A avareza é característica presente nos “amantes de si mesmos”. Alguém impregnado do amor-próprio valorizará tudo aquilo que puder ser usado para satisfazer sua cobiça, por isso terá obsessão pelo dinheiro
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“Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos.” (2 Timóteo 3:2)
Pr. Cleber Montes Moreira
O termo φιλάργυροι (philarguros), traduzido por avarentos, significa, literalmente, “amantes da prata” ou “amantes do dinheiro”. Este espírito cobiçoso chamado avareza é uma forma de idolatria, pois o dinheiro é tratado como a prioridade da vida, em razão de que a pessoa passa a desprezar valores importantes, pessoas e o próprio Deus. O dinheiro torna-se o seu “sol”, em torno do qual gira seus interesses.
A avareza é característica presente nos “amantes de si mesmos”. Alguém impregnado do amor-próprio valorizará tudo aquilo que puder ser usado para satisfazer sua cobiça, por isso terá obsessão pelo dinheiro. Não é sem motivo que Paulo escreveu que “o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos” (1 Timóteo 6:10 — NVI). Sim, o amor ao dinheiro provoca muitos males: O amor ao dinheiro leva a apostasia. Por amar ao dinheiro, pessoas gastam tempo demasiado no trabalho, deixando a família, os amigos e tantas coisas importantes para segundo plano. O amor ao dinheiro sufoca os bons sentimentos e torna a pessoa insensível. Todos os que se corrompem na política o fazem pelo amor ao dinheiro. Pelo amor ao dinheiro, ou ao que o dinheiro pode comprar, pessoas brigam, traem umas as outras, mentem, caluniam, roubam, matam… Plutarco disse que “a avareza é um tirano bem cruel; manda ajuntar e proíbe o uso daquilo que se junta; visita o desejo e interdiz o gozo”. Considerando seu poder nefasto, não é sem motivo que seja uma das marcas dos “tempos trabalhosos” aos quais Paulo se refere.
Se há um conselho oportuno que possa ser considerado em relação ao exposto, é este: Seja senhor e não servo do dinheiro. Considere o dinheiro como bênção, e não como combustível da cobiça. Use-o de maneira inteligente, para abençoar a si, a sua família e aos que dele necessitam; faça-o de modo generoso. Administre-o de forma que Deus seja glorificado. Seja fiel no sustento da Obra do Senhor e colabore para a expansão do evangelho. Fazendo assim seu coração estará no Céu, onde o seu verdadeiro tesouro está protegido, e não na Terra “onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam” (Mateus 6:19).
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