A avareza afeta a razão; na prática o avarento valoriza mais as coisas que a própria vida, pois enquanto ajunta esquece de viver.
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E lhes propôs uma parábola: “As terras de certo homem rico produziram com abundância. E ele começou a pensar consigo mesmo: ‘Que farei agora, pois não tenho onde armazenar toda a minha colheita?’. Então lhe veio à mente: ‘Já sei! Derrubarei os meus celeiros e construirei outros ainda maiores, e ali guardarei toda a minha safra e todos os meus bens. E assim direi à minha alma: tens grande quantidade de bens, depositados para muitos anos; agora tranquiliza-te, come, bebe e diverte-te! Contudo, Deus lhe afirmou: ‘Tolo! Esta mesma noite arrebatarei a tua alma. E todos os bens que tens entesourado para quem ficarão?’. Isso também acontece com quem poupa riquezas para si mesmo, mas não é rico para com Deus”. (Lucas 12: 16-21 — BKJA).
Pr. Cleber Montes Moreira
Alice é uma jovem executiva, funcionária de uma grande empresa do ramo de tecnologia. É inteligente, bonita, atraente, bem-sucedida… e A-VA-REN-TA!
Ela se veste inadequadamente para o cargo que ocupa, pois não considera razoável pagar o que suas colegas do escritório pagam pelas roupas que usam. Não aceita convites para sair com os amigos, só para não ter que dividir com eles a conta de gastos que considera desnecessários.
Por muito tempo morou num pequeno apartamento, próximo do trabalho, dividindo as despesas com outras duas jovens. Quando resolveu comprar um imóvel, pagou à vista por um apartamento bem mais simples do que poderia, considerando seu salário e a poupança acumulada. Aliás, na época ela conseguia poupar mais de 70% do que ganhava. Como não gosta de riscos, prefere a caderneta de poupança, mesmo com rendimentos menores.
Aos 32 anos ela ainda tem facilidade para iniciar relacionamentos, porém, por causa de seu comportamento avaro, seus namoros não duram muito.
Alice sofre da “Síndrome de Tio Patinhas”, patologia que ganhou este nome por causa do Tio Patinhas, personagem da Disney conhecido por sua avareza. Ele é tão mão de vaca que mesmo nadando em dinheiro não gasta um tostão, e nem empresta. Na vida real, em certas proporções, muitos assumem comportamento parecido. Para alguns especialistas, sofre da “Síndrome de Tio Patinhas” aquele que consegue poupar mensalmente 30% ou mais de sua renda líquida, o que é considerada uma poupança exagerada se o objetivo é não ficar sem dinheiro até o fim da vida. O aconselhável é acumular 20% da renda durante o período de vida ativa.1
Há gente que por causa da avareza não vive, não desfruta do que ganha, se priva de compartilhar momentos alegres, de cultivar amizades etc. O homem rico da parábola (Lucas 12:16-21) pensou apenas em acumular, desprezando o mais importante. Sua estratégia era guardar para usufruir mais tarde, porém não fez caso do tempo: no final não aproveitou a vida, não teve tempo para Deus, e se despediu deste mundo tal como veio, sem coisa alguma — porque ninguém leva para a eternidade o que junta aqui.
O sábio disse: “Quem ama o dinheiro jamais terá o suficiente; quem ama as riquezas, nunca se sentirá em paz e feliz com seus rendimentos. Certamente, isso também é ilusão, vaidade” (Eclesiastes 5:10 — BKJA). A avareza afeta a razão; na prática o avarento valoriza mais as coisas que a própria vida, pois enquanto ajunta esquece de viver.
Nota: Alice é um personagem fictício criado para contar fatos de uma história real.
1 Com informações de https://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/o-problema-das-pessoas-que-poupam-demais/ (acessado em 25 de junho de 2019)
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