Imagem: Pixabay |
Pr. Cleber Montes Moreira
“Porque se nós, sendo inimigos, fomos
reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo
sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.” (Romanos
5:10)
Pastores lacradores gostam de usar frases de
efeito. Esses dias um deles escreveu um texto cheio de expressões da
Teologia Inclusiva e, dentre outras coisas, afirmou: “Nossa
religião é o amor”. Esta mesma afirmação já foi feita por
outros evangélicos, mas também por médiuns, filósofos e até
ateus. Um twitteiro postou: “Minha religião é o amor, e eu não
sigo regras, sigo meu coração.” Uma blogueira escreveu: “Faça
do amor também sua religião!” Num texto de exaltação a Santa
Sara Kali (padroeira dos ciganos), o articulista escreveu:
“Sabiamente seus seguidores ensinam ‘Nossa religião é o Amor!’,
pois a felicidade destas pessoas é viver sem prisões ou rótulos…”
Um pastor inclusivo, já falecido, num de seus sermões declarou:
“Nossa igreja é a igreja do amor”. Um outro acaba de lançar um
livro em que apresenta o amor como “uma atitude política
revolucionária”, onde trata da ética a partir desse “amor” e
não da Palavra de Deus, pelo menos não a partir de sua
interpretação tradicional. Esses pastores consideram que é preciso
“romper com o tradicionalismo moralístico envernizado de fé
cristã”, modo como tratam a fé daqueles que consideram
“tradicionalistas”, “moralistas”, “intolerantes” etc.
Tudo o que se opõe ao discurso do “amor” é considerado como
expressão de ódio. Eles dizem que “o amor é libertário”,
porém tal “liberdade” nada mais é que permissividade, uma vez
que este “amor” tudo consente. Prova disso é o que afirma
Alexandre Feitosa em seu livro “O Prêmio do Amor” (Editora
Oásis), páginas 41 e 42: “Não há argumentos que tornem
ilegítimas as uniões homoafetivas diante das Escrituras visto que
contra o amor não há lei!” Assim a “religião do amor” é a
religião do “tudo pode” — desde que feito com ou por “amor”
—, daqueles que “convertem em dissolução a graça de Deus”
(Judas 1:4).
Considerando a etimologia da palavra religião,
afirmar que “nossa religião é o amor” significa dizer que o
homem é (re)ligado a Deus pelo “amor”, ou, pelo menos, pelo que
consideram ser o “amor”. Assim o “amor” é tido como elemento
que viabiliza a salvação. Talvez por isso certo pregador tenha dito
que se alguém é capaz de amar, não importando se religioso ou
ateu, nem a sua condição moral etc., esta pessoa está salva. Em
outras palavras, se alguém é capaz de amar, mesmo que não confesse
Cristo como seu Senhor e Salvador, mesmo que não tenha a experiência
do arrependimento e do novo nascimento, e ainda que não viva
orientado pelo Espírito de Deus (Lucas 3:8; Gálatas 5:16) está
salvo. Apesar de condenarem o “tradicionalismo”, os pregadores
inclusivos seguem uma nova (mas antiga) tradição que como o
religiosismo judaico invalida as Escrituras: “Vocês estão
sempre encontrando uma boa maneira para pôr de lado os mandamentos
de Deus, a fim de obedecer às suas tradições!” (Marcos 7:9 —
NVI).
Porque no discurso e na prática os teólogos
inclusivos consideram a suficiência do amor para (re)ligar a pessoa
a Deus, Jesus Cristo passou a ocupar em sua teologia um lugar
“estético”, de coadjuvante, muitas vezes exercendo papel de
defensor dos “excluídos”. Eles não somente desprezam o Salvador
e recusam o evangelho genuíno como único poder de Deus para a
salvação de todo aquele que crê (Romanos 1:16), mas também a
Bíblia como normativa para a vida cristã por considerarem certos
textos “opressores” ou “interditivos”.
O verdadeiro amor é fruto da vida com Deus, e não
instrumento de salvação. Jesus Cristo continua sendo, e sempre
será, o único nome, dado entre os homens, pelo qual devamos ser
salvos (Atos 4:12). Apenas Ele tem o poder para reconciliar —
(re)ligar — o homem com Deus (Romanos 5:10). Portanto, dizer que
“nossa religião é o amor” pode até ser um discurso bonito, mas
é estratégia do diabo para enredar pessoas. Pense nisso!
Nenhum comentário:
Postar um comentário