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Tanto o orgulho do ‘fariseu’ quanto o orgulho do liberal mata: ambos estão ‘ensimesmados’ e afastados da verdade.
Pr. Cleber Montes Moreira
“Como caíste desde o
céu, ó Lúcifer, filho da alva! Como foste cortado por terra, tu
que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei
ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte
da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as
alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. Contudo, levado
serás ao inferno, ao mais profundo do abismo.” (Isaías 14:12-15)
Há um texto que viralizou
nas redes sociais, replicado até por líderes religiosos, que posto
abaixo na íntegra, tal como recebi, e comento a seguir:
Lúcifer não foi expulso do céu porque se embriagou, adulterou, fornicou, se prostituiu, porque usou drogas, porque ouvia e cantava música não religiosa, ou era gay. Mas ele caiu pelo seu próprio orgulho, caiu pela soberba em se achar melhor que Deus.
Essa geração está equivocada. Condenam as pessoas que fraquejam.
Se acham maiores espiritualmente que todos porque frequentam igrejas, se acham mais santos que o Espírito Santo. Acreditam que pecado é só se embriagar, se prostituir, usar drogas, entre outros.
Mas, se esquecem que o orgulho transformou anjo em demônio e homem em bicho. Pior do que cair e ser exposto como alguém que fraquejou é viver caído pela própria soberba e orgulho de se achar único e sem pecado no mundo.
É verdade que o pecado de
Satanás foi o orgulho, conforme nos ensinam as Escrituras.
Entretanto, este texto é tendencioso e contribui com a estratégia
do próprio diabo em amenizar as consequências de certas práticas
pecaminosas, e de colar nos discordantes rótulos de “orgulhosos”,
“legalistas”, “intolerantes” etc., bem como serve de pretexto
para aqueles que acham que outras práticas além do orgulho não são
pecaminosas e, portanto, não condenáveis. Não é isso que a Bíblia
diz. Jesus, por exemplo, nos apresenta esta pequena lista: “Porque
do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios,
fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias” (Mateus
15:19). Já pensou nos pecados mencionados na Bíblia, e que todos
eles são condenáveis? Podemos citar a mentira, inveja, ciúmes,
porfias, homicídios, ingratidão, rebelião, amargura, ira, raiva,
ódio, gritarias, blasfêmias, malícia, glutonaria, bebedeiras,
ganância, pecados sexuais etc. Todavia, sabemos ser impossível
relacionarmos numa lista tudo aquilo que pode ser chamado de pecado.
Pecado é “errar o alvo”
proposto por Deus para nós, é desobediência, é contrariar o
padrão divino, é tudo que consiste em rebelião contra o Criador e
em violência contra a obra criada, o que inclui o ser humano.
Costumo dizer que o pecado é como um muro que nos separa de Deus. É
o que Isaías diz, mas com outras palavras: “Mas as vossas
iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos
pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça”
(Isaías 59:2). E ele não falou especificamente sobre orgulho,
palavra que também não está em Apocalipse, onde lemos sobre os que
não entrarão na cidade celestial: “Mas, ficarão de fora os cães
e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os
idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira” (Apocalipse
22:15); “E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa
abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da
vida do Cordeiro” (Apocalipse 21:27). Portanto, não é apenas o
orgulho que impede a entrada no reino. Além do mais, o pecado que lá
no Éden entrou na vida humana e trouxe consequências para todos
(todos pecaram, Romanos 3:23), contribuiu para desencadear uma série
de atos que chamamos de pecados (no plural). Assim, porque a natureza
humana está corrompida por causa da queda, o que se manifesta nos
sentimentos, pensamentos, atitudes etc., é que o ser humano está
sempre propenso a praticar coisas que Deus abomina.
Quero ainda salientar que
nem todos os que condenam o pecado são orgulhosos. Na verdade, o
profeta tem esta tarefa, o que não significa sentenciar pessoas –
o juiz é Deus! Por isso, o discurso proferido no texto é falto de
verdade, e corrobora o falso evangelho proclamado por progressistas e
liberais, dentre os quais estão também padres, pastores e outros
líderes religiosos. E, considerando que orgulho é, dentre outras
coisas “excesso de admiração que o indivíduo tem em relação a
si próprio, baseado em suas próprias características, qualidades
e/ou ações; arrogância”; é pensar de si mais do que convém
(Romanos 12:3), saliento que essa gente é orgulhosa, pois que em seu
liberalismo está convencida de que sua posição é a correta, ainda
que as Escrituras mostrem claramente o contrário. Assim é que,
tanto o orgulho do ‘fariseu’ quanto o orgulho do liberal mata:
ambos estão ‘ensimesmados’ e afastados da verdade.
Lembre-se: um dos objetivos
do diabo, que é ardiloso e sutil, é justamente aplacar as
consciências quanto ao pecado, oferecendo um “evangelho”
adequado para que o homem se sinta no relacionamento com Deus e, ao
mesmo tempo, conserve suas práticas pecaminosas. Temos de ter
cuidado para não replicarmos este tipo de mensagem; ainda que seja
estética e “politicamente correta”, não é a palavra que Deus
nos confiou para anunciar ao mundo. Pense nisso!
Concordo que o pecado na precisa estar numa lista pois o orgulho não estava antes de satanás pecar. O que temos que observar e nossa motivação em relação a Deus ,este é o crivo.
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