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A SOBERBA OU A ALEGRIA?
Pr. Cleber Montes Moreira
“E saindo o pai, instava com ele. Mas,
respondendo ele, disse ao pai: eis que te sirvo há tantos anos,
sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito
para alegrar-me com os meus amigos.” (Lucas 15:29 – grifo do
autor)
Observem a alegação do filho mais velho: ele
reclama que era obediente, que jamais transgredira um só mandamento
de seu pai e, mesmo assim, este dava mais atenção e despendia mais
cuidados para com o filho desobediente. Este comportamento ilustra a
conduta dos escribas e fariseus, relatada no verso 2: “E os
fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores, e
come com eles”. Segundo o Dicionário Bíblico Moody, pecadores
refere-se “ao povo das ruas para o qual os fariseus olhavam com
desdém por que não conhecia a Lei”. Eles reclamavam que Jesus
dava atenção aos “pecadores”, inclusive aos publicanos,
os ensinava e comia com eles. Eles não admitiam que a missão do
Cristo é “buscar e salvar o que está perdido” (Lucas
19:10), que veio para os doentes e não para os que se acham sãos,
conforme o Senhor mesmo explica: “Os sãos não necessitam de
médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os
justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento” (Marcos
2:17).
É lamentável quando alguém se vê no pódio da
espiritualidade, no auge da santificação, acima de todos e em
condições de desprezar os demais pecadores. Esta soberba religiosa
indica justamente o contrário do que aparenta ser: em vez de elevada
espiritualidade, profundidade no pecado!
O escritor e pensador Helgir Girodo disse: “Toda
pessoa arrogante, soberba e altiva não aceita ser corrigida, visto
que não deseja ser mudada por um comportamento superior, porque já
possui um espírito de conduta inferior que a satisfaz”. Assim eram
e agiam os escribas e fariseus! Diferentemente, o “humilde de
espírito” está sempre apto para ser corrigido, arrepender-se
e entrar para o Reino de Deus. Enquanto o soberbo diz “nunca
transgredi um mandamento teu”, o humilde ora: “Ó Deus,
tem misericórdia de mim, pecador!” (Lucas 18:13). O primeiro é
repreendido, o segundo encontra perdão. O primeiro se afoga nas
águas do orgulho, o segundo imerge na graça e emerge da morte para
a vida.
Ao invés da soberba dos religiosos, alegremo-nos
com os céus pelos pecadores que se arrependem (v. 7), considerando
que somos participantes da mesma graça e que fomos alcançados pelo
amor do Pai quando éramos “ainda pecadores” (Romanos
5:8).
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