Pr.
Cleber Montes Moreira
“Ó
Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens,
roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.”
(Lucas 18:11)
Em
entrevista a blogueiros, no dia 20 de janeiro de 2015, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma declaração que
ficará para a história: “Se tem uma coisa que eu me orgulho,
neste País, é que não tem uma viva alma mais honesta do que eu.
Nem dentro da Polícia Federal, nem dentro do Ministério Público,
nem dentro da igreja católica, nem dentro da igreja evangélica.
Pode ter igual, mas eu duvido.”
No
meu modesto entendimento, creio que o que houve nesta afirmação foi
uma confusão de palavras: honestidade foi confundida com arrogância.
Enquanto honestidade é “característica ou particularidade de
honesto; qualidade de quem demonstra honradez; que age de acordo com
os princípios da moral; o que é decente, puro, que não se pode
reprimir moralmente”, arrogância significa “prepotência;
atitude de quem se sente superior aos demais ou da pessoa que assume
um comportamento prepotente, desprezando os outros.” Alguém que se
declara mais honesto que os demais, na verdade demonstra ser o mais
arrogante de todos.
A
afirmação infeliz me fez lembrar de uma parábola contada por
Jesus, sobre dois homens que subiram para orar. O fariseu, cheio de
arrogância, estando em pé, orava assim: “Ó Deus, graças te dou
porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e
adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na
semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.” Já o publicano,
considerado pelo primeiro como pertencente a pior classe de
pecadores, humildemente clamava: “Ó Deus, tem misericórdia de
mim, pecador!” Jesus, fazendo a aplicação de seu ensino, declara
que o publicano, não o fariseu, foi quem desceu para sua casa
justificado, e esclarece: “Porque qualquer que a si mesmo se exalta
será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado”
(Lucas 18:11-14). Creio que na conduta do cobrador de impostos
encontramos o significado de “Bem-aventurados os pobres de
espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5:3). A
humildade sincera nos aproxima de Deus, enquanto a soberba nos afasta
dele.
Motivado
pelo ocorrido, deixo uma pergunta: Que mérito teria diante de Deus a
pessoa mais honesta do mundo? Digo, a pessoa realmente mais honesta.
Talvez você se surpreenda com o que a Bíblia diz sobre nossa
condição diante do Criador: “Mas todos nós somos como o imundo,
e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós
murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos
arrebatam” (Isaías 64:6). Trapos de imundícia eram os panos
usados pelas mulheres para conter o fluxo menstrual, e também as
ataduras usadas pelos leprosos para cobrir suas feridas. Por mais que
alguém se declare honesto ou justo, a Bíblia diz qual é seu
verdadeiro estado: “Não há um justo, nem um sequer” (Romanos
3:10). Não importa o nome do homem, o seu papel na política, na
educação, na ciência, ou em qualquer outra área; não importa a
sua condição financeira, a cor de sua pele, a sua religião, ou
qualquer outra coisa que seja ou faça: Cleber, Pedro, Maria, João,
Dilma, Fernando, Francisco, Teresa, ou mesmo Luiz Inácio Lula da
Silva, ninguém há que tenha atingido o padrão exigido por Deus,
pois “não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca
peque” (Eclesiastes 7:20). Assim sendo, só há uma declaração
verdadeiramente honesta que cada um de nós deve fazer: “Eu sou
apenas um pobre pecador”. E há também uma única oração, capaz
de tocar o coração do Senhor: “Ó Deus, tem misericórdia de mim,
pecador!”
Nem
mesmo a alma mais honesta do mundo, se não reconhecer sua
insuficiência e pecaminosidade, se não fizer sua oração de
confissão e arrependimento, poderá ser justificada diante de Deus
pelos méritos do sacrifício de Cristo. Pense nisso, e ore agora
mesmo!
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