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Pr. Cleber Montes Moreira
Texto Bíblico: Gênesis
2:18-25
Introdução:
Estamos vivendo os “tempos
trabalhosos”, ou difíceis, profetizados por Paulo. A agenda
Global, como parte de um programa de reengenharia
social que visa estabelecer uma nova
ordem, tem avançado na
desconstrução dos valores tradicionais, propagando uma nova
moralidade onde o certo é errado e o errado é certo. Como parte
deste projeto, há programas de partidos, de governos, e Projetos de
Leis que tratam claramente da desconstrução da família tradicional
e até da desconstrução da heteronormatividade,
como tentativa de impor à toda sociedade novas configurações de
família, banalizar o casamento e erotizar
nossas crianças pequenas a
partir das escolas, bem como criminalizar opiniões. A narrativa
bíblica sobre a família e o casamento está sendo substituída por
uma narrativa ideológica e diabólica, que privilegia outras
configurações familiares e uniões civis.
É neste contexto, de grande luta e confusão,
que precisamos reafirmar nossa fé para vivermos segundo o padrão
divino, vencermos as influências do mundo e protegermos nossas
famílias. Para isso devemos voltar à Bíblia, recorrermos aos seus
ensinos, conservá-los e vivê-los.
A família é de autoria divina (vs. 18,21,22):
Esta afirmação é simplista e repetitiva, mas
necessária. Explico: imagine que um quadro de um pintor famoso seja
pirateado, e que a réplica, cheia de imperfeições, seja exibida em
alguma exposição artística. Pessoas leigas podem apreciá-la e
considerá-la como sendo a original. Se colocada à venda, pode ser
que alguém pague caro por ela, no entanto, se examinada por um
perito, sua autenticidade logo é contestada, pois quem conhece,
conhece.
Deus criou a família, como a vemos na Bíblia, a
partir do casamento entre um homem e uma mulher, porém, veio o
inimigo, ressignificou alguns textos, iludiu pessoas com um discurso
politicamente correto e regado de “amor” (segundo o entendimento
secular), e apresentou novos modelos com novas formações. A pessoa
sem discernimento espiritual olha e considera tudo perfeito, mas
aquele cuja mente é iluminada pelo Espírito Santo logo percebe a
farsa e não se deixa iludir: “Ora, o homem natural não compreende
as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não
pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o
que é espiritual discerne bem tudo”, e não se deixa enganar (1
Coríntios 2:14,15).
Disse o Criador, “far-lhe-ei”, e o relato
bíblico afirma, “formou uma mulher, e trouxe-a a Adão”. Ao
criar Eva e uni-la como esposa a Adão, Deus criou a primeira família
como modelo para as demais. Por isso ela não é uma ideia humana, e
nem uma sociedade que possa tomar outras configurações conforme a
vontade das pessoas ou influência cultural. Reafirmo: O Senhor fez o
homem, depois fez a mulher, uniu-os, e assim foi criada a família,
monogâmica, e a partir de um homem e uma mulher visando sua
completude (Gênesis 2:24), e ordenou-lhes: “Frutificai e
multiplicai-vos” (Gênesis 1:28), coisa que só é possível numa
relação heterossexual.
A tentativa diabólica de ressignificar o casamento (vs. 22,23):
Neste
tempo de relativização de valores e de revisionismo das Escrituras
uma das investidas contra a família é a tentativa de
“ressignificar” o termo ‘casamento’, que antes aparecia nos
dicionários como “união
voluntária de um homem e uma mulher”,
e que agora passou a constar como
“união efetuada de modo voluntário e entre duas pessoas”,
o que pode ser, segundo esta nova concepção, união entre dois
homens ou entre duas mulheres. Porém, já há no Brasil alguns casos
em que foi reconhecida judicialmente a “União Estável” entre
três pessoas, o que configura poligamia1.
Em 2017, na Colômbia, três homens conseguiram registrar em cartório
sua “União Poliafetiva”.2
“Formou
uma mulher, e trouxe-a a Adão” indica com clareza a natureza e
constituição do casamento e da família segundo a Bíblia. Mais
adiante lemos: “Portanto deixará o homem
o seu pai
e a sua mãe,
e apegar-se-á à sua mulher,
e serão ambos uma carne” (v. 24 – grifo do autor). No texto as
palavras “homem” e “mulher”, “pai” e “mãe” confirmam
que o
casamento é entre um homem e uma mulher – para o homem Deus criou
a mulher, não outras mulheres, não outro homem, nem outro ser ou
outra coisa. É
ainda importante salientar que o casamento é antes do Estado e,
portanto, anterior a qualquer constituição de leis humanas e, por
isso, ressignificá-lo é desonesto, além de afronta ao próprio
Deus. O casamento civil é bem-vindo para a manutenção das
garantias legais para os cônjuges, porém ele não pode ser
“reconfigurado” na base da “caneta” dos legisladores. Nenhuma
outra “união civil” distinta daquela que o Criador instituiu
pode, honestamente, ser chamada “casamento”.
Papéis sexuais segundo a Bíblia versus “ressignificação” das Escrituras (Romanos 1:18-32)
A Bíblia nos indica o relacionamento sexual
padrão, normal e aceito por Deus no contexto do casamento monogâmico
e heterossexual, no qual o homem e a mulher tem papéis sexuais
definidos, conforme a natureza de cada um, segundo o propósito de
sua criação, para que um se complete no outro e encontre prazer e
satisfação. Quando estes papéis são pervertidos, há prejuízos
morais, emocionais, físicos e sociais. No casamento há completude,
em outros tipos de uniões não, pois a felicidade conjugal só é
possível dentro dos propósitos e limites estabelecidos pelo
Criador: o marido se completa na esposa, e a esposa no marido,
conforme Deus mesmo planejou.
A tentativa da Teologia Inclusiva de
ressignificar a Bíblia para legitimar uniões homoafetivas é
desonesta, e não tem qualquer sustentação exegética, teológica
ou hermenêutica. Aliás, tais tentativas são um atentado contra
Deus, Sua Palavra e o próprio ser humano. O conceito bíblico de
pecado não muda com o tempo, nem conforme as culturas, por isso não
deve ser “ressignificado”, mas acatado como qualquer outro ensino
divino. Assim, quando lemos sobre o relacionamento homossexual como
sendo pecaminoso, é dessa forma que devemos entendê-lo, e não de
outra maneira. A Bíblia diz o que ela diz, e não o que queremos.
Qualquer outro discurso poderá ser, para este tempo, “politicamente
correto”, mas será incorreto do ponto de vista bíblico.
Relativizar as Escrituras, ou reinterpretá-las à luz de uma “nova
hermenêutica” é prestar um serviço ao diabo.
O dever de Frutificar e Multiplicar (Gênesis 1:28):
Na primeira narrativa sobre
a criação do homem, lemos: “E Deus os abençoou, e Deus lhes
disse: Frutificai
e multiplicai-vos,
e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e
sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a
terra” (Gênesis 1:28 – grifo do autor). Nos
tipos de famílias inventados
por movimentos progressistas e ideológicos, o ideal de Deus de
completude do ser humano não se cumpre, bem como as uniões
homoafetivas não podem, jamais, desempenhar o dever da frutificação
e da multiplicação. Se as relações homoafetivas fossem normais,
segundo o entendimento bíblico, esta ordem dada por Deus não teria
sentido algum.
Conclusão:
Aceitar outras
configurações de família e de casamento é validar o que Deus
chama de pecado; é aceitar valores que contrariam a Bíblia e a
própria natureza humana, é submeter-se ao padrão desde mundo que,
sabemos, “jaz no maligno” (1 João 5:19), é rebelar-se contra o
Criador.
Quem é por Cristo
milita por Cristo. Quem é de Cristo tem a mente de Cristo. Quem
pertence ao Reino de Deus vive segundo os valores deste mesmo reino.
Se você é um Cristão, então viverá inconformado com este mundo e
rejeitará a “nova moralidade”, bem como lutará contra todo tipo
de ‘ressignificação’ ou ‘relativização’ da Palavra e dos
princípios cristãos. Sua família é seu maior patrimônio,
protegê-la é seu dever.
1
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/04/primeiro-ter-uniao-estavel-com-2-mulheres-no-rio-fala-sobre-relacao.html
(acessado em 05 de maio de 2018)
2
http://www.gazetadopovo.com.br/justica/casal-de-tres-homens-consegue-registrar-uniao-poliafetiva-7vkhjftrf2qbpd9sfv4inept2
(acessado em 14 de maio de 2018)
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