Os homens dos “tempos trabalhosos” serão presunçosos | Pastor Cleber
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Os homens dos “tempos trabalhosos” serão presunçosos

Pessoas presunçosas, não ensináveis, desprezam os ensinos da Palavra de Deus… elas buscam posições de destaque e honra em detrimento dos outros, muitas vezes usando de má-fé.

presunção
Imagem: Pixabay

“Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos.” (2 Timóteo 3:2 — grifo do autor)


Pr. Cleber Montes Moreira

 

Outra característica dos homens dos últimos dias é que eles serão presunçosos. A palavra utilizada no texto é ἀλαζόνες (alazónes), que indica o comportamento daquele que presume de si mesmo mais do que é. No linguajar de nossos dias, é alguém que “se acha”. Na Bíblia Reina Valera de 1989, em espanhol, a tradução é “vanagloriosos”, em português “vangloriosos”, pessoa “que tem convencimento exagerado dos próprios méritos ou qualidades, que exibe suas pretensas conquistas; jactancioso, vaidoso, fanfarrão”.1 Indivúduo — ἀλαζών (alazón) — pretensioso, ostentador, orgulhoso. Segundo Fritz Rienecker e Cleon Rogers, é “alguém que se jacta e fica falando de suas próprias realizações e, em sua jactância, ultrapassa os limites da verdade e magnifica o fato a fim de se engrandecer, na tentativa de impressionar as pessoas”.2 É como um pescador que tendo apanhado um lambari conta que pescou um pirarucu tão grande, mas tão grande, que para tirar o peixe da água entortou o leito do rio.

Este comportamento jactancioso estava bem presente entre os fariseus.

Para algumas pessoas que confiavam em sua própria justiça e menosprezavam os outros, Jesus contou ainda esta parábola: “Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano. O fariseu, em pé, orava em seu íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: roubadores, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’ (Lucas 18:9-12 — BKJA).

Eles ainda apreciavam orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem admirados pelos outros, faziam caridade para serem vistos, e “tocavam trombetas” diante das pessoas anunciando seus atos, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens (Mateus 6:1-5). Eles são como aquele povo que, “seguindo suas próprias inclinações”, são capazes de dizer: “Afasta-te! Fica-te aí mesmo onde estás! Não te aproximes de mim, pois sou ainda mais santo do que tu!” (Isaías 65:5 — BKJA).

Conta-se que certa vez, quando John Bunyan acabara de pregar um sermão, um dos ouvintes lhe disse: “Sua mensagem foi brilhante. Jamais ouvi alguém falar desse jeito!” Bunyan respondeu: “Eu sei, irmão. Há pouco, o diabo me disse o mesmo.” Ele sabia que a exaltação do ego é uma armadilha que deve ser evitada. Há gente tão gabola que se vangloria até de sua humildade. Tenha cuidado para não deixar o diabo inflar seu ego.

Conforme Champlin, a raíz de alazón é ale e quer dizer “perambulação”.

Era a palavra usada para indicar uma atitude mental enlouquecida ou distraída. Os “vagabundos” geralmente eram indivíduos de vil caráter, fingidos, impostores; e assim a forma verbal dessa palavra indica os “fingidos”, os enganadores; e, em sua forma nominal, veio a indicar os “jactanciosos”, que proferiam coisas altissonantes sobre eles mesmos, mas que tudo era apenas pretensão”.3

Originalmente o alazón era um desses curandeiros impostores que levavam ao povo medicamentos, encantamentos e métodos de exorcismo que, segundo eles, curavam todos os males. Isso me faz lembrar daquele carro que passava em nossas ruas vendendo uma tal “pomada milagrosa”, capaz de curar quase tudo, mas também me faz pensar nos falsos profetas, jactanciosos, oportunistas, embusteiros, que “cheios de si” alardeiam poder e autoridade para fazer prosperar, curar enfermidades, realizar coisas sobrenaturais, profetizar, exorcizar, decretar, e até dar ordens a Deus. Eles proclamam santidade, autoridade e poder que não possuem; são vangloriosos e ávidos pelo lucro e/ou status. O seu evangelho é como aquela “pomada milagrosa” — pura enganação!

Pessoas vangloriosas, jactantes, desprovidas de humildade, não ensináveis, estão presentes em toda a sociedade, e também dentro das igrejas. Elas desprezam os ensinos da Palavra de Deus, violam regras, desrespeitam o próximo, são persuasivas, e buscam posições de destaque e honra em detrimento dos outros, muitas vezes usando de má-fé.


1 Google

2 Rienecker, Fritz – Rogers, Cleon. Chave linguística do Novo Testamento grego, página 477, Vida Nova, São Paulo-SP, 1985.

3 Champlin, Russell Norman. Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, Vol 5, página 386, Editora Candeia, São Paulo – SP, 1995

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