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Pr. Cleber Montes Moreira
“Eu disse: Guardarei os
meus caminhos para não pecar com a minha língua; guardarei a boca
com um freio, enquanto o ímpio estiver diante de mim... Ouve,
Senhor, a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu clamor;
não te cales perante as minhas lágrimas.” (Salmos 39:1,12 –
Leia todo o salmo)
O salmista está abatido.
Seus pensamentos estão carregados, talvez de questionamentos e
dúvidas acerca de Deus e outras coisas que, se exteriorizadas, podem
escandalizar.
Na estrada da vida há
declives. Ninguém está imune às tristezas, e nem à depressão.
Diante de situações adversas, de sofrimentos extremos, de dolorosas
provações, não é incomum que pessoas questionem o silêncio, a
ação, ou a permissão de Deus quando suas expectativas são
frustradas. Pode parecer que Ele tarda em socorrer, que não ouve as
súplicas, que está ausente quando o pior acontece. “Onde Deus
estava?”, “Por que Ele permitiu que isso acontecesse?”, “Por
que não mandou o livramento?”, perguntam. Isso é de nossa
humanidade, é fraqueza nossa.
Davi propôs em seu coração
colocar um freio em sua boca, de não dizer nada diante dos ímpios.
Mattew Henri diz que “devemos nos lembrar que eles vigiam as nossas
palavras e as modificam, se puderem, para nossa desvantagem.” De
fato, toda palavra impensada, precipitada e inconsequente que
dissermos, e até nossos lamentos poderão ser usados contra nós.
Por isso, em certos momentos, o silêncio é preciosíssimo, ainda
que agrave a nossa dor (v. 2).
Há hora de calar, e hora de
falar. O salmista, quando falou, falou com Deus. Enquanto orava
percebeu sua fragilidade, também viu que a força e a glória humana
não passa de vaidade. Ele entendeu as consequências de suas
iniquidades, suplicou por alívio, e colocou sua esperança no
Senhor. Percebeu que não é Deus quem nos lança em sofrimento, que
se ausenta e nos abandona, mas que é o pecado que como a traça nos
corrói e faz de nossa vida um sopro (v. 11). As aflições são
bênçãos se nos servem como disciplina, se nos levam ao
quebrantamento, se nos conduzem ao quarto de oração. Pense nisso!
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