Imagem: Pixabay |
Jugo desigual: Luz e Trevas têm gerado muitos filhos, formando uma geração de fuscos
Pr. Cleber Montes Moreira
“Não vos prendais a um jugo desigual com os
infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E
que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre
Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?” (2
Coríntios 6:14,15 — ACF)
Luz e Trevas viviam em guerra, e sempre travavam
violentas batalhas. A Luz sempre usava as armas da Verdade, e por
isso prevalecia contra as Trevas que tinham como principal
instrumento a mentira. Não importando as estratégias das Trevas,
todas as suas armadilhas, mordacidade, artimanhas, calúnias etc., a
Verdade sempre vencia os combates.
Certa feita, num tempo de aparente trégua,
enquanto as Trevas planejavam um novo ataque, a Luz começou a
observá-las com olhar bondoso. Pensou se em toda aquela densa
escuridão não haveria alguma virtude escondida, e que, talvez, as
Trevas não fossem totalmente más. Após refletir por algum tempo
sobre esta probabilidade, a Luz, cheia de boas intenções, aventou
se aproximar das Trevas para conhecê-las melhor e, quem sabe,
descobrir algo de bom até então encoberto.
Foi assim que a Luz, com
sincera disposição, resolveu convidar as
Trevas para um café. As Trevas desconfiaram do convite inusitado,
mas, considerando o caráter íntegro da Luz, resolveram que aquela
seria uma grande oportunidade. Então, numa noite muito escura —
porque as Trevas fogem da Luz — ambas
se encontraram. As Trevas foram com sua vestimenta habitual, mas a
luz, para não afugentar as Trevas, vestiu-se toda de preto (da
cabeça aos pés). Esta foi a primeira vez que a Luz usou aquelas
roupas. Durante o café conversaram sobre vários temas, e decidiram
que deveriam marcar outros encontros para dialogarem mais sobre suas
diferenças — talvez pudessem por meio do respeito e do diálogo
acabarem com as hostilidades. Desde então a Luz decidiu que, além
de vestimentas
que não ofendessem as Trevas, teria de usar outros instrumentos além
da verdade, que deveria agir com mais amor e diplomacia,
pois do contrário não haveria chance para a paz.
Outros encontros aconteceram, até que a Luz se
encantou pelas Trevas. Inimigas históricas, agora Luz e Trevas não
apenas se tornaram amigas, mas parceiras e, por fim, amantes. Não
demorou muito e desta união nasceu o Fusco (lusco-fusco). No DNA
características herdadas dos pais indicavam um ponto de equilíbrio
entre as forças antes antagônicas: nem totalmente Luz, nem
totalmente Trevas; nem totalmente verdade, nem totalmente mentira;
nem totalmente bom, nem totalmente mau (…). O Lusco era o que
faltava para dar ainda mais sentido àquele relacionamento.
Este “jugo desigual”, casamento entre Luz e
Trevas (luz que não é luz) é uma realidade no meio religioso.
Muitos evangélicos têm levantado a bandeira do “amor”, respeito
e diálogo com os divergentes.
Na mesa temas como aborto, ideologia de gênero, ingresso de LGBTs na
membresia das igrejas, feminismo, teologia negra etc. Padres
católicos, representantes
afro religiosos, líderes islâmicos, dentre outros, falam em templos
evangélicos. Pastores defensores da Teologia Inclusiva palestram em
igrejas de denominações históricas, até então consideradas
conservadoras. Faz
pouco tempo que circulou nas redes sociais um
convite para uma palestra de uma transexual numa igreja evangélica.
Também, coisa recente, um pastor inclusivo, militante de um partido
político radical, esteve pregando e divulgando seu livro numa igreja
de uma denominação histórica. Nesta mesma igreja, também recente,
uma pastora luterana, defensora do aborto, palestrou. Já não é
incomum que apareçam em vídeos de campanhas religiosas
(evangélicas) homens com aspecto feminilizado.
Na
semana passada, numa Faculdade Teológica de uma
denominação conservadora, a pretexto de “diálogo
inter-religioso”, aconteceu uma “aula esclarecedora” com um
líder de uma religião que abriga grupos radicais que têm por
“hobby” decapitar cristãos, isso sem falar no modo como tratam
as mulheres e as crianças. As lideranças observam tais ocorrências
passivamente, não sei se por indiferença, frouxidão,
posicionamento politicamente correto, ou por alinhamento de
convicções.
Pelo que
vejo, Luz e Trevas têm gerado muitos filhos… Não são filhos da
luz, mas filhos da Luz (que não é luz) com as Trevas (como se isso
fosse possível). Uma geração de “fuscos” tem se formado, e é
ela que, se nada for feito, estará à frente de seminários e
faculdades confessionais, nas lideranças denominacionais, no
pastoreio de jovens, de igrejas, e em outras posições estratégicas.
E tudo isso enquanto aqueles que deveriam guardar as portas, a
pretexto de respeito e “amor”, dialogam com inimigos sobre
assuntos, princípios e doutrinas que deveriam ser inegociáveis.
2019-09-11
Nenhum comentário:
Postar um comentário