No calar da noite
quando medito ao som do silêncio,
no teu amor eu penso e repenso,
e em te querer eu me assedio.
Teu ser, peça singular, exata medida,
completa tudo o que em mim há falta,
pois és, Senhor, a razão singular da minha vida.
Eu sou a nota que escreves sobre a pauta,
formando assim teus sons melódicos,
sem os quais não teria razão a existência da flauta,
como também eu, sem os teus cuidados.
Teu amor sublime me constrange
fazendo do teu querer o meu querer,
do teu pensar o meu pensar,
do teu sentir o meu sentir,
encarnando assim a tua vontade em meus atos.
Tu me fizeste presente sem passado;
vaso velho que um dia quebrado
tornaste barro por tuas mãos modelado,
para ser agora novo em teus cuidados.
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