Os homens dos “tempos trabalhosos” serão blasfemos | Pastor Cleber
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Os homens dos “tempos trabalhosos” serão blasfemos

Em nossa sociedade decadente, e também no contexto religioso, os blasfemos são uma característica cada vez mais perceptível, quanto mais nos aproximamos dos últimos dias

profeta
Imagem: Free Images

“Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos.” (2 Timóteo 3:2 — grifo do autor)

 

Pr. Cleber Montes Moreira


A palavra usada para “blasfemos” é blasphēmoi (βλάσφημοι) e significa “calunioso, malfalante”1. Alguém blasfemo é aquele que comete blasfêmia, “discurso, palavra proferida, que ofende fortemente uma divindade, insulta uma religião ou tudo que pode ser considerado sagrado”2; é alguém que desdenha de Deus, ou “desafia o divino”3. Segundo Champlin, é “aquele que fala com profanação”4.

Paulo reconhece que havia sido “blasfemo, perseguidor e insolente” (1 Timóteo 1:13). Não porque proferisse (literalmente) injúrias contra a divindade, mas por que em seu extremo zelo religioso perseguia os cristãos pensando prestar um serviço a Deus; a sua blasfêmia era resistir ao Senhor. Ele perseguia não só os salvos, mas a Cristo: “Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo! por que você está me perseguindo?’” (Atos 22:7 — NVI). Com isso aprendemos que a religiosidade cega é também uma forma de blasfêmia.

Ser blasfemador é, sem dúvidas, uma das características mais marcantes dos “tempos trabalhosos”, não só fora das igrejas, mas (e talvez principalmente), dentro delas. Podemos dizer que todo falso crente é um blasfemo, que todo falso líder, não importando o nome que ostente — profeta, pastor, bispo, apóstolo etc. — é um blasfemador; é alguém que desafia Deus e profere mentiras contra Ele e/ou em nome dele. Os ensinamentos dos falsos mestres são blasfêmias. Por amarem a si mesmos, por cultuarem o próprio ventre, eles mercantilizam, ressignificam e falsificam a Palavra de Deus intencionalmente, por conveniências e interesses pessoais; e isso consiste na blasfêmia preferida de Satanás.

O Bispo macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, ao falar sobre o primeiro milagre de Jesus, a transformação da água em vinho, blasfemou contra Deus com estas palavras (literalmente, conforme vídeos publicados noYouYube, incluindo os erros de português):

O primeiro milagre que Jesus realizou foi numa festa de casamento, quando ele transformou a água em vinho. Eu fiquei perguntando: Meu Deus, o primeiro milagre que o Senhor faz não é a cura de um enfermo, não é a libertação de um oprimido, não é a salvação de um ser humano, o Senhor transformou água em vinho!? E essa água em vinho, o que fez? Alegrou apenas os convidados daquela festa de casamento, mais nada. Não fez mais nada, ou fez? Qual foi o benefício que a transformação de água para vinho trouxe para o Reino de Deus? Qual foi? Fala pessoal! Houve algum benefício? Não. Aí eu fiquei pensando, meu Deus: É justo que o Senhor tenha transformado água em vinho sem beneficiar qualquer pessoa para o reino de Deus, enquanto há pessoas cujas vidas se mantém como água poluída, podres na realidade, e que apesar de crer em Ti ainda continuam com a mesma qualidade de vida, a mesma vidinha miserável, mesquinha, infeliz, triste, mal-humorada… é justo isso? É justo que o Senhor tenha transformado a água em vinho e não tenha transformado a vida de uma pessoa para uma nova criatura? Eu não aceito isso. Eu não aceito essa situação. A minha inteligência se nega a aceitar essa situação. Mas foi o Senhor quem fez isso, eu sei que o Senhor fez isso, mas, particularmente, o meu coração, diante do conhecimento que nós temos da Tua Palavra, da justiça de Deus, não passa na minha cabeça uma coisa que eu não aceito. É inaceitável que Ele tenha transformado água em vinho e não tenha transformado a vida das pessoas que têm crido nele. Sejamos honestos, sim ou não, concordam comigo?

No Antigo Testamento o castigo para o blasfemador era a morte por apedrejamento:

O filho de uma israelita, cujo pai era egípcio, saiu de sua casa e, ao encontrar-se no meio dos filhos de Israel, no acampamento, contendeu com um homem israelita. Ora, o filho da israelita blasfemou o Nome e o amaldiçoou. Levaram-no então a Moisés. O nome de sua mãe era Selomite, filha de Dibri, da tribo de Dã. Deixaram-no preso até que a vontade do SENHOR lhes fosse declarada.

Então o SENHOR disse a Moisés: “Tira fora do acampamento aquele que pronunciou a maldição. Todos aqueles que ouviram, porão suas mãos sobre a cabeça dele, e toda a comunidade o apedrejará. Em seguida comunicarás aos filhos de Israel o seguinte: Toda pessoa que amaldiçoar a seu Deus levará o peso do seu pecado! Aquele que blasfemar o Nome de Yahweh deverá morrer, e toda a comunidade o apedrejará. Quer seja estrangeiro ou natural da terra, será executado, caso blasfeme o Nome.

(Levítico 24:10-13 — BKJA)

Jesus nos adverte que a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada: “Por esse motivo eu lhes digo: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem será perdoado, mas quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado, nem nesta era nem na era que há de vir” (Mateus 12:31,32 — NVI). Alguém perguntaria, “Mas o que é a Blasfêmia contra o Espírito Santo?” Este assunto é melhor entendido à luz do verso 24, que diz: “Mas quando os fariseus ouviram isso, disseram: ‘É somente por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa demônios.’” Observe: os fariseus acusaram Jesus de expulsar demônios em nome de Belzebu, o maioral dos demônios. Com esta acusação eles afirmaram que a obra de Jesus era obra de demônios. Esta era a blasfêmia contra o Espírito Santo, pois obra de Jesus é a obra do Espírito. Mesmo tendo uma prova visível e irrefutável do poder do Espírito que operava por meio de Jesus, eles declaram que o Senhor agia, não pelo Espírito, mas pelo diabo. Assim, declaradamente atribuíram a obra do Espírito à Satanás.

Tudo o que Jesus realizou foi pelo Espírito Santo. A obra da salvação é pelo Espírito Santo. Quando alguém nega a Jesus, ou seja, rejeita a sua obra sobre sua vida, está blasfemando contra o Espírito Santo, e quem morre nesta condição não tem perdão porque depois da morte não há oportunidade para o arrependimento.

Embora o evangelho seja pregado todos os dias, pessoalmente, nos templos, por meio de literaturas, nas redes sociais (a agora as lives), rádios, TVs, etc., pecadores há que, conscientemente, teimosamente, rejeitam a Obra do Espírito em suas vidas. Nos registros de João encontramos que muitos que ouviram Jesus crerem nele, porém não quiseram confessá-lo: “Ainda assim, muitos líderes dos judeus creram nele. Mas, por causa dos fariseus, não confessavam a sua fé, com medo de serem expulsos da sinagoga; pois preferiam a aprovação dos homens do que a aprovação de Deus” (João 12:42,43). Isso é blasfêmia.

Em Apocalipse lemos sobre aqueles que blasfemaram e não se arrependeram:

O quarto anjo derramou a sua taça no sol, e foi dado poder ao sol para queimar os homens com fogo. Estes foram queimados pelo forte calor e amaldiçoaram o nome de Deus, que tem domínio sobre estas pragas; contudo se recusaram a se arrepender e a glorificá-lo. O quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, cujo reino ficou em trevas. De tanta agonia, os homens mordiam a própria língua, e blasfemavam contra o Deus do céu, por causa das suas dores e das suas feridas; contudo, recusaram-se a arrepender-se das obras que haviam praticado.

(Apocalipse 16:8-11 — NVI)

Há pessoas obstinadas no pecado, que não se arrependem. Esta indisposição contra o Espírito Santo leva à morte eterna, por isso é pecado sem perdão, uma vez que após a morte já não há oportunidade para a salvação.

Seja no seio das igrejas, ou no mundo, não importa, a blasfêmia contra Deus é uma característica cada vez mais perceptível nesta sociedade decadente, quanto mais nos aproximamos dos últimos dias, e não somente os incrédulos, mas os falsos profetas atestam isso.


1 https://biblehub.com/greek/989.htm (acessado em 16 de julho de 2019)

2 https://www.dicio.com.br/blasfemia/ (acessado em 16 de julho de 2019)

3 https://el.wiktionary.org/wiki/βλάσφημος (acessado em 16 de julho de 2019)

4 Champlin, Russell Norman, Ph. D., Comentário Bíblico, Volume 5, página 386, Hagnos, 2001

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