Pr. Cleber Montes Moreira
“Edificados
sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo
é a principal pedra da esquina.”
“Tu
és o Cristo, o Filho do Deus vivo.”
(Efésios
2:20; Mateus 16:16)
Um
dia Pedro fez uma bela confissão: “Tu
és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16:16).
Tal afirmação sobre Jesus destoava do entendimento das pessoas de
fora, que diziam ser ele João o Batista, Elias, Jeremias, ou um dos
profetas. Esta verdade revelada a Pedro pelo próprio Deus é a base
da construção da igreja, por isso Jesus, a partir dela, diz: “E
também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra (que é o
próprio Cristo, e não Pedro) edificarei a minha igreja, e as portas
do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18 – adendo
explicativo).
No
texto é usado
o grego ‘Petros’
para se referir a Pedro, palavra cujo significado é “pedrinha”
ou “fragmento
de rocha”.
Porém, para Cristo é
usado
‘Petra’,
que significa “rocha”,
usualmente uma rocha utilizada no mundo antigo para fazer fundações.
Por isso o melhor entendimento do texto é que Pedro é uma pedrinha,
e que Jesus é a verdadeira Rocha, ou pedra angular, sobre a qual o
Senhor edificaria a sua igreja. É
esta pedra que os judeus rejeitaram: “Ele
é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi
posta por cabeça de esquina” (Atos 4:11).
Ainda
hoje muitos rejeitam a Cristo, a pedra angular, na tentativa vã de
construir a fé sobre outros fundamentos. A questão é que as
edificações
erguidas
sobre outros alicerces têm prazo de validade, pois não podem
suportar por muito tempo as intempéries. A sentença para este tipo
de construção é esta: “E desceu a chuva, e
correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu,
e foi grande a sua queda” (Mateus 7:27). Por isso, tenhamos em
mente que: A sabedoria humana não
pode constituir a base da construção da igreja, porque o
conhecimento sobre quem é Cristo não pode ser elaborado a partir da
mente do homem natural, uma vez que para compreender esta verdade é
imprescindível a iluminação do Espírito de Deus, que habita
somente nos salvos. Por isso Paulo, escrevendo aos Coríntios,
afirmou que sua mensagem não consistia em palavras persuasivas de
sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder; que
não falava segundo sua própria sabedoria, mas segundo o ensino do
Espírito Santo (1 Coríntios 2:4,13). É assim que a revelação
sobre quem é Cristo não veio do próprio Pedro, mas do Eterno:
“Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a
carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus” (Mateus 16:17).
A importância desta verdade que o próprio Deus revelou a Pedro
consiste em que nossas convicções determinam o modo como vivemos.
Só podemos ser edificados na verdade se, de fato, conhecermos a
verdade. Assim, a verdadeira igreja é firmada na verdade que é
Cristo, ou então, não será uma igreja.
Toda construção
que se chama “igreja”, edificada a partir do conhecimento, do
pensamento e capacidade humana ruirá. Pregadores que se utilizam da
sabedoria humana, como por exemplo da filosofia, podem proferir
mensagens agradáveis, atrair pessoas, promover adesões e encher os
templos, mas não podem cooperar para a edificação da igreja.
Portanto, a declaração de Pedro nos revela o único fundamento
sobre o qual a verdadeira igreja, como edifício santo, se ergue:
Cristo! “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além
do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1 Coríntios
3:11). João Calvino tem razão
ao afirmar: “Aqueles que desejam construir a Igreja pela rejeição
da Bíblia, constroem um chiqueiro e não a Igreja de Deus.”
Quando lemos
sobre os primeiros cristãos, que
“perseveravam na doutrina dos apóstolos” (Atos 2:42),
logo identificamos que o
ensino apostólico era Cristo, assim como deve ser o ensino da igreja
hoje. Os escritos paulinos dizem que
o fundamento dos apóstolos e dos profetas é o ensino
de que Jesus Cristo é a
principal pedra da esquina. Os apóstolos anunciavam a Cristo, e não
uma religião, ou uma ciência, ou uma cultura, e foi este ensino que
chegou também a nós.
Entendamos que
cada igreja local só será expressão fiel da igreja de Cristo, só
continuará sendo verdadeiramente edificada, e permanecerá, se tudo
o que fizer for a partir de Cristo e para Cristo: Se seu púlpito
proclamar a Cristo, se seu ensino for Cristo, se sua música exaltar
exclusivamente a Cristo, se sua evangelização proclamar a Cristo
como único e suficiente Salvador e Senhor dos que creem, e se toda a
sua obra glorificar a Cristo, porque sem Cristo não há igreja
verdadeira, e toda igreja que não tiver Cristo por fundamento um dia
cairá, e será grande a sua queda.
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