Casados Consigo Mesmos | Pastor Cleber
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Casados Consigo Mesmos

Imagem: Pixabay


Pr. Cleber Montes Moreira

“Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus.” (Filipenses 2:3-5 NVI)


Recebi pelo Whatsapp um link de uma matéria intitulada: “Empresária mineira se casa com ela mesma para celebrar amor-próprio.” Em entrevista ela declarou: “Eu resolvi casar comigo por causa da minha história, de eu ter chegado ao ponto de compreender que, em primeiro lugar, eu sou a pessoa mais importante da minha vida.”1 Vestida a caráter, segurando um espelho, a noiva, de 38 anos, fez votos de amor-próprio diante de cerca de 100 convidados.2 A celebração ocorreu no dia 26 de maio de 2019, numa praça de Belo Horizonte (MG).

A sologamia, termo traduzido do inglês sologamy, ato de contrair casamento consigo mesmo, já é moda em vários lugares do mundo. As cerimônias com decoração, trajes próprios, bolo, convidados, padrinhos, votos matrimoniais, dentre outras coisas, fazem lembrar um casamento convencional. Há no mercado várias empresas do ramo especializadas neste tipo de “casamento”. Os adeptos defendem que a sologamia nada mais é do que o comprometimento com o amor-próprio, com os próprios interesses e a própria felicidade.3 Isso lembra o refrão da música “Eu me amo”, do grupo “Ultraje a Rigor”, que diz:

Eu me amo, eu me amo
Não posso mais viver sem mim
Eu me amo, eu me amo
Não posso mais viver sem mim

Ainda que para muitos a sologamia seja um ato simbólico, ilustra com propriedade o que Paulo ensinou sobre as pessoas dos “últimos dias”, as quais ele chama de “amantes de si mesmos”. Elas se exaltam sobremaneira, amam a si mesmas mais que tudo e que todos, se colocam como o centro do universo, e buscam incessante e incansavelmente, a todo custo, alimentar seu ego com tudo que lhes dá prazer são insaciáveis, obstinadas! Ainda que para satisfazerem seus intentos tenham que violar regras e desprezar princípios e valores morais.

Os “amantes de si mesmos” bem poderiam ser chamados de “casados consigo mesmos”.

Creio que a maior característica das pessoas deste tempo seja a busca excessiva pelo prazer como bem supremo. À luz do ensino paulino, percebemos que à medida que o mundo avança para Tempo do Fim, o egoísmo se pronuncia ainda mais (2 Timóteo 3:2).

A felicidade como finalidade última, preponderante, é fruto do egocentrismo, e tende a ser construída sobre o desrespeito dos direitos, da indiferença, do desprezo ao próximo, da corrupção, do ódio, da violência… Este comportamento, segundo o sábio, consiste em “insurgência contra a sabedoria” (Provérbios 18:1), e contraria o ensino paulino em Filipenses 2:3-5.

A questão é que quem é “casado consigo mesmo” usufrui de uma felicidade que dura como um raio. No final, como enfatiza o autor de Eclesiastes, “tudo é vaidade”. A “felicidade”, ilusória como uma miragem, é levada pelo vento, e a própria vida passa como “um conto ligeiro”. Pense nisso!

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