Pr Cleber Montes Moreira
“Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a
verdade” (João 17:17 ―
grifo do autor)
A Inerrância das Escrituras é a doutrina
de que a Bíblia não contem erros. Segundo Paul David Feinberg,“A
Inerrância é o ponto de vista de que, quando todos os fatos forem
conhecidos, demonstrarão que a Bíblia, nos seus autógrafos
originais e corretamente interpretada, é inteiramente verdadeira, e
nunca falsa, em tudo quanto afirma, quer no tocante à doutrina e à
ética, quer no tocante às ciências sociais, físicas ou
biológicas.”1
Os batistas afirmam em sua Declaração Doutrinária que a Bíblia,
quanto a seu conteúdo, “é a verdade, sem mescla de erro e por
isso é um perfeito tesouro de instrução divina.”2
A inspiração e a inerrância das Escrituras são verdades
fundamentais e inegociáveis da fé cristã.
Por quê precisamos estudar este tema?
Porque Deus governa sua igreja por meio de Sua
Palavra, a Bíblia. É pelo seu conhecimento e a convicção de sua
inerrância, em submissão ao Espírito Santo, que o salvo terá
condições para responder sabiamente a qualquer que pedir a razão
de sua esperança (1 Pedro 3:15). Os que são gerados pela Palavra da
vida sabem que a fé autêntica no Senhor não pode ser separada da
fé nesta mesma Palavra, o que seria um contrassenso. Quem ama a Deus
amará a Escritura, nela terá prazer e a desejará mais que o ouro,
nela meditará dia e noite e a terá como sua regra de fé e prática
(Salmos 1:2; 19:10; 119:97; Tiago 1:22,23).
Ataques à doutrina da “Inerrância das Escrituras”:
Além dos ataques do pós-modernismo, do ateísmo,
do neo-ateísmo, do liberalismo e de outras religiões, as Escrituras
vem sofrendo neste tempo ataques impiedosos da chamada Teologia
Inclusiva. O problema é que estes ataques são, em relação às
igrejas, externos e internos ao mesmo tempo, uma vez que os difusores
desta teologia também estão infiltrados nas denominações
históricas e em seus sistemas de educação, ensino teológico e
formação de lideranças.
Os Teólogos Inclusivos, na esteira do liberalismo
teológico, negam a inerrância da Bíblia, bem como a ortodoxia
cristã histórica. Alegam que certos textos são fruto de uma
“cultura machista”, “opressora” e/ou “interditiva”, que
reproduzem visões éticas e preconceitos sociais do período em que
foram escritos, em decorrência de que assuntos relacionados ao
comportamento humano devem ser abordados não a partir da
interpretação histórica, mas do que chamam “ética do amor”.
Em outras palavras, o que afirmam é que a Bíblia está errada
quanto algumas de suas afirmações, que certos textos, como os
escritos paulinos, considerados interditivos, precisam ser revisados.
Daí surgem, como forma de “correções”, as chamadas Bíblias
Inclusivas destinadas ao público LGBTI, com distorções e anotações
que justificam seu posicionamento teológico, bem como outros
materiais. Tais teólogos são ‘determinadores’ e não
investigadores sinceros em busca da Verdade; eles não se submetem ao
Espírito, mas agem movidos pela carne.
Hermisten Maia Pereira da
Costa, em seu livro “A Inspiração e Inerrância das Escrituras”,
nos diz:
A inerrância se aplica à Bíblia, não às teologias supostamente bíblicas. Com isso queremos dizer que, apesar de a Bíblia não conter erros, ela deve ser interpretada a partir de si mesma, em submissão ao Espírito das Escrituras. A Teologia é uma reflexão interpretativa e sistematizada da Palavra de Deus. A sua fidedignidade estará sempre no mesmo nível da sua fidelidade à Escritura. A relevância de nossa formulação não dependerá de sua “beleza”, “popularidade”, ou “significado para o homem moderno”, mas sim de sua conformação às Escrituras. O mérito de toda teologia está no apego incondicional e irrestrito à Revelação; a melhor interpretação é a que expressa o sentido do texto à luz de toda a Escritura, ou seja, em conexão com toda a verdade revelada. Nada é mais edificante e prático que a Verdade de Deus.3
Qualquer teologia que não preze por uma
interpretação da Bíblia a partir da perspectiva de seu Autor, pela
busca fiel do entendimento da Palavra pela Palavra, sob total
dependência e orientação do Espírito Santo, deve ser considerada
como inimiga da fé cristã e, portanto, refutada com vigor pela
própria Palavra da Verdade. Jesus mesmo usou a ‘fórmula’ do
“Está escrito…” (Mateus 4:1-11).
Alguns testemunhos sobre a inspiração e inerrância da Bíblia:
Na história do cristianismo vários personagens
como Irineu, Agostinho, Anselmo, Tomás de Aquino, Martinho Lurero,
John Wesley e outros, depuseram convictamente pela inerrância das
Escrituras.
Nos Salmos lemos que “A tua palavra é
muito pura; portanto, o teu servo a ama”; “As
palavras do Senhor são palavras puras, como prata
refinada em fornalha de barro, purificada sete vezes” (Salmos
119:140; Salmos 12:6), e que “A
lei do Senhor é perfeita” (Salmos 19:7).
Paulo afirmou que “Toda a Escritura é divinamente
inspirada…” (2 Timóteo 3:16). Pedro declarou que
“a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas
os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”
(2 Pedro 1:21). Jesus disse: “Não
pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim
abolir, mas cumprir”
(Mateus 5:17 ―
NVI). Em sua oração
pelos discípulos, Ele ainda declarou: “a tua
palavra é a verdade”
(João 17:17) ―
grifos do autor.
Em 1949,
antes de pregar num grande evento numa tenda em Los Angeles, Billy
Graham mergulhou em dúvidas que afligiam sua alma. Algumas semanas
antes, ele participara de uma conferência no Centro de Retiros
Forest Home, na Califórnia, com diversos teólogos da época, dentre
eles o seu então melhor amigo Charles Templeton, que defendia no
Seminário Teológico de Princeton (Princeton Theological Seminary)
seu estudo histórico e literário da Bíblia contrário a ideia da
inspiração plena das Escrituras.
Em 1949, antes de pregar num
grande evento numa tenda em Los Angeles, Billy Graham mergulhou em
dúvidas que afligiam sua alma. Algumas semanas antes, ele
participara de uma conferência no Centro de Retiros Forest Home, na
Califórnia, com diversos teólogos da época, dentre eles o seu
então melhor amigo Charles Templeton, que defendia no Seminário
Teológico de Princeton (Princeton Theological Seminary) seu estudo
histórico e literário da Bíblia contrário a inspiração e
inerrância das Escrituras.
Perturbado, certa noite
Billy pegou sua Bíblia e caminhou sozinho pelas montanhas de San
Bernardino, ao redor do Forest Home. Ao ver um velho tronco de árvore
ao lado do caminho, colocou sobre ele sua Bíblia aberta e começou a
orar:
“Ó Deus! Há muitas coisas neste livro que não entendo. Existem muitos problemas para os quais não tenho solução. Existem muitas contradições aparentes. Existem algumas áreas que não parecem se correlacionar com a ciência moderna. Não posso responder a algumas das questões filosóficas e psicológicas que Templeton e outros estão levantando.”
Depois caiu de joelhos, e
continuou:
“Pai, pela fé eu aceito este livro como Tua Palavra! Pela fé vou além das minhas dúvidas; eu creio que esta seja a Tua Palavra inspirada!”
Após sua oração Graham
sentiu o Espírito de Deus inundando sua alma. Quando se dirigiu ao
público do Forest Home na noite seguinte, era como se fosse um novo
homem. Havia uma confiança, um senso de autoridade em sua pregação
que era totalmente nova e poderosa.
Ambos eram estudiosos da
Palavra e evangelistas muito conhecidos. Um buscou entender a Bíblia
por critérios humanos, o outro dobrou seus joelhos. Billy Graham
tornou-se no homem que conhecemos, já Charles Templeton trocou a fé
cristã pelo ateísmo.4
(1 Coríntios 2:14)
Reflita:
Espíritos enganadores
tentam nos convencer de que a Bíblia não é inerrante, e de que Ela
não é, mas apenas contém a Palavra de Deus. Devemos permanecer
atentos, e recorrermos à própria Bíblia, em oração e dependência
do Espírito para que possamos reafirmar nossa fé de que a Palavra
de Deus é fiel, autoritativa, imutável, eterna e perfeita, assim
como é o Seu autor. (1 João 4:1; 2 Coríntios 4:4)
_____________
1 Costa,
Hermisten Mais Pereira da. A Inspiração e Inerrância das
Escrituras, página 103, Editora Cultura Cristã, São Paulo, 1998.
2http://www.batistas.com/portal-antigo/index.php?option=com_content&view=article&id=15&Itemid=15&showall=1
(acessado em 28 de maio de 2019)
3 Costa,
Hermisten Mais Pereira da. A Inspiração e Inerrância das
Escrituras, página 109, Editora Cultura Cristã, São Paulo, 1998.
4 Com
informações de:
Documentário “Billy Graham O
embaixador de Deus”, God's Ambassador (Original), DVD, 2006,
Distribuído no Brasil por Comev.
https://www.ultimato.com.br/conteudo/billy-graham-e-a-ante-sala-da-apostasia
(acessado em 29 de maio de 2019)
https://friendsofjustice.blog/2015/08/03/billy-grahams-shadow-chuck-templeton-and-the-crisis-of-american-religion/
(acessado em 29 de maio de 2019)
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