FAMÍLIA VERSUS “NOVA MORALIDADE” | Pastor Cleber
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FAMÍLIA VERSUS “NOVA MORALIDADE”

Imagem: Pixabay


Pr. Cleber Montes Moreira


Texto Bíblico: Gênesis 2:18-25

Introdução:

Estamos vivendo os “tempos trabalhosos”, ou difíceis, profetizados por Paulo. A agenda Global, como parte de um programa de reengenharia social que visa estabelecer uma nova ordem, tem avançado na desconstrução dos valores tradicionais, propagando uma nova moralidade onde o certo é errado e o errado é certo. Como parte deste projeto, há programas de partidos, de governos, e Projetos de Leis que tratam claramente da desconstrução da família tradicional e até da desconstrução da heteronormatividade, como tentativa de impor à toda sociedade novas configurações de família, banalizar o casamento e erotizar nossas crianças pequenas a partir das escolas, bem como criminalizar opiniões. A narrativa bíblica sobre a família e o casamento está sendo substituída por uma narrativa ideológica e diabólica, que privilegia outras configurações familiares e uniões civis.
É neste contexto, de grande luta e confusão, que precisamos reafirmar nossa fé para vivermos segundo o padrão divino, vencermos as influências do mundo e protegermos nossas famílias. Para isso devemos voltar à Bíblia, recorrermos aos seus ensinos, conservá-los e vivê-los.

A família é de autoria divina (vs. 18,21,22):

Esta afirmação é simplista e repetitiva, mas necessária. Explico: imagine que um quadro de um pintor famoso seja pirateado, e que a réplica, cheia de imperfeições, seja exibida em alguma exposição artística. Pessoas leigas podem apreciá-la e considerá-la como sendo a original. Se colocada à venda, pode ser que alguém pague caro por ela, no entanto, se examinada por um perito, sua autenticidade logo é contestada, pois quem conhece, conhece.
Deus criou a família, como a vemos na Bíblia, a partir do casamento entre um homem e uma mulher, porém, veio o inimigo, ressignificou alguns textos, iludiu pessoas com um discurso politicamente correto e regado de “amor” (segundo o entendimento secular), e apresentou novos modelos com novas formações. A pessoa sem discernimento espiritual olha e considera tudo perfeito, mas aquele cuja mente é iluminada pelo Espírito Santo logo percebe a farsa e não se deixa iludir: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo”, e não se deixa enganar (1 Coríntios 2:14,15).
Disse o Criador, “far-lhe-ei”, e o relato bíblico afirma, “formou uma mulher, e trouxe-a a Adão”. Ao criar Eva e uni-la como esposa a Adão, Deus criou a primeira família como modelo para as demais. Por isso ela não é uma ideia humana, e nem uma sociedade que possa tomar outras configurações conforme a vontade das pessoas ou influência cultural. Reafirmo: O Senhor fez o homem, depois fez a mulher, uniu-os, e assim foi criada a família, monogâmica, e a partir de um homem e uma mulher visando sua completude (Gênesis 2:24), e ordenou-lhes: “Frutificai e multiplicai-vos” (Gênesis 1:28), coisa que só é possível numa relação heterossexual.

A tentativa diabólica de ressignificar o casamento (vs. 22,23):

Neste tempo de relativização de valores e de revisionismo das Escrituras uma das investidas contra a família é a tentativa de “ressignificar” o termo ‘casamento’, que antes aparecia nos dicionários como “união voluntária de um homem e uma mulher”, e que agora passou a constar como “união efetuada de modo voluntário e entre duas pessoas”, o que pode ser, segundo esta nova concepção, união entre dois homens ou entre duas mulheres. Porém, já há no Brasil alguns casos em que foi reconhecida judicialmente a “União Estável” entre três pessoas, o que configura poligamia1. Em 2017, na Colômbia, três homens conseguiram registrar em cartório sua “União Poliafetiva”.2
“Formou uma mulher, e trouxe-a a Adão” indica com clareza a natureza e constituição do casamento e da família segundo a Bíblia. Mais adiante lemos: “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (v. 24 – grifo do autor). No texto as palavras “homem” e “mulher”, “pai” e “mãe” confirmam que o casamento é entre um homem e uma mulher – para o homem Deus criou a mulher, não outras mulheres, não outro homem, nem outro ser ou outra coisa. É ainda importante salientar que o casamento é antes do Estado e, portanto, anterior a qualquer constituição de leis humanas e, por isso, ressignificá-lo é desonesto, além de afronta ao próprio Deus. O casamento civil é bem-vindo para a manutenção das garantias legais para os cônjuges, porém ele não pode ser “reconfigurado” na base da “caneta” dos legisladores. Nenhuma outra “união civil” distinta daquela que o Criador instituiu pode, honestamente, ser chamada “casamento”.

Papéis sexuais segundo a Bíblia versus “ressignificação” das Escrituras (Romanos 1:18-32)

A Bíblia nos indica o relacionamento sexual padrão, normal e aceito por Deus no contexto do casamento monogâmico e heterossexual, no qual o homem e a mulher tem papéis sexuais definidos, conforme a natureza de cada um, segundo o propósito de sua criação, para que um se complete no outro e encontre prazer e satisfação. Quando estes papéis são pervertidos, há prejuízos morais, emocionais, físicos e sociais. No casamento há completude, em outros tipos de uniões não, pois a felicidade conjugal só é possível dentro dos propósitos e limites estabelecidos pelo Criador: o marido se completa na esposa, e a esposa no marido, conforme Deus mesmo planejou.
A tentativa da Teologia Inclusiva de ressignificar a Bíblia para legitimar uniões homoafetivas é desonesta, e não tem qualquer sustentação exegética, teológica ou hermenêutica. Aliás, tais tentativas são um atentado contra Deus, Sua Palavra e o próprio ser humano. O conceito bíblico de pecado não muda com o tempo, nem conforme as culturas, por isso não deve ser “ressignificado”, mas acatado como qualquer outro ensino divino. Assim, quando lemos sobre o relacionamento homossexual como sendo pecaminoso, é dessa forma que devemos entendê-lo, e não de outra maneira. A Bíblia diz o que ela diz, e não o que queremos. Qualquer outro discurso poderá ser, para este tempo, “politicamente correto”, mas será incorreto do ponto de vista bíblico. Relativizar as Escrituras, ou reinterpretá-las à luz de uma “nova hermenêutica” é prestar um serviço ao diabo.

O dever de Frutificar e Multiplicar (Gênesis 1:28):

Na primeira narrativa sobre a criação do homem, lemos: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gênesis 1:28 – grifo do autor). Nos tipos de famílias inventados por movimentos progressistas e ideológicos, o ideal de Deus de completude do ser humano não se cumpre, bem como as uniões homoafetivas não podem, jamais, desempenhar o dever da frutificação e da multiplicação. Se as relações homoafetivas fossem normais, segundo o entendimento bíblico, esta ordem dada por Deus não teria sentido algum.

Conclusão:

Aceitar outras configurações de família e de casamento é validar o que Deus chama de pecado; é aceitar valores que contrariam a Bíblia e a própria natureza humana, é submeter-se ao padrão desde mundo que, sabemos, “jaz no maligno” (1 João 5:19), é rebelar-se contra o Criador.
Quem é por Cristo milita por Cristo. Quem é de Cristo tem a mente de Cristo. Quem pertence ao Reino de Deus vive segundo os valores deste mesmo reino. Se você é um Cristão, então viverá inconformado com este mundo e rejeitará a “nova moralidade”, bem como lutará contra todo tipo de ‘ressignificação’ ou ‘relativização’ da Palavra e dos princípios cristãos. Sua família é seu maior patrimônio, protegê-la é seu dever.



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