Sobre afirmações de que “o Brasil se aliou a países islâmicos em tema de sexo e família na ONU”, conforme matérias publicadas em julho de 2019 em vários noticiários, e que estão sendo replicadas esta semana em redes sociais
Imagem: Pixabay |
Por Cleber Montes Moreira
Durante a semana, por mensagens via WhatsApp, Facebook e outros aplicativos, internautas replicaram informações de artigos publicados em julho do ano passado sobre o Brasil ter se aliado a islâmicos em temas de sexo e família na ONU. Nada mais que temas requentados ao calor da disputa ideológica. Os desavisados, porém, ao lerem estes artigos são induzidos a crerem que o Brasil se posicionou ao lado dos que são a favor do casamento infantil, do cerceamento de liberdades e contra direitos das mulheres, talvez, antevendo em suas mentes férteis, brasileiras de burcas e a excisão feminina. Nada disso. Ocorre que o governo atual é pró-família, contra ideologia de gênero e contra o aborto, o que incomoda muita gente.
Não é novidade que a grande mídia é especializada em narrativas e “ressignificação” dos fatos, e que quando trata de “direitos humanos” não é sobre direitos, mas ativismo ideológico; quando “grita” que “vidas negras importam”, não é sobre vidas negras, nem sobre vidas humanas, uma vez que as “vidas negras”, ou vidas indígenas, ou vidas femininas, ou vidas LGBTs só importam se elas e os fatos que a elas se relacionam servirem como argumentos e propaganda ideológica. Se alguma vida humana negra, feminina, indígena, LGBT+ etc., for vítima de violência, ela só será símbolo de luta e desencadeará manifestações se for de esquerda e/ou servir aos propósitos da militância; se for vida de direita, não serve e cai no esquecimento. Se o nome da vítima for, por exemplo, Marielle Franco, ou se Rhuam Maycon da Silva Castro (o menino cujo pênis foi cortado, e um ano após morto e esquartejado pela mãe e sua companheira), isso fará diferença nos noticiários, no modo como a informação será veiculada, também na forma de atuação das autoridades investigativas, na interpretação e aplicação das leis e nos tribunais. Costumo dizer que a sociedade, por influência cultural é ‘caolha’, que enxerga apenas com o olho esquerdo. Se o crime é matar um negro por sufocamento (crime hediondo), isso importa, mas se for a morte de 50 milhões de pessoas humanas (brancas, negras, amarelas, masculinas, femininas etc) isso já não é assunto próprio para os noticiários — falo do número de abortos praticados anualmente, cerca de 45 a 50 milhões. É assim que “Marielle presente” vira estampa, enquanto Rhuan é esquecido, que George Floyd (não por amor, mas por conveniência) serve como argumento para ANTIFAS, enquanto, por exemplo, a morte de policiais negros não têm utilidade para estes movimentos.
Sobre as afirmações replicadas de que “o Brasil se aliou a países islâmicos em tema de sexo e família na ONU”, fica evidente que o que incomoda os esquerdistas e faz produzir matérias tendenciosas, é que “o Brasil votou a favor de uma emenda proposta por Egito e Iraque para excluir do texto uma referência ‘ao direito à saúde sexual e reprodutiva’”, ou seja, votou contra o aborto (ainda que este seja também atentado contra vidas negras, neste caso, para os “jornazistas” a raça não importa). Como não se pode omitir que este governo não é ditador, homofóbico, xenofóbico, machista, misógino etc., como alguns tentaram fazer entender, mas pela vida (todas as vidas), e que defende, como nunca antes, o direito das mulheres, inclusive com o aperfeiçoamento da Lei Maria da Penha, é que se faz necessário criar narrativas para desqualificá-lo. O instrumento natural de quem milita contra a verdade é a mentira, e ela vem quase sempre travestida de verdade, para impressionar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário