Pastor Cleber: dezembro 2018
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EVANGÉLICOS SEM O EVANGELHO



Pr. Cleber Montes Moreira

Assim, eu lhes digo, e no Senhor insisto, que não vivam mais como os gentios, que vivem na futilidade dos seus pensamentos. Eles estão obscurecidos no entendimento e separados da vida de Deus por causa da ignorância em que estão, devido ao endurecimento dos seus corações.” (Efésios 4:17,18 – NVI).

Um cantor gospel participa de um evento num terreiro de candomblé. Uma famosa estação de rádio, dita evangélica, toca uma música cuja letra menciona Maria como medianeira. Um pastor evangélico participa com um padre, numa igreja católica, como oficializante numa celebração de casamento (para a Igreja Romana, um sacramento1). Um evangélico aceita ser padrinho2 de batismo de duas crianças numa cerimônia católica. Um pastor de jovens posta em redes sociais textos de apologia à Ideologia de Gênero. Outro pastor, de uma comunidade evangélica, convida um transexual para pregar em sua igreja. Diante destes e outros fatos, pergunto: O que há com os evangélicos de hoje? Abandonaram a Bíblia? Se esqueceram de seus princípios? Estão seguindo um “outro evangelho”? Se renderam ao ecumenismo que antes reprovavam? Ou, porque se conformaram ao mundo, adotaram o “politicamente correto”? Talvez por isso há quem diga: “Já não se fazem evangélicos como antigamente.” Eu concordo.

Houve um tempo em que ser evangélico era crer no evangelho e praticá-lo. Esta fé capacitava o crente para reagir contra as heresias, para identificar os falsos profetas e resisti-los na Palavra. Hoje, infelizmente, nem conhecem a Palavra de Deus, pois abandonaram-na, ou substituíram-na por alguma outra “verdade” humana, agradável, sem a exigência de compromisso, “inclusiva”, regada de “amor” (segundo o entendimento vigente na sociedade), e passaram a dialogar com outras correntes de fé (segundo um amigo meu “fezes”) antagônicas aos ensinos de Cristo. Estes “novos diálogos” abrem conversas que promovem o relativismo das Escrituras, sua “ressignificação”, sua “reimaginação” e consequente “reinterpretação”, a partir de perspectivas humanas, dos valores fundamentais da fé cristã. Esta degradação, num nível ainda mais baixo, acata debates sobre temas para os quais os evangélicos tinham opinião formada e embasada, tais como a inspiração, inerrância e autoridade da Bíblia, suficiência e exclusividade da Obra de Cristo, ecumenismo, aborto, uniões homoafetivas etc. O subproduto deste sincretismo religioso (e também social e político) é o que chamo de ‘evangélicos sem o evangelho’. Não é sem motivo que o crescimento vertiginoso dos evangélicos não tem causado os impactos esperados na sociedade que prossegue em franca derrocada.

Evangélicos sem o evangelho’, ainda que cultivem algum orgulho religioso, são pessoas perdidas, desprovidas da experiência de salvação e esperança real em Cristo. Porque não deram lugar ao Espírito Santo, ainda não conhecem a virtude do “poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16). Sem Cristo, e sem o evangelho, permanecem (porque são “gentios”) “obscurecidos no entendimento e separados da vida de Deus por causa da ignorância em que estão, devido ao endurecimento dos seus corações” (Efésios 4:18 – NVI).

1Casamentos e batismos são, para a Igreja Católica, sacramentos.
2Homem que apresenta alguém (ger. criança) para o batismo ou crisma, com o compromisso implícito de provê-la do necessário na falta dos pais; dindo, dindinho.

TEOLOGIA INCLUSIVA



Pr. Cleber Montes Moreira


“Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.” (Romanos 1:25 – ACF)

Embora se afirme que a Teologia Inclusiva seja “um ramo da teologia tradicional”, ela é, na verdade, um rompimento com os valores cristãos como ensinados na Bíblia. Uma vez que está voltada para a “inclusão, prioritariamente, das categorias socialmente estigmatizadas como os negros, as mulheres e os homossexuais” (e outras) sem, todavia, anunciar-lhes o arrependimento e o novo nascimento como condição para a inclusão no Reino, contraria o ensino do próprio Cristo que iniciou seu ministério terreno com estas palavras: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mateus 4:17 - ACF).1

Ao considerarem a posição cristã conservadora sobre o tema da sexualidade como “imposição de dogmas infundados e opiniões particulares como regras universais”, e “imposição de um pensamento ético puritano e castrador”, em decorrência do que o tema homossexualidade seja supostamente relegado “aos porões do fazer teológico”, e ao acusarem os teólogos e expositores cristãos, em sua maioria, de fundamentarem suas interpretações em duas ou três passagens das Escrituras, os teólogos inclusivos agem de má fé e se arvoram detentores de uma hermenêutica acima de qualquer suspeita.2 Não é novidade que todo herege se considere dono da verdade.


O “amor” como única doutrina:

Frases como “Deus abençoa todas as formas de amor”, “Amor é amor e toda forma de amar é justa”, “Onde estiver o amor, ali Deus está” etc., são apenas algumas das afirmações que vemos circular pelas redes sociais e ambientes onde há propaganda inclusiva.

A Teologia Inclusiva, ainda que negue, proclama o “amor” como única doutrina. Foi exatamente o que ensinou um de seus exponentes num sermão em que chega a afirmar que se alguém é capaz de amar, mesmo que não tenha um relacionamento com Cristo, mesmo que não creia em Deus, está salvo: “Quem ama vive a realidade da fé, ainda que não confesse a fé.” Perceba que não é o arrependimento, não é a conversão, não é a santidade, mas o “amor” a doutrina elementar do “evangelho inclusivo”. A base bíblica para isso é “Deus é amor” (1 João 4:8b) como sempre, o texto é pretexto! Daí pegam uma frase de Agostinho, descolam de seu contexto, e com ela propagam seu pilar: “Ama e faz o que quiseres.”3

O “amor” que ensina a Teologia Inclusiva não vem de Deus, não é o amor ensinado nas Escrituras, mas é um amor hedonista, que procura conciliar vida religiosa com prazeres, interesses e pecados. Para suprir esta demanda é que surgem as chamadas “Igrejas Inclusivas” onde todos são aceitos como são e estão, sem convite ao arrependimento, onde se ensina que “pecado é não amar”.


A ressignificação das Escrituras:

Para se impor como verdadeira, a Teologia Inclusiva trata de ressignificar textos bíblicos que contrariam seus (des)valores, principalmente os que condenam práticas homoafetivas. É por isso que defende que as condenações encontradas no Velho Testamento referem-se às relações sexuais ligadas aos cultos pagãos, e que por se encontrarem ao lado de outras proibições como comer sangue ou carne de porco, já perderam a validade e não necessitam ser guardadas pelos cristãos.4


Pecado é pecado, a Verdade não pode ser relativizada:

John Stott afirmou: “A tolerância em relação ao mal não é uma virtude. Deus continua dizendo a seu povo para se santificar.” Sim, Deus continua dizendo ao seu povo que pecado é pecado, e que todo salvo deve afastar-se do pecado e buscar crescer em santidade. Deus não muda, sua Palavra também não, por isso que os valores de seu reino são eternos.

Quando os teólogos da Teologia Inclusiva relativizam a Bíblia e negam o ensino tradicional sobre o pecado, eles desafiam o Eterno e Imutável Deus e, por suas heresias, mudam a verdade em mentira, e criam um “evangelho” centrado na criatura e não no Criador, que contempla a carne e seus prazeres ao invés do “andar no espírito” (Gálatas 5:16). Os textos que seguem são bem explicativos, e ressignificá-los ou relativizá-los é no mínimo desonesto: “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus” (1 Coríntios 6:10); “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é” (Levítico 18:22); “Fujam da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo” (1 Coríntios 6:18); “A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o próprio corpo de maneira santa e honrosa, não com a paixão de desejo desenfreado, como os pagãos que desconhecem a Deus” (1 Tessalonicenses 4:3-5); “Fora ficam os cães, os que praticam feitiçaria, os que cometem imoralidades sexuais, os assassinos, os idólatras e todos os que amam e praticam a mentira” (Apocalipse 22:15). OBS.: Bíblia NVI, grifos do autor. Não apenas a homossexualidade, não apenas os pecados sexuais, mas a pratica de todo e qualquer pecado, se não houver arrependimento verdadeiro, leva à condenação eterna: “Pois o salário do pecado é a morte...” (Romanos 6:23) – ocultar este ensino é artimanha maligna para encher o inferno. Cuidado, os operários do engano trabalham sem descanso!


Reflita:

Deus não inclui em seu reino pecadores sem arrependimento, sem novo nascimento e, portanto, sem natureza transformada, seja ele branco, negro, índio, pardo, judeu, não judeu, hétero ou homossexual. O quesito para a salvação ainda é o mesmo, “necessário vos é nascer de novo” (João 3:7), e todo aquele que passa pela experiência da salvação deve abster-se das práticas pecaminosas e buscar a santificação: “Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (Romanos 6:2 – ACF). Não há mensagem mais inclusiva que a do verdadeiro evangelho, que anuncia a todos os homens, em todos os lugares, que se arrependam.

O discurso de amor da “Teologia Inclusiva” tem feito surgir muitos “bons samaritanos”, porém não tem colaborado no desenvolvimento de um caráter verdadeiramente cristão naqueles que dizem crer. Esta teologia falha tentando imprimir nas pessoas a imagem de um cristo preocupado com as demandas sociais, porém frouxo quanto aos valores eternos da Palavra e do Reino; um cristo universalista, incapaz de julgar o mundo por sua Palavra. Se este fosse o Cristo da Bíblia, ele teria falhado naquilo que ele mesmo ensinou. Mas, o Cristo jamais falha. Então, quem tem falhado? Aqueles que criaram uma bíblia, uma teologia, um cristo e uma igreja ao gosto do freguês.

Alguém poderá perguntar: “A Igreja do Senhor não é inclusiva?” Uma igreja verdadeiramente inclusiva é aquela que sai ao mundo em busca de pecadores, sem qualquer distinção, independente de quem e como estão, levando-lhes a mensagem do arrependimento, e não aquela que crê que eles podem vir a Cristo e continuar como estão.


2http://teologiainclusiva.blogspot.com (acessado em 04 de julho de 2018)
3https://www.youtube.com/watch?v=7e-Rm3Kq2C4 (acessado em 04 de julho de 2018)

ALEGREM-SE

Imagem: Pixabay


Pr. Cleber Montes Moreira

Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração.” (Romanos 12:12 – NVI – grifo do autor)

Não se trata de uma recomendação para alegrar-se nas coisas temporais, para ter contentamento no mundo, para buscar prazeres que produzam alegrias momentâneas, nem contentamento no dinheiro ou nos bens materiais. Todas estas coisas podem trazer certas alegrias, mas não aquela capaz de permanecer firme em meio às maiores adversidades. Não é uma alegria que acaba quando chega a noite, quando os ventos das tribulações sopram com violência, quando chega uma má notícia, ou quando o chão parece fugir debaixo de nossos pés.

Alegrem-se” não é uma exortação proferida por alguém que vivia num castelo, por um rei ou pessoa abastada, bem sucedida, ou por alguém que nunca sofreu aflições. Quem faz esta advertência é o mesmo que aos tessalonicenses escreve, de dentro de uma cela fria e escura: “Alegrem-se sempre” (1 Tessalonicenses 5:16 – NVI).

Esta é a alegria de quem olha para além da escuridão, das incertezas e dificuldades desta vida, que se ergue e fortalece da esperança que não pode falhar, que é sustentada pela perseverança na oração. Assim, observemos a ordem natural das coisas: É a oração que fortalece a que aquece a esperança, que produz a alegria que o mundo não desfruta nem compreende. É esta alegria na esperança que nos ajuda em tempos tão difíceis, para suportarmos com paciência as tribulações, sempre levando tudo a Deus em oração, e conservarmos um coração agradecido.
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