Pr. Cleber Montes Moreira
“Nesse meio tempo, tendo-se juntado uma multidão de milhares de pessoas, a ponto de se atropelarem umas às outras, Jesus começou a falar primeiramente aos seus discípulos, dizendo: ‘Tenham cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido. O que vocês disseram nas trevas será ouvido à luz do dia, e o que vocês sussurraram aos ouvidos dentro de casa, será proclamado dos telhados.’ ” (Lucas 12:2,3 – NVI)
Os últimos acontecimentos, fruto das investigações da Operação Lava Jato, que surgiram como uma bomba nos noticiários revelando imagens e áudios que causaram desconforto ao presidente Temer, provocaram o afastamento do senador Aécio Neves, as prisões de sua irmã Andrea Neves e seu primo Frederico Pacheco de Medeiros, dentre outros desdobramentos, fizeram-me recordar o texto em epígrafe. Aquilo que fizeram em oculto, para a perplexidade de todos, veio à tona – a podridão então encoberta está sendo exposta explicitamente. Só não vê quem não quer.
O “fermento”, mencionado no verso primeiro, refere-se à presença da corrupção daqueles que agem com “hipocrisia”, no caso os fariseus. Eles foram denunciados severamente por Jesus em outros momentos, com igual rigor. Sua hipocrisia consistia em ostentar uma vida de elevada espiritualidade para ocultar sua corrupção. À vista do povo eram zelosos da Lei, dedicados à oração, santos…, mas interiormente eram como “sepulcros caiados”, conforme palavras do próprio Senhor: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia” (Mateus 23:27 - NVI) – limpos por fora, podres por dentro!
Não há coisa pior que uma justiça injusta, uma fidelidade infiel, uma moral imoral, uma retidão dissimulada… Aqueles que usam a camuflagem de uma vida ilibada para ocultar sua corrupção agem com hipocrisia e um dia estarão desnudos à luz do Sol da Justiça, pois “não há nada encoberto que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.
A exortação que o Senhor nos deixa é: “Tenham cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia.” Em outras palavras: “não se contaminem”, “não se amoldem”, “não imitem a sua conduta”, “não se deixem levar” etc. “Fermento”, segundo, Godet, “é o emblema de cada princípio ativo, bom ou ruim, que possui o poder de assimilação”. Paulo usa o mesmo raciocínio ao escrever aos Gálatas que estavam se deixando enredar por um “outro evangelho”: “Um pouco de fermento leveda toda a massa” (Gálatas 5:9 - NVI). Conforme Beacon (1) os fariseus, com o seu “fermento” – ensinos e práticas – influenciavam as pessoas e direcionavam falsamente toda religiosidade israelita.
Várias crises tem solapado o Brasil nos últimos tempos. Falamos muito em crise política e nas que dela decorrem, mas há também crise moral, religiosa, espiritual… Penso que todas tem origem no afastamento do homem de Deus. Quanto mais distante dele, mais poder o pecado tem sobre o mundo. Aliás, “o mundo jaz no maligno” (1 João 5:19), nós, porém, somos de Deus, e por isso devemos viver livres de contaminação para que em meio a esta geração corrompida e degradante sejamos “irrepreensíveis” e “inculpáveis” (Filipenses 2:15).
Cuidado com o fermento – influência – dos hipócritas e perversos. Não nos assemelhemos àqueles que “posando de bons mocinhos” encobrem o mal que praticam. Que no dia da vergonha não tenhamos o que temer. (Disse temer, e não Temer)
Amém Amados!
ResponderExcluirNão nos esqueçamos da parte que nos cabe, de nossas responsabilidades, pois foi graças aos votos de muitos de nós, que eles foram eleitos. Que estes momentos nos sirva de reflexão, eleições vêm e vão, políticos vêm e vão e os estragos permanecem... Ir. Rogério Silva (84) 99120-9471