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ESNOBISMO CRONOLÓGICO

Autoria: Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, em 13/03/2011
Usado com permissão do autor


Esta expressão é do pensador inglês C. S. Lewis. Ele foi um intelectual ateu que se converteu ao cristianismo. Além de obras filosóficas, como “A abolição do homem”, ele deixou algumas teológicas e a série “As crônicas de Nárnia”.

Ele chama de esnobismo cronológico a tendência de muitos cristãos de descartarem tudo o que é antigo e abraçarem tudo o que é novo. Eles pensam que seus problemas são originais e buscam soluções originais. Assim esnobam a cultura cristalizada há séculos. Na realidade, são ignorantes da história e do ensino bíblico.

Na história da igreja, os períodos de baixa espiritual foram resolvidos quando veio um avivamento (não gritaria; avivamento!) sobre a igreja. Quando crentes confessaram seus pecados, se quebrantaram, deixaram-se encher pelo Espírito, a igreja foi transformada. Hoje acham que um novo modelo eclesiástico, um novo tipo de louvor ou um novo guru mudará tudo. E dizem: “Novos tempos exigem novas soluções!”. Alguns têm uma nova revelação e outros até um novo Deus, como o chamado “teísmo aberto”, corrente teológica que nega a onisciência de Deus e nos oferece um Deus (deus, melhor dizendo) do nosso tamanho.

Como se inventam soluções para dinamizar a igreja ou atrair pessoas para os nossos cultos! Há marqueteiros eclesiásticos especialistas em vender a imagem da igreja ao mundo. Só que eles produzem uma igreja artificial, genérica, ao gosto do cliente. Não ao gosto do Novo Testamento (que, para eles, ficou velho…)

Os problemas do mundo e da igreja são antigos. São os mesmos de sempre. Apenas vestidos com roupa nova. Criam termos novos para pecados velhos. E buscam soluções novas para os termos novos. Mas o problema é o velho pecado.

O esnobismo cronológico leva teólogos a andarem como baratas tontas atrás das frases feitas de pensadores que se esmeram em dizer o nada de forma incompreensível. Por vezes leio alguns pensadores cristãos que dizem tanta coisa confusa como se fossem luminares celestiais. A velha Bíblia tem respostas mais simples, mais objetivas e mais profundas. Mas os esnobes cronológicos querem coisas novas.

A igreja não precisa de novidades, mas de “velhidades”. Das velhas respostas do Velho Livro de Capa Preta. Da atuação do “velho” Espírito Santo. Da velha mensagem da cruz.

Recusar o novo por ser novo é tolice. Mas recusar o cristalizado há séculos, em nome do moderno, também é. É bom aceitar as palavras de Paulo: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (2Tm 4.3-5).

Visite o site do autor: http://www.isaltino.com.br

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