel rende aplausos e gera um ambiente favorável para a liderança. Veja, por exemplo, o que ocorre nas chamadas “igrejas da prosperidade”, onde os pastores, bispos e apóstolos são bem quistos e até idolatrados. Dar ao povo o que ele quer é garantia quase infalível de sucesso, por isso que muitos, movidos pela ganância, se rendem aos caprichos de seus liderados.

Fico pensando até onde Arão e seu povo iria se Moisés não descesse do monte e se não houvesse uma intervenção divina. Podemos dizer que o sucesso sem Deus é mero fracasso. O sucesso de Arão foi um fracasso. O sucesso dos líderes gananciosos de nosso tempo é fracasso. Toda conquista fora dos desígnios de Deus é fracasso. Todos os sonhos realizados, toda obra empreendida, toda riqueza acumulada, toda fama alcançada, tudo que alguém possa fazer ou conquistar sem antes considerar a vontade divina é fracasso. No fim, o que se constatará é o fracasso do sucesso, pois todo sucesso fora dos planos de Deus é fracasso.

Quer ser bem-sucedido? Quer experimentar o verdadeiro sucesso? Siga o conselho dado a Josué pelo próprio Deus: “Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares. Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem-sucedido.” (Josué 1:7,8 — grifo do autor). Por fim, tenha em mente que, independente do que pensam as pessoas, o sucesso sem Deus é fracasso, mas o “fracasso” com Deus é sucesso!

Quando um líder faz concessões…

Quando um líder se desvia da Verdade e faz concessões para agradar seus liderados, a consequência é uma sucessão de erros que lava à morte

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Texto Bíblico: Êxodo 32:1 a 35)


Pr. Cleber Montes Moreira


O maior patrimônio de um líder cristão é sua integridade. Viver à vista de Deus, ser fiel, não negociar a fé ou fazer barganhas, não baratear o evangelho, não abrir mão de princípios, não ceder, não se corromper, ainda que diante de certas pressões, é o que se espera daqueles que lideram. Entretanto, vemos que há muitos que se desviam para agradar ao povo e criar em torno de si uma atmosfera (provisória) de conforto. Estes, ao contrário de Paulo, se preocupam mais em agradar aos homens que a Deus (1 Tessalonicenses 2:4), sempre visando certos benefícios.

Na ausência de Moisés, o povo pediu a Arão: “Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós” (Êxodo 32:1). Ele tinha duas alternativas, atender ao clamor popular, ou ser fiel a Deus. Escolheu a mais cômoda: pediu que lhe trouxessem ouro e criou um bezerro para ser adorado, diante do qual ofereceram holocaustos e apresentaram ofertas. O resultado? Morreram naquele dia cerca de três mil pessoas.

Quando um líder se desvia da Verdade e faz concessões para ficar em paz com seus liderados, a consequência é a morte: pessoas deixam de receber orientação segura, de ouvir a verdade, igrejas enfraquecem e almas deixam de ser salvas. Há quem se comporte como Arão: Enquanto Jesus não volta, consente o pecado, adota o politicamente correto, faz vista grossa ou apoia o erro abertamente, na intenção clara de preservar seu status, poder e amizade com os que se corrompem, criando ou permitindo que sejam criados bezerros de ouro. Gente assim não cultiva a fé genuína, mas camufla sua incredulidade.

Você é líder cristão? Não faça como fez Arão. Considere a natureza de seu chamado. Viva sempre na dependência do Espírito e preserve a sua integridade.

A Caixinha

 “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” (Romanos 1:21,22)

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Pr. Cleber Montes Moreira

 

Nestes dias tão conturbados querem nos proibir de pensar: autoridades constituídas, líderes religiosos e forças “ocultas” querem proibir qualquer pensamento e/ou expressão antagônica ao “novo moralismo” que tentam nos impor. Não é sem motivo que alguns se apresentam como “editores da sociedade”. Quem ousa desafiar tal proibição é “intolerante”, “hipócrita”, “fariseu”, “preconceituoso”, “racista”, “fascista”, “misógino”, “xenofóbico” etc. Palavras de ordem em defesa da desordem que querem instaurar. 

Para ser aceito nesta nova sociedade você deve pensar fora da “caixinha”. Esta “caixinha” pode ser a Bíblia, uma tradição familiar, os bons costumes… Você precisa se libertar dessas “prisões”. Mas não saia por aí pensando por conta própria, isso é perigoso. Junte-se àqueles que te ajudarão neste novo processo de aprendizagem do “pensamento”. Por isso, ao sair da velha “caixa” você deverá entrar naquela que comporta outros valores — isso porque ninguém pensa fora da caixa, apenas escolhe a sua. Para ser livre você deverá vestir a camisa da ideologia e se juntar aos novos companheiros de militância. Nesta nova “caixinha” vigora uma cartilha onde você aprende que aqueles que pensam diferente são inimigos, e você deve enfrentá-los com suas novas armas. Se, por exemplo, aqueles que permanecem na velha “caixa”, sob os mesmos velhos argumentos, se manifestarem contra o aborto, diga que são “radicais” e “violentos”, e se for praticado por uma menina de apenas 10 anos (também vítima de violência), que é para proteger a vida dela (ainda que o aborto seja um risco maior). Explique que você não está defendendo o aborto, mas que neste caso ele é legal e necessário, que não se trata de feticídio pois o feto (mesmo com 22 semanas) ainda não tem consciência. Denuncie os médicos que se recusaram a aplicar a solução letal no pequeno corpo, diga que deveriam ser enquadrados por uma nova lei, a do “não exercício legal da profissão”, e exalte aqueles que cumpriram o seu dever em “defesa da vida” — mesmo que nenhuma vida precisasse ser sacrificada. Se disserem que “Deus é contra a matança de inocentes”, fundamente sua contra-argumentação no novo evangelho, fale sobre a “lei do amor”, cite os teólogos progressistas e discorra sobre os sagrados “direitos reprodutivos das mulheres”. Se insistirem, diga que servem a um “deus” intransigente, impiedoso, assassino… Se defenderem a família, acuse-os de “defensores da moral e dos bons costumes” — uma outra expressão para “caretas”, “antiquados”, “falsos moralistas” etc. Seu dever é sempre se opor a todo “discurso de ódio”. Mas fique tranquilo, o seu ódio não é ódio, só o deles.

A celebração da morte, a “Nova Ordem” e o “crime de pensamento”

 A celebração da morte indica que já vivemos sob uma “Nova Ordem”. Pode ser que em breve a ficção vire realidade, e que insurgentes sejam levados aos tribunais acusados de “crime de pensamento”

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Pr. Cleber Montes Moreira


Há muito que se discute a pena de morte no Brasil. Ela já está em vigor, faz tempo, e é aplicada de diversas formas. Ontem mais um inocente foi condenado à pena capital, enquanto o verdadeiro culpado segue foragido. O condenado um nascituro, de apenas 5 meses de gestação. Ele não conheceu o rosto da mãe. Foi morto sem nunca ter recebido o conforto de um colo, sentido o calor de um abraço, escutado uma canção de ninar, dormido num berço fofinho… Não teve um quarto preparado para recebê-lo, nem quem esperasse alegre por sua chegada. Não pôde ver a luz do dia, foi privado da infância, de brincar, de ir à escola, de sonhar… Os da própria família decidiram que ele não era bem-vindo.

O juiz que atendeu ao pedido do Ministério Público Estadual e ordenou a interrupção da gravidez, argumentou que “é legítimo e legal o aborto acima de 20-22 semanas no caso de gravidez decorrente de estupro, risco à vida da mulher e anencefalia fetal”, e disse que “a vontade da criança é soberana ainda que trate de incapaz, tendo a mesma declarado que não deseja dar seguimento à gravidez fruto de extrema violência que sofreu”.1 Percebam a incoerência: a criança de 10 anos sofreu “extrema violência”, mas o assassinato de uma criança em gestação não é violência alguma, apenas um ato legal. Sobre a afirmação de que “a vontade da criança é soberana”, pasmem, este é o mesmo argumento de muitos que defendem a pedofilia — talvez o magistrado não saiba.

Hoje alguns jornais noticiam que a criança, a de 10 anos, passa bem. Sobre a que foi assassinada não há notas nem pesar. Para os contrários à pena de morte sobram ameaças. Sim, a mídia que faz propaganda pró aborto, despudoradamente, publicou (com direito a gerundismo): “Promotoria vai investigar se grupos tentaram pressionar avó de menina estuprada a não autorizar aborto: O MP também vai investigar áudios de conversas de pessoas que estariam pressionando a família da criança a não interromper a gravidez.” O El País denunciou que “Ativistas radicais gritavam ‘Assassino’ na porta da clínica neste domingo para que não se cumprisse a lei”. Vejam: defensores da vida, em manifestação pacífica, são “ativistas radicais”.2 Nenhuma novidade: o certo é errado e o errado é certo, isso é do “politicamente correto”, é da Nova Ordem, é do “novo normal”; quem não se amolda ao novo padrão é um corpo estranho que precisa ser extirpado, tal como o inocente de seu “lar uterino”. Não estranhem se em breve “ativistas radicais” forem condenados e presos; se a morte de inocentes indefesos é legal, por que não criminalizar estes manifestantes perturbadores da ordem?

Hoje há comemoração — ainda que velada. Sim, há quem salte de alegria porque um indefeso inocente foi morto. Trata-se do mesmo sentimento daqueles que em 2018, emocionados, comemoraram em público a descriminalização da interrupção da gravidez na Irlanda.3 Abortistas também festejaram a legalização do aborto na França até o nono mês de gravidez. Como se não bastasse, já há quem defenda o “aborto pós-parto”, e não duvidem de que criem um Projeto de Lei para isso.

A celebração da morte é um dos indicativos de que já vivemos sob uma “Nova Ordem”. Temo que em breve a ficção vire realidade, e que discordantes, sob a alegação de “ativismo radical” e subversão da ordem, sejam levados aos tribunais e respondam por “crime de pensamento”.4


1 https://www.agazeta.com.br/es/cotidiano/medicos-concluem-1-etapa-de-interrupcao-de-gravidez-de-menina-estuprada-no-es-0820 (acessado em 17 de agosto de 2020)

2 https://brasil.elpais.com/brasil/2020-08-16/menina-de-10-anos-violentada-fara-aborto-legal-sob-alarde-de-conservadores-a-porta-do-hospital.html (acessado em 17 de agosto de 2020)

3 https://www.huffpostbrasil.com/2018/05/26/o-sim-para-a-legalizacao-do-aborto-e-as-imagens-da-comemoracao-das-mulheres-na-irlanda_a_23444154/ (acessado em 17 de agosto de 2020)

4 https://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_de_pensamento (acessado em 17 de agosto de 2020)

O evangelho ou “siga o fluxo”

Quer salvar vidas? Pregue o evangelho! Não tenha vergonha da Palavra da Verdade. Quer o templo abarrotado? Quer novas adesões? Fácil, siga o fluxo

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“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.” (Romanos 1:16)


Pr. Cleber Montes Moreira


Tem sido afirmado que vivemos um tempo de muitas adesões e poucas conversões no seio das igrejas. Isso é fato inegável, tanto que considero o meio dito evangélico como sendo um grande desafio missionário para este tempo. A multidão de não convertidos, misturada aos crentes, na membresia das igrejas, atesta tal realidade. Em função disso vemos membros se comportando como infiéis, dando péssimo testemunho e provocando escândalos. Eles estão em toda parte, em todos os setores da sociedade, ostentando o nome de Cristo, porém, vivendo em oposição aos Seus ensinos e valores. Como ilustração, lembro aqui aquele caso que ficou conhecido em todo o Brasil, em que deputados, ditos evangélicos, oram agradecendo a Deus pela propina recebida.

Em que a igreja está errando exatamente? Por que há entre nós tanta gente perdida? O assunto merece uma abordagem muito ampla, o que não farei aqui por questão de tempo e espaço, mas, em resumo, digo que a mensagem do evangelho tem sido substituída por mensagens e estratégias meramente humanas (para não dizer diabólicas). A prova disso é a quantidade de métodos e modelos de gerenciamento de igrejas e fórmulas para crescimento cada vez mais empregadas (há sempre alguém que se apresenta como descobridor da pólvora).

Pastores deixaram de pastorear para exercerem a função de CEO. O marketing das igrejas é aprimorado, mas o pastoreio de fato e o ensino da Sã Doutrina são abandonados. Veja, por exemplo, algumas frases em placas de igrejas: “Lugar de gente feliz”, “Lugar de gente feliz e ungida”, “Sempre pensando em te fazer feliz”, “Lugar de bênção”, “Lugar de vitórias e milagres”, “Casa de milagres”, “Igreja que ama você”, “Pare de sofrer”, “Uma fonte de prosperidade”. Numa outra está “A grande onda vai te pegar”. Isso me faz lembrar a publicidade de algumas grandes marcas, como Magazine Luíza que adotou o slogan “Vem Ser Feliz”. A Coca-Cola já usou “Abra a Felicidade”; o empresário Abílio Diniz, provocando concorrentes, chegou a dizer: “Agora, lugar de gente feliz é no Carrefour.” Há empresas especializadas neste tipo de marketing, que prestam assessoria às igrejas e cuidam da imagem do pastor, bispo ou apóstolo.

Uma certa igreja tirou o nome de sua denominação da fachada e colocou “Igreja da Cidade”. O motivo? Estratégia de marketing. Como fruto dessa propaganda, muitas igrejas estão se tornando menos bíblicas e mais inclusivas (no sentido secular do termo). Imagino o dia em que seminários substituirão a formação teológica pela de “Gestores Eclesiásticos”. Creia, isso não demora a acontecer.

A afirmação paulina deve ser objeto de reflexão: O evangelho “é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê”. Somente o evangelho, o puro e verdadeiro evangelho, e nada mais! Paulo estava pronto para anunciar o evangelho (Romanos 1:15). A mensagem confiada à igreja é o evangelho. O “IDE” de Jesus é para comunicar o evangelho. A fé vem pelo ouvir, e ouvir o evangelho. Nada no plano de Deus substitui o evangelho. Quem troca o evangelho por um método, estratégia ou fórmula faz a obra do diabo, e não a obra de Cristo. Por isso tenho dito: Ah, se a igreja fosse tão somente e simplesmente igreja e nada mais, certamente que a realidade seria outra, bem diferente da que enxergamos.

Há, diante do exposto, dois caminhos que as lideranças das igrejas devem observar e escolher, segundo o seu propósito: Quer salvar vidas? Pregue o evangelho! Não tenha vergonha da Palavra da Verdade. Quer seu templo abarrotado? Quer novas adesões? Fácil, siga o fluxo. No mundo há ótimas estratégias e modelos que você pode escolher. Sua escolha certamente será segundo a natureza de seu chamado.


NOTA: O problema que aqui considero não é o uso de estratégias e marketing, mas a finalidade do emprego destes expedientes em detrimento da direção do Espírito e abandono da Verdade.

Igreja ou prostíbulo?

 “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela.” (Mateus 7:13)

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Pr. Cleber Montes Moreira


O Pastor Neemias Santos Lima, em seu livro “Aos Olhos do Pai”, cita que em visita à Segunda Igreja Batista de Porto Velho, Rondônia, pôde ouvir do Pastor Márcio Hübner, então Secretário Executivo da Convenção Batista daquele Estado, uma história interessante a respeito daquela igreja: “Quando o templo foi construído, havia uma casa de prostituição cujo nome era Porta Larga. Para contrastar com essa realidade, a igreja fez o templo com a porta estreita.

Talvez aquela igreja quisesse ensinar para a sociedade que a porta do inferno é larga, enquanto a do céu é bem estreita, fazendo ecoar, assim, o ensino do próprio Cristo.

Quem quiser entrar para o reino de Deus deverá, sem dúvidas, andar por um caminho difícil e atravessar por uma porta estreita. Aqueles que desejam o mundo encontrão portas largas e escancaradas, andarão por avenidas asfaltadas e terão caminho livre para o inferno. O mundo oferece prazeres que satisfazem a carne, porém, quem deseja a vida eterna tem que mortificar a carne e rejeitar o mundo e suas ofertas. Por isso, a mensagem da igreja deve enfatizar o arrependimento e o nascimento para uma nova vida. Mas, é assim que ocorre hoje em dia?

Tenho visto muitas igrejas com portas bem largas. São igrejas que deixaram de ser igrejas, segundo a Bíblia, para se tornarem verdadeiros prostíbulos espirituais, promovendo qualquer coisa capaz de atrair pessoas para seus templos. Suavizam o evangelho, negociam princípios e doutrinas, promovem entretenimento, pregam sermões de autoajuda e fazem muitas outras coisas. Normalmente têm marketing bem agressivo.

É lamentável ver como algumas igrejas se esforçam para alargar o caminho. Por causa disso, elas estão com seus templos cheios de pessoas vazias; gente que encontra alegria passageira, experimenta emoções, que nutre algum tipo de fé, mas segue sem a experiência de uma conversão genuína. Gente crente, mas não cristã. Gente perdida andando por um caminho largo.

A porta de sua igreja é larga ou estreita? Digo da igreja, e não do templo. Sua mensagem é cristocêntrica ou antropocêntrica? Ou seja, é bíblica, ou adaptada para agradar e atrair pessoas? Esteja atento para não confundir igreja com prostíbulo. A diferença, neste caso, está na largura da porta.

Perdoar é possível

Perdoar não é uma obrigação, não é uma arte, não é uma ciência, perdoar é uma virtude, é um dom do Espírito; o perdão deve ser mais que uma frase decorada, mais que uma oração automatizada, deve ser um princípio de vida

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“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.” (Mateus 6:14,15)


Pr. Cleber Montes Moreira


Em 22 de janeiro de 2016, a Missão Portas Abertas publicou em seu site uma nota sobre um cristão que foi atacado por militantes do Boko Haram, que invadiram sua casa na tentativa de decapitá-lo. A Organização, que apoia cristãos perseguidos ao redor do mundo, informou que Yakubu (nome fictício) sobreviveu por um milagre e foi capaz de perdoar seus agressores. Ao ler este relato, logo lembrei-me da última oração de Estêvão, que, ao ser apedrejado, intercedeu pelos seus perseguidores: “E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu” (Atos 7:60). Cultivar o perdão foi algo que Estêvão aprendeu com o Mestre, que do alto da cruz rogou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).

O caso de Yakubu e Estêvão não são fatos isolados. Há, na história do cristianismo, muitos outros relatos de cristãos que foram capazes de perdoar seus agressores, mesmo diante da morte iminente. O perdão é valor praticado e ensinado pelo Senhor. “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mateus 6:12) deve ser para nós mais que uma frase decorada, mais que uma oração automatizada, deve ser um princípio de vida. E não importa o tamanho da agressão, o perdão será sempre maior que tudo. Uma calúnia, um desaforo, uma agressão física, uma traição… há quem tenha sofrido bem mais que isso, há quem tenha suportado dores bem mais terríveis e, mesmo assim, praticado o perdão. Perdoar não é uma obrigação, não é uma arte, não é uma ciência, perdoar é uma virtude, é um dom do Espírito.

Pense um pouco: Qual o maior perdão já praticado em toda a história da humanidade? Certamente o perdão de nossos pecados. Este perdão é fruto do amor divino, “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:8), portanto, o segredo para perdoar é amar. Quanto mais amamos, mais perdoamos. Assim, se amarmos as pessoas como Cristo as ama, se colocarmos em prática o “amarás o teu próximo como a ti mesmo”, seremos capazes de perdoar. E quem nos capacita a amar e perdoar é o Espírito Santo; se Ele governa nossas vidas, perdoar é possível.

Noiva ou meretriz?

 Na era do “politicamente correto” muitos dos que se intitulam crentes no Senhor Jesus agem movidos por sentimentos e interesses seculares, demonstrando completa conformação com o mundo

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“Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” (Efésios 5:27)


Pr. Cleber Montes Moreira


Li uma frase de John MacArthur que me fez pensar no processo de secularização pelo qual estão passando muitas igrejas e crentes de hoje em dia: “É evidente que muitos que se dizem evangélicos atualmente agem norteados por outros objetivos, e não por uma visão bíblica de mundo.” É fato que muitas decisões tomadas hoje em dia, tanto por igrejas como por aqueles que se dizem crentes, são motivadas por princípios e anseios que demonstram sua completa conformação com o mundo. A ética, a verdade, a justiça e, sobretudo, o amor, ou foram relativizados ou substituídos por aquilo que é mais conveniente ou “politicamente correto”. Até mesmo os dons espirituais passaram a ser exercidos tendo em vista o benefício próprio, e não dos outros.

O poder, a influência, o status, a fama, os bens e o dinheiro passaram a ser prioridades em detrimento da justiça e santidade de vida. Aqueles que deveriam proclamar o reino de Deus e convocar homens ao arrependimento se fizeram súditos do reino temporal dominado por hostes malignas. Negligenciaram a orientação paulina, que diz: “Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo.” (Filipenses 2:15). Assim, a política praticada em meio aos ditos evangélicos já não se distingue daquela exercida por pessoas infiéis, cujo resultado é a corrupção, a opressão dos pobres, a calúnia, a difamação, a luta por interesses próprios ou partidários e o desprezo pelo bem comum.

Aquela pergunta, feita no passado, se faz cada vez mais necessária, tanto quanto as pessoas se afastam ainda mais de Deus: “Quando, porém, vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (Lucas 18:8). Que tipo de igrejas e crentes o Senhor encontrará? Crentes e igrejas locais que representam a imagem de uma noiva santa, ou de uma meretriz?

Lembre-se: Jesus vem para buscar a sua noiva, e não aquela que é amante do mundo. Pense nisso!


“Posso entrar?”

 Uma igreja local sem Cristo é como um corpo sem cabeça, sem direção, sem propósito e sem vida; uma igreja sem o Senhor é qualquer coisa, menos igreja

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“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.”(Apocalipse 3:20)


Pr. Cleber Montes Moreira


A Carta à Igreja em Laodiceia é a última das sete cartas do Apocalipse escritas às igrejas da Ásia. Nela o Senhor não faz nenhum elogio, mas revela a sua condição terrível. Mornidão espiritual e soberba são duas características marcantes aqui reveladas. A igreja pensava ser rica, mas era pobre, cega e estava nua. No verso 20 surge a nota mais triste, digna de lamento, reveladora de sua desgraça: “Eis que estou à porta.” Esta palavra não é dita aos de fora, aos que desconhecem o evangelho, mas à igreja. Há uma porta fechada, e Jesus está batendo, como que dizendo, “posso entrar?”

Normalmente, quando pensamos em igreja, pensamos num grupo de pessoas salvas, obedientes ao evangelho, orientadas pela Verdade, adorando, servindo, proclamando o reino de Deus e vivendo segundo os valores deste mesmo reino. Pensamos num corpo saudável, onde há amor, comunhão, mutualidade e, antes de qualquer coisa, a presença e direção de Jesus Cristo. Mas, no caso de Laodiceia, o Senhor está do lado de fora, excluído. Ele bate à porta, mas ela está fechada por dentro. Ele não irá arrombá-la, continuará lá fora, esperando que a igreja queira abri-la.

Você já pensou numa igreja sem Jesus? Talvez não. Mas, infelizmente, Laodiceia não é um caso único. A revelação feita no texto sobre aquela igreja expõe a realidade de muitas outras de nosso tempo.

Uma igreja local pode ter um lindo templo, poltronas confortáveis, púlpito bonito, bom equipamento de som, datashow, boa música, muita gente no auditório, grupos de louvor, corais, solistas, boa estrutura, boas entradas financeiras, liderança capacitada, ministérios, realizar atividades diversas e, mesmo assim, faltar o principal. Se Jesus não estiver presente, não será uma igreja, apenas um ajuntamento de pecadores perdidos: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” (Mateus 7:21-23). A explicação está em que “todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia” (Mateus 7:26).

Uma igreja que não está edificada em Cristo é como uma casa edificada sobre terreno arenoso. Pode ser, a olho humano, bonita, operosa e atuante, mas lhe faltará o principal: o firme fundamento sobre o qual a verdadeira igreja é construída! E este fundamento é Jesus: “sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mateus 16:18 — ler também Efésios 2:20).

O Salvador faz parte da comunhão de sua igreja local? Ele é o cabeça de sua igreja, ou ela é dirigida por homens? Lembre-se: uma igreja sem Cristo é como um corpo sem cabeça, sem direção, sem propósito e sem vida.

Posso entrar? Reflita sobre a gravidade desta pergunta.

O maior tesouro

 O evangelho não é uma fórmula mágica para enriquecimento material e satisfação da vontade e anseios humanos

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“Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos?” (Mateus 19:27)


Pr. Cleber Montes Moreira

 

Muitas pessoas compreendem o evangelho como uma fórmula mágica para enriquecimento material e satisfação da vontade e anseios humanos. Há até quem ouse tentar barganhar com o Senhor: “Se Deus me curar…”, “Se Deus ouvir minha oração…”, “Se Deus me der um emprego…”, “Se Deus me der um carro novo…”, “Se Deus me ajudar nos estudos…”, “Se Deus restaurar minha família…”, Se Deus fizer isso ou aquilo, “prometo passar a crente”, “prometo ser um dizimista fiel” etc. Mas o Poderoso não abriu um balcão de negócios no qual se pode trocar bênçãos temporais por promessas humanas. O ser humano, em seu estado de miséria, não está em condições de negociar com Deus, bastando-lhe somente a abundante graça, sem a qual está perdido.

O contexto do texto lido nos fala de um jovem rico que estava tão apegado às riquezas temporais que não podia servir a Cristo. Assim também estão todos os que colocam seu coração neste mundo, esperando no Senhor apenas para esta vida, esquecendo-se de que é necessário buscar o reino de Deus em primeiro lugar (Mateus 6:36). Para aqueles que assim se comportam, eis o que Paulo diz: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” (1 Coríntios 15:19).

Ao contrário daquele jovem, rico, mas, do ponto de vista espiritual, miserável, os discípulos deixaram tudo para seguir o Mestre. Literalmente, tudo! E, que recompensa tem os que assim fazem? E nós que “deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos?”, perguntou Pedro. A resposta do Senhor foi: “E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.” (Mateus 19:29). Que riqueza pode ser maior que a vida eterna? A saúde, o emprego, a família, bens materiais? Nada é maior e mais precioso que a salvação, oferecida graciosamente.

O evangelho não é barganha. Para entrar para o reino de Deus é preciso deixar de amar o mundo e de se preocupar deliberadamente com as coisas seculares. Quem quer ganhar o mundo acaba perdendo a própria vida: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” (Mateus 16:26). Por isso Jesus disse que “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus” (Mateus 19:24). Quem tem seu coração no mundo está perdido, mas quem, por amor a Cristo, renuncia ao mundo, “receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.” E este é o maior tesouro que alguém pode encontrar. Pense nisso!

Ser cristão ou ser “a Universal”?

 Pessoas há que, estimuladas pelo marketing agressivo, tornam-se simpatizantes e até seguidoras de um evangelho cujo foco está no sucesso temporal, e não na salvação eterna

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“Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.” (Hebreus 11:13)


Pr. Cleber Montes Moreira


Há um comercial de TV muito conhecido no qual pessoas bem-sucedidas contam sua história de vida, declaram seu progresso, vitórias e sucessos, e terminam seu testemunho sempre com a frase: “Eu sou a Universal!” Esta é uma propaganda motivacional que visa vincular a ideia de prosperidade, de conquistas, de sucesso e felicidade àquela denominação religiosa. Pessoas há que estimuladas pelo marketing agressivo, tornam-se simpatizantes e até seguidoras deste tipo de evangelho cujo foco está no sucesso temporal, e não na salvação eterna. Interessante que, ao contrário destas pessoas, os heróis da fé não tiveram vida fácil. Na verdade, o escritor bíblico diz que eles “morreram na fé, sem ver o cumprimento das promessas…” Simplesmente creram. Se guiaram pela fé e não por vistas. Viveram na Terra como estrangeiros e peregrinos (Hebreus 11:13).

Dentre os personagens mencionados no capítulo 11 de Hebreus, a narrativa sobre Moisés é realmente interessante e oportuna. Diz o texto: “Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado; tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” (Hebreus 11:24-27). Ele tomou o caminho contrário ao que prega hoje o evangelho da prosperidade: recusou ser chamado filho da filha de Faraó, o que significa que rejeitou todas as glórias e benesses do reino, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, considerando obedecer a Deus algo mais precioso que os tesouros do Egito. No final, não entrou na Terra, apenas a viu de longe.

O texto bíblico ainda diz: “E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados” (Hebreus 11:36,37).

Certamente, pessoas como os heróis da fé não podem ser garotos-propaganda deste falso evangelho. O que teriam a dizer se testemunhassem naquele comercial de TV? Contar suas humilhações não seria politicamente correto.

O que é mais importante, ser cristão, ser guiado pela fé, ainda que em meio ao sofrimento, ou ser a Universal? Eu já fiz a minha escolha, e você?

Onde o céu começa

 Não existe “lar doce lar” sem a presença de Cristo; com Ele até o mais humilde casebre irradia luz e alegria. A Sua Palavra, lida e ensinada, amada e praticada, transforma nosso lar no lugar “onde o céu começa”

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“E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.” (Deuteronômio 6:6-7)


Pr. Cleber Montes Moreira


Li no adesivo de um carro uma frase muito interessante: “O céu começa em casa”. Logo pensei: se para alguns o céu começa em casa, para outros é lá que o inferno tem início. Penso que um lar com Jesus é céu, mas sem Ele é inferno.

A Bíblia diz que “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam…” (Salmos 127:1). Muitos querem edificar seus lares nas areias movediças da autossuficiência, de tradições familiares ou religiosas, do velho ou novo moralismo etc. Se esquecem de que todo esforço neste sentido é vão, e que somente é possível ter uma família equilibrada, sadia e firme diante das intempéries se ela estiver firmada na base sólida da Palavra de Deus.

A Bíblia é o manual para a formação de famílias saudáveis. Ela tem orientações para o esposo, a esposa, pais, filhos etc. Ela transmite valores eternos, e quem fizer caso deles será bem-sucedido. Podemos parafrasear assim o Salmo primeiro, versos 1, 2 e 3: “Bem-aventurada é a família que não vive segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.”

Sabemos que Satanás tem se esforçado para desfazer a Obra do Criador, e sua maior estratégia é destruir a família. Ele tenta afastar seus membros da presença de Deus, usando todos os meios possíveis, inclusive a mídia, para propagar valores invertidos. Traições, desobediência, rebeldia, desrespeito, inveja, ódio, violência, pornografia, ridicularização dos valores bíblicos, heterofobia (isso existe), são apenas alguns ingredientes dos enredos de filmes, novelas e programas de auditórios da TV que entram nos lares e minam as colunas que dão firmeza às famílias. Às vezes de forma imperceptível, devagar, o pecado vai entrando e, quando se percebe, o estrago está feito.

Muitas lutas podem ser travadas nos lares, podendo ser motivadas por desvio dos cônjuges, brigas, consumo de álcool e drogas, consumismo, má administração do tempo, escassez de saúde, desemprego, falta de dinheiro etc. A família sem Jesus estará vulnerável e propícia ao esfacelamento.

Se você quer que o céu comece em sua casa precisa viver e ensinar os valores bíblicos em seu lar. Seus ensinos e seu exemplo terão papel poderoso e determinante na influência positiva da sua vida sobre os demais membros de sua família. Pense nisso!

Incrédulos louvam?

 Fora do relacionamento com Deus ninguém é capaz de produzir qualquer expressão agradável ao Pai, nada que possa ser chamado, verdadeiramente, de louvor

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Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:23, 24)


Pr. Cleber Montes Moreira


Sei que o texto acima fala sobre adoração. Adorar é um termo muito abrangente, é mais que louvar, entretanto, quero particularizar e discorrer mais especificamente sobre o louvor, considerando-o como um ato, elemento, ou aspecto da adoração.

Pessoas que conversavam num grupo, elogiavam a participação de alguém durante um evento secular, diziam que “fulano louvou muito bonito”. Alguém, logo após seu “louvor”, teria perguntado se pertencia a alguma igreja evangélica. A resposta dada foi que não, e que jamais havia frequentado uma. Pelas informações, não tem um testemunho de conversão nem qualquer compromisso com o evangelho de Cristo.

“Louvar” está em moda, e incrédulos também louvam. Não entrando no mérito da qualidade, nem do conteúdo dos louvores atuais, as músicas gospel têm ótima aceitação, penetram fundo no emocional das pessoas e, muitas canções tornam-se populares, de modo que mesmo os que vivem alheios às questões religiosas as conhecem e até cantam. Aliás, louvar já não é mais coisa só de crente; há muita gente louvando por aí: louvam em casa, nas ruas, nos programas de TV, nos auditórios, nas festas, durante shows etc. Há até um certo cantor que certa feita avisou: “não sou evangélico, sou cantor gospel”. Agradeço pela sinceridade, mas pergunto: incrédulos louvam? Seus louvores chegam a Deus?

O salmista afirmou que “os mortos não louvam ao Senhor” (Salmos 115:17a). Os mortos são aqueles que não têm vida, sejam os ídolos, sejam os que os adoram, sejam os mortos vivos deste mundo, sejam os que já partiram sem um encontro com Cristo. Mortos não louvam, e toda pessoa sem o Salvador está morta em ofensas e pecados (Efésios 2:1). O perdido não pode louvar nem agora e nem depois da morte. O louvor dos incrédulos são palavras jogadas ao vento, sem qualquer utilidade, pois ninguém pode louvar com os lábios se não louvar primeiro com a vida.

Os verdadeiros adoradores adoram em espírito e em verdade, e não como a samaritana que adorava o que não conhecia (João 4:22,23). O mesmo princípio se aplica ao louvor, pois o louvor é parte da adoração. Louvor sem conhecimento, compromisso e vida com Deus pode ser qualquer coisa, menos louvor. Da mesma forma que a oração eficaz é aquela feita por um justo, é o louvor do redimido que chega aos céus. Fora da relação pessoal com Deus não há verdadeiro adorador, nem qualquer expressão agradável ao Pai. A samaritana tinha, talvez, vínculos com a religião de seus antepassados, porém não cultivava um relacionamento pessoal com o Pai Eterno.

Há muitos que se intitulam, ou são intitulados adoradores, há muita coisa chamada louvor, mas não se impressione, assim como “nem tudo que reluz é ouro”, nem todo aquele que diz “Senhor, Senhor” tem parte com Ele.

Deus não busca louvores, Ele busca vidas santas dispostas no altar; Ele não busca adoração, mas adoradores que adorem em espírito e em Verdade, porque nem tudo o que sai da boca sai do coração, e nem todo barulho que o homem produz são louvores que brotam de uma vida transformada. Pense nisso!

“Coisa nenhuma há senão este maná”

Este é o tempo em que muitos olham para certas igrejas e reclamam: “Mas eles só têm este Pão?”, “Não têm nada além da mensagem Bíblica para oferecer?”, “Apenas este maná?”, e saem em busca de algo mais apetitoso

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“Mas agora a nossa alma se seca; coisa nenhuma há senão este maná diante dos nossos olhos.” (Números 11:6)

 

Pr. Cleber Montes Moreira

 

O maná é o alimento com o qual Deus, miraculosamente, sustentou seu povo durante a travessia do deserto. Era saudável, nutritivo, gratuito, sua aparência “era como semente de coentro branco, e o seu sabor como bolos de mel” (Êxodo 16:31), portanto, gostoso. Mesmo assim o povo reclamava por ter apenas este maná para comer. A queixa teria iniciado com estrangeiros cheios de gula, que contagiaram os israelitas com suas murmurações. Seriam mestiços de israelitas com egípcios, fruto de casamentos mistos. Eles se lembravam dos peixes, dos pepinos, das melancias, dos alhos-porós, das cebolas e dos alhos que comiam no Egito (v. 5). Agora, tinham apenas “este maná”, expressão que parece denotar desprezo.

Certa pessoa disse que se transferiria para outra igreja, porque o seu pastor “só prega doutrina”. Há quem despreze a exposição bíblica por sentir desejo por outros tipos de sermões, mais adequados às suas expectativas. É por isso que aqueles que não suportam a sã doutrina constituem para si, cada vez mais, mestres segundo os seus próprios desejos (2 Timóteo 4:3). Como a oferta de outros alimentos cresce a cada dia, o povo da gula tem diante de si um cardápio vasto: sermões de autoajuda, sofismas, filosofias humanas, mensagens antropocêntricas, triunfalistas, entretenimento, pregação de prosperidade, falsos milagres, revelações, profecias extrabíblicas, e muitas outras coisas. Há sempre uma nova opção neste mercado imenso, especializado em satisfazer o apetite da clientela.

As igrejas que insistem em oferecer o Pão do Céu, que dá vida ao mundo (João 6:33), passam pela mesma experiência de Jesus, quando abandonado pela multidão que queria apenas benefícios temporais: “Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele” (João 6:66), da mesma forma como tantos que já não suportam a Palavra da Verdade deixam suas congregações em busca de novas experiências.

Este é o tempo em que muitos olham para certas igrejas e reclamam: “Mas eles só têm este Pão?”, “Não têm nada além da mensagem Bíblica para oferecer?”, “Apenas este maná?”, e saem em busca de algo mais apetitoso.

Que não haja entre nós nenhum anseio por outro alimento, senão o desejo pala Palavra da Vida, pelo Pão do Céu. Que nos contentemos com apenas “este maná”, o maná da vida que é Cristo e seus ensinos. Que haja em nosso meio fome, não fome por um falso evangelho, mas fome e sede pela autêntica Palavra do Senhor. Amém!

A Trajetória da Igreja

“Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar, até ao dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera; aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando das coisas concernentes ao reino de Deus.” (Atos 1:1-3)

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Texto Bíblico: Atos 1:1-11


Pr. Cleber Montes Moreira


Entendamos por “trajetória da igreja” o caminho que ela tem de percorrer na história, desde o seu surgimento até a sua glorificação com Cristo. Há uma linha de partida e uma linha de chegada. Os registros bíblicos são apenas parte de uma história emocionante que continua sendo escrita através dos séculos, e cujo fim ainda não sabemos quando se dará, uma vez que não nos foi revelado o momento do encontro entre a “noiva” e o “noivo” (Mateus 24:36), embora os sinais daquele grande dia se evidenciem cada vez mais.

Os registros de Atos são importantes por sua autoridade história, para a teologia da igreja, e como garantia de que Deus está atuando através dos séculos, conduzindo todas as coisas para o fim que Ele mesmo planejou.

Apesar de todas as aflições que os fiéis do início da era cristã tiveram de suportar, bem como todo o sofrimento causado aos cristãos de todos os tempos — zombarias, opressões, perseguições e mesmo a morte — a trajetória da Igreja é de sucesso e não de fracasso. A declaração do Senhor de que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18) não apenas lhe confere autoridade, mas lhe assegura de que Ele a governa, sustenta e a faz triunfar sobre todas as forças que tentam impedi-la, e mesmo bani-la da Terra: o seu futuro está guardado em Cristo. Nenhuma outra instituição teria resistido às mesmas provas pelas quais a Igreja tem passado ao longo dos séculos. Por isso a história é prova inconteste de que a Igreja é de Cristo, e não uma invenção humana.

Devemos aceitar “Atos dos Apóstolos” como a parte inicial da história que está sendo registrada nos anais divinos. O autor nos mostra o fundamento sobre o qual a igreja é edificada, se desenvolve, cresce e se espalha pelo mundo, a convicção que a faz prosseguir, quem a sustenta e orienta, bem como esperança que a motiva.

1. A trajetória da igreja se inicia e se orienta a partir de “tudo o que Jesus começou a fazer e a ensinar” (vs. 1,2)

Segundo a tradição cristã do segundo século, tanto o livro de Atos como o terceiro Evangelho foram escritos por um companheiro de viagem de Paulo, identificado em Colossenses 4:14 como “Lucas, o médico amado”, e citado entre os companheiros de trabalho do apóstolo (Colossenses 4:10-17; ver também 2 Timóteo 4:11; Filemom 1,24). “Meu livro anterior”, o evangelho de Lucas, registra o ministério de Jesus desde o seu nascimento até sua ascensão. Aquele que narrou com fidelidade o que “Jesus começou a fazer e a ensinar” agora registra os primeiros passos da igreja.

Os discípulos foram ensinados e treinados por Jesus. A igreja permanecia na “doutrina dos apóstolos” (Atos 2:42), ou seja, naquilo que eles receberam do Senhor e transmitiram aos outros crentes. Por isso ela é edificada, e trilha a história a partir de “tudo o que Jesus começou a fazer e a ensinar”, de modo que sua trajetória não é orientada por doutrinas humanas, teologias que desprezam a Bíblia, ou qualquer outra fonte posta como autoritativa, mas exclusivamente pelos ensinos de Cristo.

2. A igreja prossegue em sua trajetória pela convicção de que Cristo está vivo (v. 3; 24:1-53)

O escritor encerra sua narrativa anterior com registros de aparições do Cristo ressurreto (Lucas 24:1-53), e inicia Atos afirmando que o Senhor se apresentou vivo “com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas relacionadas com o Reino de Deus,” ou seja, de modo indubitável. Paulo, escrevendo aos Coríntios, exortando-os a permanecerem firmes no evangelho que lhes foi pregado, lhes fala sobre algumas das manifestações do Senhor (leia 1 Coríntios 15:1-8). A fé no Cristo vivo motiva a igreja: ela existe e se move por esta convicção.

3. A trajetória da igreja é orientada Espírito Santo (vs. 4,5,8)

Existem muitos métodos de gestão e estratégias adotados pelas igrejas de hoje. “Igrejas orientadas” por isso ou aquilo, “igreja” isso ou aquilo, e vários nomes e conceitos orientadores que têm por propósito a administração eficaz, o crescimento e a qualidade das igrejas. Há muitas igrejas dirigidas segundo sabedoria humana em desprezo da ação norteadora do Espírito Santo. Não é incomum que, logo após um processo de sucessão pastoral, pastores com uma “nova visão” trabalhem para desconstruir o ‘modelo’ anterior para implementar aquele que acha correto, como se a igreja fosse um “laboratório de experimentos”. Se este comportamento se verificasse no princípio, certamente que o Livro de Atos não existiria, ou se existisse, seria um livro histórico, mas não inspirado: ele retrataria os atos de um grupo religioso, de um “modelo de gestão eclesiástica” e não da igreja de Cristo.

A verdadeira igreja é orientada, encorajada, capacitada e usada pelo Espírito para os propósitos divinos. O poder do Espírito (virtude/capacitação) derramado sobre os salvos tem um objetivo: instrumentalizá-los para que sejam “testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra”. Em Atos vemos o Espírito Santo capacitando os salvos, dando-lhes ousadia, alegria, confortando, abrindo e fechando portas, orientando na pregação etc. O mesmo Espírito, com o mesmo poder e intenção, atua na igreja do presente.

4. A igreja segue sua trajetória motivada pela esperança de que Cristo voltará (vs. 9-11)

A ausência física do Senhor poderia ser motivo de desânimo para os discípulos. Os ensinos, as palavras encorajadoras, os momentos de oração e outras experiências do cotidiano com o Mestre deixaria uma saudade capaz de abrir uma lacuna em seus corações. Entretanto, lhes foi prometido um outro Consolador, bem como lhes foi feita uma promessa: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu já lhes teria dito. Pois vou preparar um lugar para vocês. E, quando eu for e preparar um lugar, voltarei e os receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, vocês estejam também” (João 14:2,3 — NAA).

Aqueles que viram o Senhor subir aos céus já haviam recebido a promessa de que Ele voltaria, e os levaria para Ele mesmo, para que estivessem juntos por toda a eternidade. Nós somos movidos por esta viva esperança. Sobre os heróis da fé, o escritor aos Hebreus declarou: “Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra” (Hebreus 11:13). A exemplo deles “não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir” (Hebreus 13:14). Paulo nos ensina que “a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Filipenses 3:20). Muitos outros textos falam da cidade realmente maravilhosa, para onde Cristo irá nos levar, mas, o mais importante, e por isso o céu é valioso, é que Ele estará lá, no meio de seu povo (Apocalipse 22:1-5).

A convicção da volta do Senhor nos fortalece, é a viva esperança que nos faz prosseguir.

Reflita

1. A Palavra (doutrina/ensino) de Cristo é fundamento e orientação para o agir da igreja durante sua peregrinação.

2. A convicção de que Cristo está vivo alegra e motiva a igreja a prosseguir;

3. O Espírito Santo é a fonte de poder que instrumentaliza os salvos.

4. A confiança de que Cristo voltará para levar sua igreja a faz prosseguir perseverante em sua trajetória vitoriosa.

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